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:: 16/abr/2025 . 22:58

MEDIDA PROTETIVA, DINHEIRO E FELICIDADE

A impressão que temos é que o ser humano gosta de ser enganado, principalmente o brasileiro que tem um baixo nível de percepção intelectual e questionamento. Existe um monte de coisas em nosso Brasil onde as autoridades e os poderes constituídos passam o tempo todo nos iludindo, passando imagens como verdadeiras, quando são falsas e mentirosas.

Uma das maiores ilusões que o cidadão ou a cidadã aceita é a tal medida protetiva, criada pelo judiciário para “proteger” a mulher agredida e ameaçada de morte pelo marido ou namorado. O cara usa de violência contra a esposa e aí o delegado ou delegada impõe a ele a tal medida protetiva, isto é, ele não pode se aproximar da vítima.

O mais engraçado e ilusório é que as pessoas da sociedade e a própria mulher acreditam nessa estorinha da carochinha. Ora, se o indivíduo foi “punido” com a tal medida protetiva, gostaria de saber e indagar se algum agente público (soldado ou policial) vai acompanhar o cara 24 horas para evitar que ele cometa o crime?

A resposta é bem clara que não, pois não existe um contingente suficiente nas corporações militares para realizar esse trabalho de seguir o agressor o tempo todo. Então, meu amigo e amiga, essa medida é falsa e só funciona na teoria. Na prática ela sempre tem resultado em morte e assassinato.

Ainda recentemente a mídia anunciou que uma mulher foi morta pelo marido ou namorado que estava sob medida protetiva. O mais grave era que o elemento ainda carregava uma tornozeleira. Ele tirou o equipamento e, tranquilamente, foi lá e deu cabo da mulher. Como este, são dezenas e centenas de casos que acontecem nessa situação. Portanto, é uma medida enganosa. Acredite se quiser.

O mesmo ocorre nessas tais prisões domiciliares, sobretudo para os bandidos chamados de colarinho branco, os corruptos no popular. O juiz expede o alvará de soltura da cadeia para o sistema domiciliar com tornozeleira e estabelece diversas condições, como não sair de casa, não usar celular, não conversar com cúmplices, não receber visitar e outras exigências que não são cumpridas.

Como a tal medida protetiva, perguntaria se alguém do judiciário ou da polícia vai vigiar o sujeito para que ele não cometa delitos? Não me venham com essa que o cabra está sendo observado virtualmente. É mais uma mentira, uma fake news. A gente prefere ser enganado e acreditar.

Outro faz de conta é “vamos investigar e apurar os fatos” quando existe abuso de puder ou de autoridade por parte da polícia, negligência médica, crime de mando, erros judiciais ou acidentes dolosos. A imprensa noticia o fato e, como sempre, o episódio criminoso cai no esquecimento. A sociedade não cobra e outros absurdos ocorrem com a mesma intensidade, com a conversa fiada de que haverá punição “doa em quem doer”. Prevalece sempre a impunidade.

Outro papo furado é a pessoa, para consolar o outro que está em situação difícil e endividado financeiramente, dizer que dinheiro não traz felicidade. Pode até ser que em certas circunstâncias, como no caso de doença grave e terminal de um amigo ou parente, essa frase seja assertiva.

No entanto, no geral, o dinheiro traz sim felicidade para realizar seus desejos e sonhos, mesmo porque vivemos num sistema capitalista onde o danado cobiçado é o deus maior. Quando a pessoa está sem nenhuma grana e num beco sem saída, ela fica desesperada; entra em depressão; fica irritada, mal-humorada e até violenta. Em muitas ocasiões, a falta do money provoca até separação entre casais; desagrega famílias; e resulta em infelicidade.

Nos acostumamos a aceitar determinadas coisas sem questionar se estão corretas ou não, se são enganação ou não, porque somos comodistas e individualistas por natureza. Em algumas questões, por baixa capacidade cognitiva e intelectual e outras porque distanciamos muito do coletivo e escolhemos não darmos ao trabalho do refletir e pensar o que é certo e errado, bem como diferenciar o normal do anormal.

 

 

CÂMARA DE VEREADORES QUER NOVA SEDE

Quando os vereadores se reúnem com a prefeita com intuito de construir uma nova sede para a Câmara Municipal, isso me faz lembrar dos equipamentos culturais que estão fechados há anos por falta de reforma, mesmo diante de tantos pedidos dos artistas, com documentos e abaixo-assinados.

O argumento dos parlamentares, que já contaram com o apoio do poder executivo através da concessão de um terreno, é de que o prédio na rua Coronel Gugé com o antigo anexo da rua Zeferino Correia, erguido em 1910, não comporta mais o contingente de 23 vereadores (há 30 anos eram 11) e que a plenária tem espaço limitado para receber os participantes das sessões.

Nosso povo tem pouca memória quando eles mesmo disseram que o aumento no número de edis não iria implicar em custos para os contribuintes. Trata-se de uma grande falácia para enganar a nossa gente que está sempre sendo manipulada e é, infelizmente, comprada na hora da votação.

O aumento de vereadores não tem como não gerar mais custos no orçamento municipal, com mais gabinetes, salários para o vereador e seus auxiliares, verbas de indenização e outros benefícios concedidos pelos cofres públicos, boa parte vinda do Fundo de Participação dos Municípios.

Outra enganação é que a plenária ou o auditório já está limitado para receber os conquistenses que frequentam as sessões. Ora, aquele auditório Carmem Lúcia só lota poucas vezes em sessões especiais em homenagem a uma determinada categoria ou em eventos mais solenes. Na maioria das reuniões ali está sempre vazio.

Portanto, considero mais um absurdo a prefeitura despender mais recursos para construir outra sede luxuosa quando não atende as reivindicações do setor cultural que vem lutando pela abertura do Teatro Carlo Jheovah, o Cine Madrigal e a Casa Glauber Rocha, na rua Dois de Julho, cujos espaços estão sendo destruídos pela ação do tempo. É por essas e outras que venho afirmando que a prefeita Sheila Lemos sepultou nossa cultura.

Pelos últimos números, existem no Brasil 60.311 vereadores. Até 2013 eram 51.748. O país gasta anualmente cerca de 24 bilhões de reais com os mais de 60 mil vereadores, dinheiro que poderia muito bem ser empregado nas áreas da educação e da saúde.

Até o período do regime militar, no início da década de 60, o vereador não era remunerado e as câmaras funcionavam bem melhor em termos de prestação de serviços à população.

Em Vitória da Conquista, a terceira maior cidade da Bahia com cerca de 400 mil habitantes, só são realizadas duas sessões por semana, com pautas de poucos projetos e mais de indicações e moções de aplausos.

Além das câmaras de vereadores e assembleias legislativas, temos um Congresso Nacional (531 deputados e 81 senadores) mais caro do mundo, conservador e que legisla visando seus próprios interesses, num país com o mais profundo índice de desigualdade humana. Podemos dizer que é o maior cancro do Brasil.

 





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