“OH, DEUS SALVE O ORATÓRIO”
Quando nesta semana podei minha árvore (ainda não sei seu nome, mas minha esposa a chama de Trovão Vermelho) que dá flores durante todo ano para alegria dos pássaros que delas se alimentam, principalmente os beija-flores, descobri uma verdadeira arte da natureza e aí, para a obra ficar completa, tive a ideia de entre os seus trançados de galhos, colocar um oratório. Logo lembrei da música gregoriana do grande artista Milton Nascimento, “Oh, Deus Salve o Oratório”, cantada dentro de uma igreja mineira, num estilo de Terno de Reis. Tudo ficou perfeito, natureza e homem se harmonizando em prece ao criador, só que na realidade tem sido o contrário por parte do ser humano que se tornou bicho destruidor do meio ambiente. Ainda pequena, há uns oito anos, a árvore foi plantada em nosso quintal bem ao lado do coqueiro. Ela foi crescendo e se trançando em torno do coqueiro tornando-se numa obra de arte onde as aves aproveitam para fazer seus ninhos e nos encantar com suas cantorias. Ela se renova rapidamente chegando a invadir parte do quintal. Posso dizer que se trata de uma árvore abençoada. Seus galhos formam várias figuras e letras do nosso alfabeto português e ainda deixou um espaço para encaixar um oratório onde qualquer religioso ou não pode fazer sua oração como se estivesse numa capela dentro de uma árvore. Se fosse numa estrada rústica de chão do nosso sertão catingueiro, tenho certeza que teríamos uma romaria.