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CONSUMIDORES DE EMBALAGENS E ENLATADOS

As cartilhas de bem estar dos programas televisivos e dos organismos de saúde recomendam e ensinam ar puro e alimentos saudáveis para longa vida. Com tanta poluição de gases venenosos no ar e aplicação indiscriminada e proibida de agrotóxicos nas lavouras, caso específico do Brasil, será mesmo que existem estes produtos limpos, ou tudo não passa de mais uma tremenda enganação para nos sentirmos mais felizes?

Dia desses estava lendo uma entrevista do criador da macrobiótica no Brasil, Tomio Kikuchi, e ele dizia que tudo é feito para estimular a imaginação e aumentar o desejo. As embalagens são atraentes e os produtos bonitos. Então conclui, comigo mesmo, que não passamos de consumidores de embalagens, de plásticos agressivos e agrotóxicos.

Tomio reforçava ainda que tudo é feito apenas com o interesse de vender, de lucrar, e detonava de vez a ideia do equilíbrio saudável quando lançou seu olhar acusatório de que as prateleiras dos supermercados estão cheias de veneno. As belas imagens dos enlatados são elaboradas para camuflar os conservantes lá dentro e conquistar paladares.

Como o ar puro que nos iludimos ter quando caminhamos numa avenida cercada de árvores ou numa orla marítima, assim são os rótulos de light e diet. Podem não conter glúten e outros itens alérgicos à saúde do indivíduo, mas as caveirinhas dos conservantes estão lá invisíveis aos olhos que leem aquelas letrinhas miúdas dos rótulos. Bem que elas poderiam ser expostas visivelmente como fazem nos cigarros!

O veneno não está somente nas prateleiras dos supermercados, senhor Tomio! Está também nas granjas e nos abatedouros clandestinos de aves e animais que a vigilância sanitária faz de conta que fiscaliza, com o tal limite de tolerância e vistas grossas.

Está nos restaurantes que não mostram suas cozinhas para os clientes, senão ficariam vazios. Está nos propenos e polipropilenos que consumimos no dia a dia. Está também nos carros e barraquinhas atraentes de comidas de ruas e praças “cercadas de verde”.

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“O PORTUGUÊS QUE NOS PARIU”

Em tom bem-humorado e com uma linguagem coloquial, clara e simples, a escritora Angela Dutra de Menezes, autora dos romances “A Tecelã de Sonhos” e “Santa Sofia” resgata a epopeia portuguesa na navegação no livro “O Português Que Nos Pariu”, em edição de 2010 revista, atualizada e ampliada pela Editora Record.

A escritora enaltece o espírito aventureiro do português que com sua arte de navegar conquistou oceanos na procura de novos mercados, alimentos e ouro, visando a expansão da Coroa. A conquista de Ceuta, em 1415, foi o pontapé inicial. Depois veio Madeira e Açores. Tudo isso se deveu ao infante D. Henrique (1394-1460) que fundou a Escola de Sagres.

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No reinado de D. João II, o Injustiçado (1455 – 1495), após 53 anos de tentativas, Bartolomeu Dias dobrou o cabo da Boa Esperança. Foi D. João II quem dirigiu a política das navegações e assinou o Tratado de Tordesilhas. No seu reinado, ainda negociou com Cristóvão Colombo e organizou a expedição de Vasco da Gama, navegando até as Índias.

Quem aproveitou os frutos do trabalho de D. João II foi o venturoso D. Manuel a quem coube entregar a missão do “achado” do Brasil ao seu amigo de juventude, o fidalgo Pedro Alves Cabral, ou Gouveia, mesmo sem experiência náutica. Do rio Tejo ele partiu em 9 de março de 1500 com 1.200 homens e 13 embarcações com destino a Calecute, Índia. Na verdade era a Vasco da Gama a quem o rei pretendia entregar a esquadra.

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A obra é cheia de curiosidades e revelações de fatos históricos que se tornaram mitos como a tradução sobre as cores da bandeira nacional brasileira que o amarelo representa o ouro das nossas terras e o verde as florestas. Na verdade, o verde é a cor dos Bragança, dinastia quer nasceu na batalha de Aljubarrota e reinou no Brasil até 1889. O amarelo da família real dos Habsburgo, da qual pertencia dona Leopoldina, primeira mulher de D. Pedro I.

A escritora engrandece os feitos portugueses, principalmente entre final dos séculos XV e início do XVI, inclusive com o “achamento” do Brasil há 516 anos. Para ela, Cristóvão Colombo chegou à América graças a Portugal que entregou o quadrante, o astrolábio e os mapas com os conhecimentos náuticos, desde 1200.

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O LEGADO DOS JOGOS RIO 2016

Carlos González – jornalista

Os australianos foram os primeiros a denunciar as más condições de moradia temporária das instalações da Vila Olímpica, que vai receber cerca de 12.500 atletas de 206 países, participantes dos XXXI Jogos Olímpicos da Era Moderna, marcados para o período de 5 a 21 de agosto, no Rio de Janeiro.

A delegação do país da Oceania deixou nesse início de semana os apartamentos que lhe foram destinados, reclamando, com repercussão no exterior, de vazamentos nas paredes, fios descobertos, vasos sanitários quebrados. O brado de alerta de Kitty Chiller, chefe da comitiva, chegou aos ouvidos dos dirigentes do Comitê Olímpico Internacional (COI), que, imediatamente, passaram um “pito” nos organizadores do evento esportivo.

Os brasileiros estão passando por uma vergonha anunciada desde o dia 2 de agosto de 2009, quando, em Copenhague, na Dinamarca, 66 votos dados por um total de 98 delegados do COI, escolheram o Rio de Janeiro para sediar os Jogos de 2016. Os brasileiros presentes, entre eles, o presidente Lula, o ministro dos Esportes Orlando Silva, o governador fluminense Sérgio Cabral, o prefeito do Rio Eduardo Paes e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) Arthur Nuzman, comemoram efusivamente a indicação.

A pergunta que se faz agora é a seguinte: será que as nossas autoridades governamentais e esportivas não sabiam do risco em que estavam colocando o país, e, principalmente, a cidade-sede dos Jogos, em termos econômicos, políticos e sociais? Será que não olharam para o passado e constataram que os países que receberam o maior evento esportivo do mundo pagaram com sacrifício de sua população os erros que cometeram?

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O PONTO DA QUESTÃO

“A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes” – Winston Churchill, estadista inglês.

REDUÇÃO DO LEGISLATIVO

Bem que o povo gostaria, mas não vai passar. Está em trâmite na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 106, de 2015 a redução dos 513 deputados federais para 386 e de 81 senadores para 54. Segundo apuração, cada parlamentar custa quase 300 mil reais por mês. Com a redução haveria uma economia de 350 milhões de reais por ano. No bojo da emenda viria o enxugamento dos partidos e de vereadores nos municípios. E como fica o acintoso foro privilegiado?

A Câmara Municipal de Vitória da Conquista, por exemplo, tem 21 um vereadores com duas sessões de oba-oba por semana, o que é um quantitativo absurdo que gera muita despesa para pouca qualidade. De um modo geral, as câmaras inverteram suas funções de legislar e fiscalizar os executivos. Passam o tempo discutindo indicações, moções de aplausos e outras baboseiras. Treze ou quinze vereadores preparados e competentes seriam suficientes para Conquista.

GASTOS DOS CANDIDATOS

De acordo com o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que listou, de conformidade com a nova “reforma”, quanto cada candidato dos 5.570 municípios brasileiros pode gastar nestas eleições, em Vitória da Conquista um pretendente a prefeito não pode ultrapassar o limite de 579 mil no primeiro turno e 173 mil no segundo. O maior gasto em 2012 foi de 865,9 mil. É aí que entra o caixa “2” e outras trambicagens. O candidato a vereador não pode ir além de 59 mil reais. Onde esses caras vão arranjar grana? Esse dinheiro mal dá para pagar aos traficantes pelo acesso de suas campanhas nas periferias onde o Estado não entra.

O PORTUGUÊS 011

PERTURBAÇÃO E ZUEIRA

A primeira indagação é como a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista concedeu alvará de funcionamento para uma casa de eventos de festas numa zona estritamente residencial e próximo a um hospital? Pois é, a Paradise Eventos está localizada na Rua “G”, no Jardim Guanabara, próximo ao Hospital de Base e já está incomodando muita gente, principalmente pessoas idosas, com sons altos que varam a madrugada. Como se não bastasse tudo isso, no último final de semana, convidados de uma festa acharam de terminar suas saideiras bebendo, conversando alto e até urinando nas portas de algumas casas dos moradores locais. Para completar deixaram latas e vasilhames de bebidas nas portas. Não é possível aturar tamanho desrespeito. O poder público e o dono do estabelecimento precisam tomar uma providência urgente e acabar com isso porque muita gente está revoltada e pode haver coisa pior.

TERRENOS ABANDONADOS

O que mais se vê em Conquista são terrenos abandonados que servem de coitos para ratos, cobras, insetos. Tomados pelo lixo, são verdadeiros criatórios do mosquito da dengue. A sensação é que vivemos numa cidade sem leis que não exijam que os proprietários cerquem e cuidem dos seus imóveis. A única preocupação dos donos é fazer especulação imobiliária já que o poder público não fiscaliza e obriga que esses lotes sejam pelo menos murados. Moradores ao lado desses terrenos sofrem com a invasão de ratos, mosquitos e até de cobras.

O PORTUGUÊS 008

AGORA É BEM-VINDO

Por suas ideias estapafúrdias, preconceituosas, xenófobas, racistas e homofóbicas, o deputado estadual sargento Isidoro tem sido demonizado pelos partidos de esquerda, pelas feministas, grupos LGBTs e outros movimentos sociais, o que é compreensível porque o homem é um fascista de carteirinha. O cínico e irônico é que com as eleições municipais chegando, o Governo do Estado, o PT e até o PCdoB que encaravam o cara como o próprio satanás, agora o tem como companheiro e possível candidato a prefeito de Salvador. Nesta circunstância atual, pra favas com machismo e homofobia. O sargento agora é bem-vindo.

Como fica a bancada feminista da Assembleia Legislativa que denunciou o deputado por causa das suas declarações preconceituosas. A própria candidata à prefeitura Alice Portugal (PCdoB) disse que a ideia é ter essa diversidade e que também sabe conquistar o povão. Já vi este filme na política nossa de cada dia. O Isidoro vai disputar o segundo turno com ACM Neto e vai ter muito voto, se não ganhar!

BIBLIOTECAS

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DO ILUMINISMO ÀS TREVAS

Com nomes de destaque nacional e internacional na música, nas artes plásticas, no teatro, na poesia, na literatura, no cinema e outras áreas do conhecimento humano, a Bahia já foi um grande celeiro de criações artísticas e de projetos que alavancaram o desenvolvimento cultural e científico do Estado.

Arrisco a dizer que as décadas mais recentes de 40, 50, 60 e até 70 do século passado foram efervescente e representaram a era do iluminismo baiano que depois foi cedendo lugar às trevas das ideias e dos pensamentos consumistas de interesses puramente comerciais.

Diferente dos tempos passados renascentistas, hoje o criador, na sua grande maioria, ao elaborar qualquer projeto ou obra artística pensa logo se está alinhado ao que o mercado quer e pede. Caso contrário, seu trabalho não sobreviverá à ditadura do mercantilismo capitalista e da patrulha ideológica.

Quando resolvi abordar o tema “do iluminismo às trevas” confesso que me veio à mente as produções musicais das décadas passadas em referência com as da atualidade com suas letras de baixo nível, principalmente a partir dos arrastões carnavalescos da chamada era do “axé music” que está mais para a existência do caos.

Vários outros segmentos da nossa cultura popular e acadêmica também se chafurdaram pelos vícios dessa produção desprezível. Nisso, algumas tradições culturais, lamentavelmente, vivem processo de extinção, como é o caso das nossas seculares festas juninas que não são mais as mesmas por causa das misturas nefastas e babélicas de outros estilos exóticos e alienígenas, cujos representantes insistem argumentar que as mudanças são necessárias porque estamos em outros tempos.

Vivemos períodos duros da ditadura militar quando as pessoas letradas, mesmo oprimidas e amordaçadas, ainda colhiam os frutos do aprendizado revolucionário educacional e cultural das décadas de 50 e 60. Aquela gente ainda tinha o gosto e o prazer de ler, pesquisar e estudar. Não aceitavam pacotes vazios cheios de papéis picados e inúteis. O que temos hoje é um bando de sofistas e surfistas.

A regressão do ensino a partir do final da década de 70 se acentuou com a redemocratização e aí, a liberdade de expressão por si só, não foi antídoto imunológico suficiente para eliminar o vírus devastador das ideias oportunistas mercadológicas. Tornamo-nos exímios consumidores de uma sopa de embalagens bonitinhas por fora e ordinárias por dentro. Tempos de Sodoma e Gomorra!

No caso específico da Bahia, que pode também servir de exemplo para todo Brasil, o inverso aconteceu com a redemocratização a partir de 1946 em que se deu a vitória sobre o nazi fascismo e o Estado Novo. Sem contar Ruy Barbosa e outros nomes de peso entre final do século XIX (República) e início do século XX, uma safra de grandes intelectuais, como Anísio Teixeira, Nestor Duarte e outros, começou a ser colhida a partir do Governo de Octávio Mangabeira.

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O PONTO DA QUESTÃO

BAIXO CLERO VIRA ALTO CLERO

A Câmara dos Deputados, hem, é digna de pena, coitada! Aliás, coitados de nós mortais! A Casa segue com sua agenda conservadora ressuscitada pelo Baixo Clero que virou Alto Clero no decorrer do comando do ex-presidente Eduardo Cunha. O novo escolhido Rodrigo Maia, do DEM, sempre foi seu aliado. Seu partido é bisneto da ARENA dos tempos da ditadura e tataraneto da antiga UDN de Carlos Lacerda. E quem diria! O DEM também está sendo ressuscitado dos mortos! Agora tem um presidente da Câmara, um ministro da Educação e um prefeito bem cotado em Salvador.

Do Baixo Clero surgiram ilustres desconhecidos que abortaram suas ideias retrógradas e nazifascistas de racismo, homofobia e xenofobia. Dos seus quadros saíram da moita deputados que nunca tinha se ouvido falar. Sobre o processo de cassação de Cunha, eles podem começar a se preparar para cantar os parabéns de aniversário de um ano, com direito a bolo e uma velinha. O Senado também não fica atrás com os senhores Renan Calheiro, Fernando Collor, Jader Barbalho e o Romero Jucá, o polivalente das tramoias e maracutaias que agora se arvora ser relator de um projeto sujo de “abuso de autoridade”.

CONQUISTA MACHISTA!

Eleições municipais e as mesmices de sempre, salvo algumas regras da capenga “reforma eleitoral”. Fora isso, os nomes e os métodos empregados para enganar o eleitor com promessas vãs são os mesmos. Para não variar, nenhuma mulher é candidata à prefeitura da terceira maior cidade da Bahia e isso nunca aconteceu em toda sua história. Seria a marca do machismo ou falta de mobilização política das próprias mulheres? Desinteresse ou descrédito e desencanto com a política nestes tempos de caos?

ÁGUA E AEROPORTO

Seja como for e quem for, o próximo prefeito de Vitória da Conquista tem que pensar de forma grande, proporcional ao porte da cidade que está a necessitar de projetos de relevância em infraestrutura, que deem sustentação ao seu crescimento. Educação deve ser a prioridade, e o município merece ter sua própria política cultural, bem além dos eventos de Natal e São João que devem continuar com os mesmos formatos e conteúdos.

Embora alguns da alçada estadual e federal, o novo prefeito tem que cobrar a conclusão da obra do novo aeroporto que está virando pouso de urubu dentro de um matagal. Outra preocupação será com o abastecimento de água da cidade com a construção de uma barragem com capacidade para atender a demanda da população. O povo não merece ser tão maltratado!

TRANSPORTES PÚBLICOS

Mobilidade urbana com alternativas de outros meios de transporte público deve ser outra meta de governo, inclusive com a implantação de um novo terminal de ônibus e urbanização do existente que é feio, sujo e já está com seu espaço saturado. Um centro administrativo da prefeitura desafogaria o trânsito no centro da cidade.

RUAS, BAIRROS e PRAÇAS

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A VOLTA DOS QUE JÁ FORAM SEM UMA CANDIDATA À PREFEITURA

Na terra de dona Laudicéia Gusmão, Henriqueta Prates, Joana Angélica Santos, Geny Fernandes de Oliveira Rosa, a Dona Zaza – primeira a assumir uma cadeira na Câmara Municipal (1937), Lycia Moura, Zilda Maria Moura Costa (Zyka), Olívia Flores, Dona Dalva Flores e tantas outras de destaque no cenário econômico, político e social, uma mulher ainda não assumiu o cargo de prefeita.

Nesses quase dois séculos de história desde Vila Imperial, em 1840, Vitória da Conquista se evoluiu na economia, na educação e na cultura com grandes nomes e feitos na literatura, na poesia e na música. Enfrentou a ditadura de 1964 com a cassação de um prefeito eleito pelo povo e hoje é a terceira maior cidade da Bahia, mas nunca teve uma candidata à prefeitura.

A Independência do Pais ficou conhecida pelo chamado grito do Ipiranga As margens do Rio Ipiranga, o Principe Regente D Pedro, apos receber uma carta da corte, teria dito em voz alta á frente de sua tropa Independência ou Morte.,  o povo lotou á Avenida Integração para ver o desfile de 7 de Setembro. foto José Silva,AG Atarde.07/09/08.


foto José Silva,AG Atarde.07/09/08.

Na política estadual, Conquista sempre foi uma caixa de surpresas e mudanças ao apoiar e eleger candidatos com ideias e tendências progressistas, comprometidos com o setor social. Saiu de uma duradoura oligarquia coronelista para votar em pessoas com viés socialista de esquerda, como foi a eleição de Pedral Sampaio, em 1962.

Nas décadas de 70 e 80 rejeitou o autoritarismo carlista elegendo nomes da oposição (Raul Ferraz, Jadiel), culminando com a tomada do poder pelo PT com a escolha de Guilherme Menezes, em 1996/97. Mesmo assim, o município que mais cresceu nos últimos anos no Norte e Nordeste ainda mantém o ranço político conservador por nunca ter elegido uma mulher como prefeita, muito menos como candidata.

Av.Juracy Magalhães 1 foto José Silva

Pelo que se sabe, a única mulher que tentou e não conseguiu foi Margarida Oliveira, em 1992. Terminou sendo vice na chapa de Pedral Sampaio, mas não assumiu, preferindo continuar como deputada na Assembleia Legislativa.

Nesse sistema político vicioso, arcaico e perverso, nos anos eleitorais municipais na Bahia, no Nordeste e no Brasil em geral, como agora, está sempre na tela o chamado “clube do bolinha” com a volta dos mesmos candidatos que já foram prefeitos e vereadores, mais pela via assistencialista dos favores do que pela competência propriamente dita.

Vitória da Conquista não fica de fora desse esquema das mesmas caras, ainda mais por nunca ter tido uma candidata à prefeitura, o que vale dizer que jamais foi governada por uma mulher. Neste ano não é diferente entre os partidos que postulam o cargo, embora na história mais recente, como lá atrás, muitas mulheres continuem desempenhando funções de destaque na sociedade com seus exemplos de trabalho e dedicação.

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“UM BOM PAR DE SAPATOS E UM CADERNO DE ANOTAÇÕES” – Final

O FRIO E OS CASTIGOS FÍSICOS

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Em sua reportagem, Tchékhov descreve a solidão de Sacalina em tom poético e melancólico como no trecho: “Os trabalhos forçados, mesmo à luz dos fogos, continuam a ser o que são, e a música, quando ouvida de longe por alguém que jamais voltará à terra natal, só desperta uma saudade mortal”.

Sobre as prisões e o frio que ferem a alma, o médico pesquisador cita num de seus escritos: “Dizem que em Sacalina o próprio clima predispõe as mulheres à gravidez; mulheres idosas dão à luz, mesmo aquelas que na Rússia eram estéreis e já tinham perdido a esperança de ter filhos”. Mistérios da natureza e do tempo!

Conforme reporta, no sul da ilha os castigos físicos são mais frequentes e chegam a açoitar até cinquenta homens por vez. Os livres não tiram o chapéu para entrar nas casernas. Os forçados batem continência e tiram o gorro ao passar pelos livres.

O escritor consegue driblar a censura da época tzarista e denuncia em detalhes os sofrimentos desumanos impostos aos detentos. Dos trabalhos, o forçado volta à prisão para dormir com as roupas encharcadas e os calçados imundos; não há com que se enxugar; parte das roupas é estendida ao lado das tarimbas, sobre outra parte, sem deixá-la secar, ele se deita como que num enxergão.

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INSTINTO PRIMITIVO

O choro cínico e travado do deputado Eduardo Cunha revela todo o instinto primitivo da alma humano no que há de mais debochado e sarcástico. Representa também o avanço conservador da corrente parlamentar sobre o qual venho prenunciando há mais de cinco em conversas com amigos, embora sem ter recebido a devida atenção.

O baluarte da direita reacionária, infelizmente, consegui engessar o país porque a ala dita esquerda, para manter-se no poder a qualquer custo, acolheu as piores figuras que sempre foram simpáticas ao regime militar da ditadura de 1964 e até hoje sonham com a sua volta. As expressões  progressistas deram pouca importância para o fato e se preocuparam mais em se lambuzar com a corrupção.

Como disse a cientista social Flávia Babireski, “a direita saiu do armário” na pessoa “representativa” do Eduardo Cunha que chamou para si toda atenção da mídia, mais que os dois presidentes ora de plantão. Para quem não acreditou, está aí a chegada perigosa da maré conservadora com uma nova legião de políticos de partidos fisiológicos, empunhando a bandeira evangélica com seu projeto do Estatuto da Família.

Como fermento em bolo, o Congresso hoje conta com a Frente Parlamentar Evangélica, a maior da história do país, que reúne 79 deputados, se bem que 200 são simpáticos às suas pautas retrógradas, em nome de Deus. Fazem parte desta Frente, as bancadas da bala, da bíblia, do boi (agropecuária) e a sindical empresarial.

Por tudo isso, a política brasileira hoje gira em torno de discursos reacionários, como do deputado sargento Isidório, na Bahia, o mais cotado com 123 mil votos. O Congresso atual é tão conservador quanto o de 1964. O analista político Carlos Bacelar acredita que a face do Congresso nacional é mais suja e feia que a face dos brasileiros.

A situação conservadora é atestada através de números, que vale dizer que não parte de uma opinião subjetiva. Foi feita um levantamento e se constatou que as bancadas da Câmara dos Deputados estão distribuídas em 35 da bala, 200 da bíblia, 207 agronegócio, 43 sindical, 202 empresarial e apenas 30 dos direitos humanos. Na Assembleia Legislativa da Bahia, 15 são da bala, 25 da bíblia, 37 agronegócio, oito sindical, 40 empresarial e sete minguados representantes dos direitos humanos. É o instinto primitivo, minha gente!

“UM BOM PAR DE SAPATOS E UM CADERNO DE ANOTAÇÕES” (I)

Como fazer uma reportagem

Uma viagem ao inferno dos deportados, dos condenados a trabalhos forçados, dos carcereiros, dos colonos e dos camponeses foi feita pelo médico e escritor Anton Tchékhov aos 30 anos à ilha Sacalina, na Sibéria Oriental, em 1890, durante o império russo tzarista.

O recenseamento dos habitantes do local foi um pretexto que o autor aventureiro encontrou para realizar seu objetivo maior de escrever o livro “A Ilha de Sacalina”, do qual o prefaciador Piero Brunello fez uma seleção de textos que gerou “Um Bom Par de Sapatos e um Caderno de Anotações” – Como Fazer uma Reportagem.

Como está explícito no subtítulo, o livro da editora Martins deve ser uma leitura de constante aprendizagem para estudantes de jornalismo, profissionais e pessoas interessadas no assunto porque oferece valiosas dicas e passos importantes de como observar os locais; tratar as fontes; e fazer uma entrevista para conseguir uma boa reportagem jornalística.

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Com o avanço tecnológico e o advento da internet, o título poderia ser atualizado para “Um Bom Par de Sapatos e um Gravador com uma Máquina Fotográfica”, se bem que ainda gosto do caderno de anotações. O conteúdo do livro permaneceria o mesmo.

O jornalista para ser um bom repórter tem que gastar sola de sapato e não ficar enfurnado numa redação durante todo tempo diante de uma tela de computar usando aplicativos e e-mails para fazer uma reportagem. Tem que ser cético como Tchékhov. Para ele tudo era matéria e que fora dela não há verdade. O escritor Tolstói certa vez o definiu como ateu absoluto, mas excelente pessoa.

Tchékhov em seus trabalhos definia o escritor não como um confeiteiro, mas como um repórter e perguntava: O que você diria de um repórter que por repulsa ou pelo desejo de satisfazer os leitores, descrevesse apenas prefeitos honestos, damas sublimes e ferroviários virtuosos? A indagação ainda é atual aos tempos de hoje.

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