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:: 15/abr/2025 . 0:26

A COLUNA PRESTES NO SARAU

Foi mais uma noite memorável cheia de programação cultural, tendo como tema principal “A Coluna Prestes e seus Desdobramento Políticos” na palestra do nosso companheiro Eduardo Morais. Estamos falando de mais uma edição do Sarau A Estrada, realizado no último sábado (dia 12/04/25), no Espaço Cultura do mesmo nome, com a participação de mais de 30 pessoas entre jovens, artistas, intelectuais, professores e interessados pela cultura.

Os trabalhos foram abertos pelo membro da comissão Dal Farias e logo depois o jornalista Jeremias Macário e sua esposa Vandilza Gonçalves fizeram o anúncio da mudança para outra casa, mas todos garantiram que o Sarau, que   está completando 15 anos de existência, vai continuar com suas atividades artísticas.

Jeremias aproveitou a ocasião para prestar uma homenagem ao ativista cultural Massimo Ricardo de Benedictis, com um minuto de silêncio pelo seu falecimento na semana passada. Ricardo deixou seu legado na cultura de Vitória da Conquista, com seus projetos e promoção de eventos importantes.

Mais alguns informes da presidente da comissão, Cleu Flor sobre a prestação de contas da arrecadação do fundo, o processo do andamento do registro do Sarau em cartório e Eduardo fez um relato histórico e político da Coluna Prestes, que teve seu início com o movimento tenentista de São Paulo, em 1918.

A partir da cidade de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, a Coluna, dirigida por Luis Carlos Prestes, cortou todo Nordeste brasileiro percorrendo mais de 25 mil quilômetros e terminou por volta de 1927/28 no Sul do Mato Grosso quando seus membros se dispersaram e adentraram na Bolívia, por causa das perseguições do governo federal de Venceslau Brás.

O movimento, que buscava mudanças na política, reformas nas áreas social e educacional, principalmente, como bem pontuou Eduardo, foi inspirado nas ideias socialistas da Revolução Russa de 1917.  Ele fez um relato sobre a passagem da Coluna pelo Nordeste que lutou no combate ao coronelismo da época e às injustiças sociais contra o sertanejo do interior urbano e do campo.

Como em outras revoltas e rebeliões pelo Brasil em defesa da liberdade e da democracia, a Coluna representou um marco na história, segundo o palestrante. Para depreciar suas ações, os coronéis disseminavam que seus membros eram revoltosos, matavam crianças, idosos e estupravam mulheres. Diante desses boatos, as pessoas temiam quando eles chegavam nas cidades.

Logo no início da sua marcha, Eduardo destacou também a realização da Semana da Arte Moderna, em 1922, em São Paulo, movimento liderado por Mário Andrade, Oswaldo de Andrade, Tarcyla do Amaral, Anita Malfatti, dentre outros, chamado de antropofágico por valorizar as artes nacionais e em prol da democracia.

Na Bahia, a Coluna passou por Condeúba, Mucugê e outras cidades. Muitos foram mortos pelas tropas do governo e quando chegaram em Mato Grosso restavam poucos. Carlos Prestes foi para a Bolívia e de lá para a União Soviética como exilado.

A nossa companheira Viviane Gama fez uma homenagem às mulheres falando de seus enfrentamentos pela igualdade entre os homens. Reviveu os tempos passados onde as mulheres tinham um lugar inferiorizado como simples donas de casa, mas que ainda existe muitas coisas para serem conquistadas na sociedade moderna.

Após os debates, o músico, poeta e compositor Manno Di Souza abriu as cantorias, juntamente com Alisson Menezes, nosso visitante, Dorinho Chaves e Alex Baducha. Como não poderia deixar de acontecer no Sarau, abriu-se uma rodada de declamação de poemas autorais onde muitos tiveram a oportunidade de expressar suas obras.

Foi mais uma noite de confraternização, de comes e bebes, num clima de harmonia, troca de ideias e conhecimento, como tem sido o Sarau a Estrada nesses seus quinze anos de existência, um período ainda novo, mas que já se transformou num ambiente familiar e de respeito às diferenças ideológicas de cada um.

Houve várias postagens no grupo com referência ao Sarau, como a de Cleide que enalteceu a luz radiante da Lua Cheia e a alegria ímpar dos benfeitores da cultura. Vida longa ao Sarau. Humberto disse que o evento ocorreu como sempre, num clima de completa paz e harmonia.

Para Humberto, o tema escolhido ainda é pouco comentado no cotidiano, mas bastante atual em razão do momento vivido pela nossa nação, o qual foi comentado pelo companheiro Eduardo e demais colaboradores. As expressões artísticas e culturais foram momentos de destaque. Outro fato foi a presença de novos seguidores, num clima de afetos. Os componentes da comissão estão de parabéns.

Dal Farias comentou sobre a trajetória do Sarau, repleto de conhecimentos vividos durante esses 15 anos, ainda adolescente. Foram anos de grandiosos acontecimentos e emoções arraigadas. Numa troca de energias, Jeremias e Vandilza surpreendeu a todos com a notícia de ares de mudança para um novo ambiente, um momento comovente, mas compreensível. Novos momentos virão, com um tempo novo. Agradeceu a todos pelas participações, num lugar de aconchego e admirável pelas suas instalações, o acervo, os adereços artesanais e a coleção de chapéus.





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