:: set/2018
ISRAEL E UM GOVERNO TEOCRÁTICO
Sem essa de que o povo semita foi o primeiro a ocupar as terras palestinas. É só verificar na história para concluir que não é assim. Quando Abraão se deslocou da Mesopotâmia para lá, encontrou várias tribos habitando o território em pequenos reinos. O mesmo ocorreu com os judeus quando saíram do Egito com Moisés. Tiveram que lutar para expulsar vários grupos que ali já viviam no chamado espaço eleito por Deus.
Os tempos se passaram e a região foi alvo de várias invasões estrangeiras, como dos egípcios, babilônios, persas, gregos, macedônios, romanos, otomanos e ingleses quando, depois da II Guerra Mundial, juntamente com os norte-americanos, foi criado o Estado de Israel, em 1948. De lá para cá, os árabes-palestinos que também ali habitavam foram encurralados e oprimidos num canto. Por tudo isso, os judeus sempre se colocaram como vítimas do holocausto do nazismo. No entanto, nunca deixaram de exercitar a supremacia.
É bom que se esclareça que os judeus não foram os únicos massacrados pelos nazistas. Ciganos, homossexuais, classes mais inferiores, comunistas e outras categorias foram exterminados pelo ódio nazista. Com relação ao novo país tomado na força através de guerrilhas, outros conflitos aconteceram e a paz nunca foi alcançada porque Israel não admite um estado palestino.
Há pouco tempo o governo ultradireita israelense aprovou uma lei racista, reconhecendo a supremacia judaica sobre os demais povos, rememorando exatamente os princípios nazistas. Essa tendência vem se registrando nos Estados Unidos (Donald Trump), em países da Europa e até aqui mesmo em nosso Brasil onde a elite procura dificultar a implementação de políticas sociais.
Talvez por se considerarem sempre eleitos divinos na história, o parlamento aprovou uma lei definindo Israel como estado-nação do povo judeu. As minorias do território (21% de árabes e 1,6% de druzos) e a oposição judaica acusam o governo de racismo. O documento do legislativo não fala de igualdade. Por coincidência, na Declaração de Independência não consta a palavra democracia, mas o termo lido pelo ex-premier David Bem Gurion, ao anunciar a criação do estado, diz que Israel patrocinará o desenvolvimento para o benefício de todos os habitantes.
GOVERNO TEOCRÁTICO
Como um assunto puxa o outro, se bem que do lado de cá dos trópicos, com outras nuances, deixa-me espantado declarações do bispo-prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivela, ratificando posições do seu tio Edir Macedo, bispo fundador da Igreja Universal.
Segundo Crivela, “Nós temos que mudar esse país. É um sacrifício grande a gente estar na política, mas não podemos fugir, pois só o povo evangélico pode mudar esse país. Entre nós não há corrupção. Pegamos a oferta do povo, levamos ao escritório, contamos tudo e construímos igrejas. É esse Brasil evangélico que vai dar jeito na pátria”.
UM FILME ARRANHADO E SEM CORES
Eles continuam com o mesmo discurso do blablablá bolorento de uma República caduca de candidatos cínicos caras de paus que não passam nenhuma expectativa de mudanças. De tão arranhado e desbotado, de cor amarelada pelo sol tropical, o filme está truncado e perdeu totalmente seu enredo. De tão cheio de ruídos, o som ficou inaudível e só dá para escutar alguns grunhidos primitivos.
Mesmo assim, tem muita gente que ainda segue os arranhões e os alaridos, e não se sentem perturbados. Estes esperam ser abençoados com os falatórios genéricos de propostas sem nexo, e não perdem a esperança e a fé. Aliás, nesta terra de todos os deuses e religiões, a ordem vinda do Olimpo é não perder a fé jamais, não importando quanto seja a falta de vergonha na cara dos personagens de sempre.
Há pouco tempo se ouvia nas ruas e em todos os lugares que se andava, expressões de revolta e condenação contra todos que traíram o povo com suas falsas promessas, e até dilapidaram os cofres públicos. Vamos dar o troco! É tudo zoeira! Agora se vê um ajuntamento, onde cada grupo procura, de unhas e dentes, defender seu “representante” predileto, por achar que ele é o cara certo.
Apesar das brigas e destilação de ódio e intolerância, inclusive entre amigos e parentes, termina cada um votando no seu ladrão em outubro. Nem todos do lado de cá ficam contentes, mas eles, do lado de lá, provam, mais uma vez, que a opinião pública não tem opinião, que povo ignorante e fragilizado pela pobreza e miséria é fácil de ser manipulado com favores e discursos vazios.
Para comprar o voto da grande maioria de necessitados e desesperados, tem aquele que diz que vai limpar o nome dos que estão sujos nos serviços de proteção ao crédito. Revigora a chama da esperança. Tem aquele que grita de lá que vai dar o vale gás para que ninguém cozinhe seu feijão no fogão à lenha. O outro berra que vai dar um tiro na violência em nome da família, da tradição, da pátria e de Jesus. Tem aquele que morde e assopra no seu adversário, e ainda aquele das coligações com gente da pior espécie.
Não reza a lei que é proibido comprar voto? Então, que se cumpram as regras determinadas pela legislação e se vete qualquer tipo de estelionato, golpes e contos do vigário. Nesse mercado de genéricos, sem programas consistentes, todos, como numa combinação entre eles, garantem saúde e educação de qualidade. Vão acabar as filas, e os pobres vão se sentar na mesma mesa dos patrões. Adeus desigualdade social! Agora é a nossa vez!
A sorte está lançada. Façam seus jogos, senhores! Tem preso condenado; tem o indiciado, denunciado, ladrão solto que ainda não foi julgado; tem o safado que roubou medicamentos dos idosos e merenda escolar das crianças; tem os fraudadores da previdência social; e tem o homem das malas, das sacolas e das cuecas cheias de dinheiro.
A feira é livre! Façam suas escolhas e aproveitem porque outra festa só nos próximos quatro anos. Todos já bateram pé firme de que são inocentes, e que estão sendo injustiçados. Eles não ligam pra listas de corruptos e imorais políticos porque cada um já tem, há anos, seu manso público fiel.
OS ASSASSINOS DA CULTURA
Depois da destruição completa do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, pelo incêndio do último domingo, os cínicos assassinos da cultura aparecem para dar entrevistas fajutas sobre o ocorrido, sempre com justificativas de que estavam agilizando medidas para preservação do seu acervo. Quem será a próxima vítima de destruição?
O presidente mordomo de Drácula solta nota de lamento e anuncia verba e ações conjuntas para reconstruir o Museu de 200 anos que contava com peças valiosas e históricas da humanidade. Cadê os investimentos de manutenção do prédio? Recuperar mais o quê? Vão fazer cópias falsas?
Prometem investigar as causas do incêndio. Mais uma vez, para que? Para não dar em nada e ficar por isso mesmo? Por acaso, os verdadeiros responsáveis vão ser punidos? Está na cara que não. Mais uma vergonha brasileira que repercute negativamente no exterior. Estamos vivendo num país destroçado e aniquilado.
Como andam as coisas neste país falido e desgovernado, de mal a pior, estava demorando acontecer uma tragédia anunciada por aqui de grandes proporções, quando não são fatos políticos escandalosos de corrupção, roubos, falcatruas e mortes cruéis de crianças e jovens por balas perdidas.
Num Brasil que nunca deu prioridade à educação e ao seu patrimônio histórico, os assassinatos cometidos contra a cultura não são de hoje. Há pouco tempo foi o incêndio do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Dizem que estão fazendo outro, com o nosso dinheiro.
Por falar nisso, nossa língua está sendo assassinada todos os dias por neologismos estrangeiros. Nos estabelecimentos comerciais, empresas e lojas nos shoppings center as placas são todas em inglês, e não existe uma lei para acabar com essa agressão. A maioria nada entende o que está escrito nas casas, mas todos acham bonito. Mais uma vez, fala alto o complexo de inferioridade e o modismo de imitar tudo o que é de fora. Não passamos de papagaios.
Todas as vezes que se fecha uma biblioteca, que se deixa um museu pegar fogo e entrar em ruínas o patrimônio público, está se assassinando a cultura brasileira, e ninguém toma providências. Aqui mesmo em Salvador, e até em Vitória da Conquista, o que ainda resta de arquitetura antiga está caindo aos pedaços. Caso específico do Centro Histórico de Salvador.
Na última vez que estive no Rio de Janeiro, no final do ano passado, vi com meus próprios olhos, o estado de precariedade e penúria da Biblioteca Nacional e outros equipamentos públicos. Contra o abandono, vi funcionários em protesto colocando fitas pretas nas peças e estátuas. Todos estavam de luto. Pelo andar da carruagem, a vez desses acervos públicos também vai chegar. E ai, lá vem mais lamentos e entrevistas dos cínicos que estão destruindo nosso Bpatrimônio.
O CEASA, LAGOA DAS BATEIAS E O CARTEL DA GASOLINA EM CONQUISTA
Falei aqui em outras oportunidades de locais de Vitória da Conquista que são uma vergonha pelas suas péssimas imagens, e que não devem ser apresentados a visitantes. O Terminal de Ônibus da Lauro de Freitas (o Cabeça de Porco) é um deles, mas outros, como o Ceasa Atacado e a Lagoa das Bateias, se transformaram em verdadeiros atentados à saúde pública, pondo em risco vidas humanas que devem ser preservadas. O Ceasa, por exemplo, já deveria ter sido interditado.
O caso do cartel nos preços da gasolina em Conquista é uma aberração escancarada à vista que o Ministério Público e a Polícia Federal não tomam providências drásticas para punir os responsáveis, mesmo com o clamor dos consumidores. Há cerca de 10 anos, ou menos que isso, o custo do combustível na cidade era um dos mais baixos da Bahia, e digo isso porque sempre andei em outras regiões e moro aqui há 27 anos..
De uns tempos para cá é um dos mais altos do interior, e o pior, sem justificativa plausível. Muito pelo contrário, deveria ser mais barato porque Conquista pega gasolina, em Jequié, a 150 quilômetros de distância. É um paradoxo em termos de custos de fretes quando se compara com outros municípios. Será que o Ministério Público quer maior provocação que esta, para agir contra os donos de postos?
Cortei daqui de Conquista até Juazeiro, no norte da Bahia, e só vi preço igual naquela cidade, mas compreensível devido a distância de 500 quilômetros de Salvador. Com isso, entendo que os empresários daqui são os que mais lucram com o produto, e ainda negam que haja cartel. Não adianta fazer pesquisa de preços em Conquista porque, praticamente, são iguais.
Quanto a Ceasa Atacado, que funciona na Avenida Juracy Magalhães, trata-se de um problema ainda mais grave porque lida com o abastecimento de produtos hortifrutigranjeiros consumidos por seres humanos. É uma questão de saúde pública e, por tal motivo, o local já deveria ter sido interditado pelos poderes constituídos. Cadê a vigilância sanitária e o Ministério da Agricultura? O volume de sujeiras ali é inadmissível.
Alguém deve contestar este reclamo, alegando que se for tomada esta posição, pode provocar uma crise de abastecimento na população da cidade. Pode até ser, mas vamos continuar assim, consumindo alimentos contaminados por ratos, baratas e sujos, colocando em risco a vida das pessoas? Que pelo menos se dê um ultimato para que se encontre uma solução em curto tempo. Ficar como está, comendo porcaria, é um atentado e um desrespeito para com o consumidor.
A Lagoa das Bateias, na saída para Anagé, é outro descaso por parte do poder público. Além do mau cheiro dos esgotos que são despejados no local, a lagoa, que há muito tempo deixou de ser isso, virou depósito clandestino de corpos humanos vítimas de assassinatos e outros crimes de extermínio. Transformou-se também num cemitério de esgotos.
Ali devia ser um ambiente prazeroso para ser visitado por moradores e gente de fora, mas se recomenda distância, porque é mais uma vergonha da cidade para ser mostrada a quem chega de fora. Fiz isso há pouco tempo e não me senti bem. Ali devia ser um parque de diversão e encantamento para crianças, jovens e idosos. Hoje é uma lagoa de esgotos e lixo, sem falar nos equipamentos que foram destruídos.











