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A PREPOTÊNCIA E A BURRICE ELEGERAM O BOLSONARO PRESIDENTE

Um capitão da reserva, deputado federal do chamado baixo clero, sem muita expressão, a não ser através de suas polêmicas de extrema-direita, virou um fenômeno de massa, um mito, e tornou-se domingo (dia 28/10) no presidente do Brasil, graças à prepotência da cúpula do PT e a burrice na votação do primeiro turno quando Ciro Gomes era apontado nas pesquisas para o segundo turno como o único que poderia derrotar qualquer candidato, inclusive os dois que ficaram para a final da disputa eleitoral.

Esses dois fatores e mais a corrupção que levou o país a mergulhar numa crise ética e moral, sem precedentes, formaram o conjunto da obra que deu a vitória a Bolsonaro, ou Bolzonaro de família italiana de Anguillara, com as palavras de ordem, pátria, família e Deus no arrastão dos evangélicos e conservadores. Na verdade, a corrupção não foi só do PT, mas o partido foi o carro-chefe que irritou os brasileiros pelo seu orgulho e bravatas do seu líder maior em não fazer uma autocrítica, uma mea culpa. Mais uma vez, não pensaram no Brasil, mas exclusivamente no poder.

Primeiro foi o fora Dilma com o impeachment e o apoio a Temer, o mordomo de Drácula, que castigou os trabalhadores e cortou programas sociais com as reformas fiscal e trabalhista. Os desmandos continuaram, os 13 milhões desempregados não voltaram ao mercado, a falta de segurança piorou e o novo presidente foi indiciado em atos de corrupção. Os bate panelas ficaram calados e agora voltaram para eliminar o PT do poder.

Faltou humildade e sobraram provocações de há muito, do tipo “é nós contra eles” e até ameaças de luta armada caso perdesse o poder e seu chefe maior fosse preso. Com seu estilo agressivo em seus discursos de palanque, o próprio Lula perderia essas eleições se a ele fosse dada a liberdade e o direito de se candidatar. Talvez até com diferença maior. Como resposta, numa espécie de vingança e rancor reprimidos, o outro lado do eleitorado preferiu o outro, ainda mais ofensivo nas palavras.

Nunca uma eleição no Brasil foi tão carregada de ódio, intolerância, violência e fake news. A maior vítima foi a verdade. Bem antes do Bolsonaro se declarar postulante ao cargo, a esquerda, intelectuais, artistas e muita gente não acreditavam que ele se elegeria, que a extrema-direita e o retrocesso teriam voz. A facada no dia 6 de setembro o beneficiou e fez crescer mais ainda a revolta contra o PT. O sentimento de raiva transbordou.

As redes sociais ajudaram o candidato, mas o esquema de repúdio e revolta já estava armado para eleger o presidente que bate continência para a bandeira dos Estados Unidos, que tratou os quilombolas de animais pesos pesados por arrobas, xingou mulheres de vagabundas que não serviam nem para serem estupradas, defendeu a ditadura e a tortura, falou em banir os vermelhos, disse que preferia um filho morto a ser gay, elogiou o torturador Carlos Brilhante Ustra e fez até apologia à violência na base de todos armados.

No segundo turno apareceu o Bolsonaro bonzinho vítima da facada de um aloprado, defendendo a liberdade de expressão e de cada um ter o direito de ser o que quiser, uma imprensa livre, a Constituição e a democracia, mais benefícios para o Bolsa Família que ele tanto criticou, os homossexuais, a união de todos e um governo de conciliação. Até desculpou-se, coisa que o PT não fez e continua no mesmo tom, de ter falado tantas bazófias no calor das discussões. Desapareceu a pregação fascista e raivosa para dar lugar a ideias, de certo modo, até progressistas. Virou o candidato da “esquerda”.

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OS JUMENTOS HUMANOS ESTÃO ACABANDO COM OS JEGUES DO SERTÃO

Cantado em prosas e versos por repentistas, trovadores e muitos outros artistas, inclusive pelo grande Luiz Gonzaga, o jegue até transportou o menino Jesus no deserto até o Egito, para livrá-lo da perseguição de um rei. Pode-se até dizer que se trata de um animal sagrado.

Há uns 40 a 50 anos na Bahia os sertanejos viviam apreensivos com os caçadores de jegues que eram apanhados nas estradas, ou comprados nos pastos secos por preços irrisórios, para serem levados a um abatedouro de jumentos, burros e cavalos, instalado em Senhor do Bonfim, no norte do estado. Se não me engano, as carnes, as vísceras e os couros eram exportados para o Japão ou para a China. Como jornalista cheguei a fazer uma reportagem sobre o caso.

Lembro que um desses atravessadores, tipo corretor de jegues, esteve no terreno do meu pai fazendo uma proposta indecente de compra para levar seu animal, que tanto nos servira para carregar mandioca na roça e transportar a farinha para a feira da cidade de Piritiba. Meu pai, como se diz no popular, virou uma fera co0ntra o chamado holocausto do jegue e escorraçou o sujeito da porta na ponta da faca. Saiu correndo sem olhar pra trás.

Meu pai tinha uma grande estimação e dever de gratidão pelo jumento, como se fosse um ente irmão que sempre ajudou no sustento da família, trabalhando dia e noite. Ficou revoltado com a ação das matanças indiscriminadas e jurou que seu jegue morreria caduco de velho em seu pasto, e assim aconteceu. Foi um gesto de amor e reconhecimento.

Nas feiras das cidades e nos povoados do interior, eles tinham até currais de recolhimento, enquanto o sertanejo ia vender suas mercadorias e fazer suas compras. Cada um trazia os seus jumentos carregados de farinha, frutas, verduras e cereais, e retornavam para suas casas montados neles, proseando e contando causos no ritmo da lentidão do tempo, na base do trote vagaroso. Eram bem tratados e cada um valorizava e preservava seu bichinho.

Este holocausto dos jumentos perdura até hoje, e pouco se tem feito para evitar esta barbaridade dos humanos jumentos. Por muito tempo o jegue é um símbolo do Nordeste e está na hora de se criar um movimento para evitar seu desaparecimento, como existem as sociedades, os grupos e as ongs protetoras das baleias, das tartarugas, das araras, dos papagaios, dos cachorros e de outros animais para evitar suas extinções na terra.

São ações válidas, mas o pobre do jegue, por ser também chamado de jumento, de burro imbecil, não merece a mínima atenção dos ambientalistas. É como se essa espécie fosse considerada de classe inferior imprestável, de pouca importância para a preservação ambiental, substituída pelas máquinas dos cavalos de aço motorizados. Ninguém no campo quer mais saber do jumento, e em pouco tempo só vai ser lembrando pelas novas gerações através de fotos. Enquanto isso, prolifera a raça dos humanos burros jumentos que primam pelo ódio e a intolerância.

Passados os anos, a sociedade capitalista avarenta irracional continua exterminando os nossos inocentes animais da espécie, que por séculos serviram o nordestino no transporte de cargas. Como sempre, esses gananciosos do lucro agem como jumentos animais levando os outros mais nobres inofensivos para o abate, sem contar as crueldades praticadas contra esses bichos antes de entrarem nos matadouros da morte.

Há algum tempo a carne passou a ser exportada, o que aumentou o risco de extinção. Na Bahia, por exemplo, foi autorizado pelo governo o abate em Miguel Calmon, Amargosa e em Itapetinga onde, nesta cidade, se constatou a prática de terríveis maltratos por parte de uma empresa da China. Ninguém mais falou do assunto.

Para reforça a luta em defesa desses animais foi instalada em 2016 a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, que promoverá em 25 de novembro, atos em várias cidades do Brasil, inclusive em Salvador. Medidas similares devem ser multiplicadas como no Ceará onde criaram “santuários”, áreas destinadas a abrigar os jegues que são abandonados pelos donos e vagam pelas margens das rodovias, passando fome e morrendo atropelados.

 

PROGRESSO E FASCISMO PEGAM “FOGO” EM DEBATE NA CÂMARA

As eleições elevaram o tom dos debates na sessão de ontem (dia 24/10) na Câmara Municipal de Vereadores de Vitória da Conquista quando o parlamentar David Salomão subiu à tribuna para dizer que as forças armadas estão de prontidão, após o pleito do dia 28, para garantir a lei e a ordem, em defesa da pátria. “Preparem que em janeiro as forças armadas estão chegando, seus canalhas” – disse Salomão com seu estilo sempre raivoso.

O discurso instigou respostas duras por parte de representantes do PT e de partidos da esquerda. O vereador Wladimir Dias afirmou que a disputa eleitoral em sua reta final colocou em pauta um projeto progressista e outro fascista de exclusão dos negros, das mulheres e das minorias de um modo geral. Destacou que este discurso de ódio é ridículo e fez um apelo para que todos compreendam as diferenças.

As vereadoras Nildma Ribeiro, do PC do B e Viviane Sampaio, do PT também repudiaram a fala do colega David Salomão, de acordo com elas, de sentido fascista que pretende retirar direitos adquiridos das pessoas e vai de encontro à democracia. O pastor e parlamentar Sidiney Oliveira criticou a enxurrada de fake news nestas eleições e condenou a fala do candidato Fernando Adadd que classificou seu líder Edir Macedo, da Universal do Reino de Deus, de charlatão e que só pensa em lucro.

Fora as escaramuças na política, onde os ataques focaram as agressividades de David Salomão, inclusive com ameaças de ser denunciado na comissão de ética por falta de decoro parlamentar, a sessão aprovou nomes de pessoas da cidade que vão receber o título de cidadão conquistense e requerimentos diversos.

A parlamentar Lúcia Rocha elogiou o trabalha de limpeza do açude do distrito de Batepé que está sendo realizado pela Prefeitura Municipal. Adenilson Pereira defendeu mais pavimentação asfáltica nos bairros mais pobres, e não somente nas áreas de maior poder aquisitivo. O presidente da Casa, Hermínio Oliveira, fez duras críticas à empresa Via Bahia que, segundo ele, faz muito pouco em torno de Vitória da Conquista em comparação com o que é realizado em outras localidades.

O parlamentar Coriolano Moraes falou da necessidade do poder público e do setor privado direcionar mais recursos para o fortalecimento da  Associação dos Deficientes Físicos. Sobre a atual política, ressaltou que se vive momentos difíceis, e conclamou a todos para se unir em prol do fortalecimento da democracia.

Cícero Custódio pontou a questão precária da nossa saúde, tanto local como nacional. Citou que o Brasil perde 11 leitos hospitalares por dia. De acordo com sua opinião, o sistema está falido e apontou, como exemplo, o Hospital Regional onde faltam medicamentos e vagas para atendimento dos pacientes. Ele sugeriu que se forme uma comissão para analisar a situação, principalmente sobre a lotação da unidade hospitalar.

Sobre o setor no Brasil, uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios constatou que em dez anos o país perdeu 41.388 leitos hospitalares do SUS. Em 2008 eram 344.553 leitos contra 303.185 em 2018. Pediatria e obstetrícia foram as especialidades mais atingidas. Foram fechados mais leitos no SUS que nos hospitais privados. O Conselho Federal de Medicina indica que no Nordeste, a Bahia foi o estado que mais perdeu leitos. As unidades caíram de 25.132 em 2010 para 23.216 em 2018.

CURIOSIDADES DO MUNDO GREGO -FILOSOFIAS E SABEDORIAS (parte VIII)

GUERRA DO PELOPONESO – O império de Atenas se chamava Confederação, mas, na verdade, o que existia mesmo era o controle comercial e político dela subjugando as outras cidades satélites. Para começar, os cidadãos da Confederação não tinham os mesmos direitos. Quando existiam conflitos onde estava envolvido um ateniense, só os magistrados de Atenas tinham competência para julgar, conforme relata o autor de “História dos Gregos”, Indro Montanelli.

Em 459 a.C. Atenas usara a frota para tentar expedição ao Egito e expulsar os persas ali instalados. A frota de Atenas que devia servir à causa comum, foi utilizada para esmagar uma revolta nos estados de Egina, Eubéia e Samos. Esparta, de origem dórica, guerreira, aristocrática e conservadora, que não era grande cidade cosmopolita, mas contava com muitos quarteis no interior do Peloponeso, encarava as repressões como sinal de fraqueza.

Diante dos conflitos entre os estados e uma aparente guerra, Péricles realizou uma conferência de cúpula, tentando trazer toda população da Ática e o exército para dentro dos muros de Atenas. Esparta, no entanto, achou que aderir seria reconhecer a supremacia de sua rival. Muitos estados fizeram o mesmo e a cúpula foi um fracasso.

O problema era saber quem tinha a força de unificar a Grécia. Atenas era um povo jônico, a democracia, a burguesia, o comércio e a indústria. Esparta, conservadora, totalitária e grosseira. Em 435, Corcira pediu para entrar na Confederação e insurgiu-se contra Corinto. Três anos depois, Potidéia, colônia de Atenas, revoltou-se e pediu ajuda a Corinto. Péricles mandou um exército contra ela, mas não conseguiu derrotá-la.

Vendo o fracasso de Atenas, Mégara rebelou-se também e aliou-se com Corinto, que chamou Esparta. Atenas impôs o bloqueio de Mégara e Esparta protestou. De um lado Atenas com seus confederados do Jônio, do Egeu e da Ásia Menor. Esparta com todo Peloponeso (Corinto, Beócia e Mégara).

Diante da situação grave, Péricles chamou seu exército para dentro dos muros de Atenas, abandonando a Ática ao inimigo. Enfraquecido, a guerra atiçou a ira de seus inimigos, como Cléon, demagogo e corajoso, que acusou Péricles de peculato e, como ele não deu conta dos fundos secretos, foi deposto e multado, exatamente quando a epidemia levou dele a irmã e seus dois filhos legítimos. Aristóteles diz que Cléon subia à tribuna e falava numa linguagem malcriada, grosseira e pitoresca. Arrependidos, logo depois os atenienses o repuseram Péricles ao poder e deram cidadania ao filho que tivera com Aspásia.

A guerra que já durava por dez anos semeara a ruína por toda Grécia, sem solução. Ameaçada por uma revolta dos escravos, Esparta sugeriu a paz e Atenas aderiu seguindo parecer dos conservadores, como o de Nícias, cujo tratado de 421, de 50 anos, levou seu nome.

ALCIBÍADES – Aristocrata e conservador, Nícias era o homem mais rico de Atenas e tinha suas extravagancias e superstições, como a de nunca fazer nada nos dias nefastos. Para cortar o cabelo esperava a lua cheia. Quando o voo das aves indicava azar, pronunciava a fórmula da esconjuração e repetia 27 vezes. Se ouvia o coaxar de um sapo, abandonava o Senado. Organizava e pagava do seu bolso as procissões para a colheita. Cada bocado que engolia invocava o nome de um morto da sua família. Chegava a comer tendo diante de si uma tabuleta com o nome de todos seus antepassados.

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COMENTÁRIO DE “COMO NASCE O FASCISMO”…

Do jornalista Carlos Gonzalez

Amigo e colega Jeremias, felicito-o pela precisão do artigo que você assina no blog “aestrada”, analisando o que o futuro reserva ao Brasil nos próximos anos. O brasileiro, lamentavelmente, não descobriu que está sendo contaminado com o mesmo vírus inoculado há 80 anos no povo alemão, que se empolgou com as promessas feitas por um cabo do exército.

Peço licença para inserir em seu comentário umas poucas palavras sobre o período ditatorial espanhol, implantado após três anos de uma Guerra Civil, que causou 400 mil mortes e um país esfacelado, com o ódio se alastrando entre pais, filhos e irmãos.

.”Caudillo de España por la gracia de Dios”. Assim se proclamava um dos ditadores mais sanguinários da História. Aliado do fascismo de Benito Mussolini e do nazismo de Adolf Hitler, o Generalíssimo Francisco Franco impôs durante 36 anos (de 1939 a 1975) um duro regime aos espanhóis, após derrubar o governo republicano constituído, tendo o apoio dos déspotas italiano e alemão.

Com as bênçãos da Igreja, dos grandes produtores rurais, do Exército e da sociedade conservadora, Franco reuniu em torno da sua figura, de apenas 1,63 de altura, os falangistas e nacionalistas, incutindo neles o ódio pelos republicanos e comunistas. Preservou, no entanto, a monarquia, trazendo de volta do exílio o rei Afonso XIII, que havia sido deposto em 1931 pelos republicanos.

Religioso, Franco pronunciava com frequência o nome do Senhor. Costumava dizer que somente a História e Deus poderiam julgá-lo. Seu maior admirador entre os ditadores sul-americanos foi o general chileno Augusto Pinochet,

Nota do autor de “Como Nasce o Fascismo em um País”:

Agradeço sua prestigiosa e inteligente colaboração e acrescento ao primeiro texto minha opinião, se me permite, de que hoje já estamos surfando na onda militar e evangélica. Sem o pensar, tudo pode acontecer com o fanatismo.

Entre outros regimes de opressão que todo povo deve estar atento e repudiar, cito ainda o stalinismo que provocou um tremendo estrago de matanças e atrocidades das piores já vistas pela humanidade. Todos são condenáveis e detestáveis.

Faltou também assinalar que o tom violento de moralidade, em nome da pátria, da família e da religião desses regimes, levaram, sem muito esforço de seus líderes, grupos de seguidores, principalmente de jovens, à prática de atos de repressão e terror contra qualquer opositor. Seus alvos são sempre as minorias excluídas e aqueles que contestam o regime.

Um exemplo foram as SS de Hitler e os franquistas. São as tropas defensoras das ideias dos seus chefes, ou como queiram, os guardas da esquina da ditadura no Brasil, que saíram pelas ruas e campos destilando todo seu ódio represado em suas mentes.

Na maioria das vezes, esses grupos surgem espontaneamente, por conta própria, cometendo seus crimes porque se sentem protegidos pela couraça do poder em vigor.

COMO NASCE O FASCISMO EM UM PAÍS

Pelo cenário que se desenhava com o avanço conservador evangélico, há anos vinha comentando que a extrema-direita no Brasil ia chegar ao poder. Quase ninguém concordou e ainda rebatiam que não havia clima. “Os tempos eram outros”. Quando começou o fenômeno Bolsonaro, disse que ia ganhar as eleições, mas não acreditavam nisso. Agora estou afirmando que estamos à beira de uma ditadura fascista com apoio do voto popular. Só não esperava que tudo fosse acontecer tão rápido.

O voto de ódio é sempre o voto errado e irracional. Entre as piores, existiam outras opções melhores, mas prevaleceu a intolerância de medição de forças como numa disputa de derruba de corda entre as partes de regiões desiguais, com diferenças acentuadas de classes, gêneros, idades, cores e poderes. A religião provocou o arrastão, e nesta hora nem Jesus Cristo seria o candidato da solução conciliadora. Nesta eleição, nem Ele iria para o primeiro turno, para afastar o perigo maior de mais divisão e desagregação.

OS PRIMEIROS PASSOS

Sobre como nasce o fascismo, primeiro começam a falar, com insistência, de pátria, família, Deus, religião e moralidade, justamente quando o país está destroçado e mergulhado numa tremenda crise ética, política e econômica de baixa estima da população. É uma pregação recorrente. Na maioria das vezes, o indivíduo desenganado por grave doença, depois de ter tentado os métodos científicos da medicina, se apega a qualquer receituário de fora, inclusive a “curas milagrosas” de chás, folhas e todo tipo de tratamento alternativo, na busca desesperada pela salvação.

Foi assim que o nazifascismo foi inoculado no corpo debilitado da Itália e da Alemanha nos anos 20 e 30 do século passado. Uma ditadura é sempre precedida de uma grande crise e uma decepção do povo com relação a um governo passado. O terreno é bem fértil para um aventureiro salvador da pátria. Basta ler a história da humanidade desde os tempos dos sumérios da Mesopotâmia, do Egito, da Grécia e dos próprios romanos. Nos momentos mais difíceis, sempre surge um oportunista “libertador” que conta com apoio popular, mesmo que seja despreparado.

O ódio contra uma corrente oposta, que cometeu erros e desmandos contra a nação, é a porta de entrada do vírus fascista, e o seu mentor aproveita prometendo moralizar de vez a situação, colocando o nacionalismo, a família e Deus como restauradores do bem contra o mal. Ele se autointitula um predestinado do Senhor para cumprir esta missão. As ideias são de força, emprego da violência com balas e torturas, opressão às liberdades individuais, extermínio de minorias, de direitos humanos e até de programas sociais, com um Estado mínimo, mas interventor. Nesta hora, todos se juntam à ordem de “vamos acabar com esta bagunça”.

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DIA DO PROFESSOR E TRANSPORTES COLETIVOS EM DEBATE NA CÂMARA

Mais uma vez, a questão dos transportes coletivos urbanos de Vitória da Conquista foi alvo de críticas pelos vereadores na sessão de ontem (dia 17/10) na Câmara Municipal, depois da aprovação da pauta de projetos e indicações de títulos a novos cidadãos da cidade, que serão entregues neste final de ano.

Os vereadores também prestaram uma homenagem ao professor pela sua data comemorada no último dia 15 de novembro, lembrando sua importância na sociedade, embora ainda seja uma profissão desprestigiada pelo poder público e pouco reconhecida no país, conforme citaram em suas falas.

O parlamentar e professor Coriolano Moraes começou seu discurso lamentando que o mestre da sala de aula ainda é uma categoria que não tem o seu valor merecido, mesmo diante dos grandes sacrifícios para cumprir suas tarefas de ensinar, sem salários justos e condições dignas de trabalho em escolas em estado precário.

Na ocasião, Coriolano usou seu tempo na tribuna para denunciar o aumento das tarifas de ônibus na maneira como foi feito, sem ouvir o Conselho Municipal de Transportes, pegando os usuários de surpresa. Disse que o sistema é administrado sem planejamento, citando a recente falência da Viação Vitória, que causou o desemprego de mais de mil pessoas.

Ainda em relação ao setor, destacou a proliferação do transporte clandestino na cidade que termina prejudicando financeiramente as empresas legalizadas. Segundo ele, os veículos ilegais que rodam na cidade reduzem o número de passageiros nos ônibus que terminam ficando inviáveis em termos econômicos, exigindo recomposição das tarifas além do permitido, para ajustar aos seus custos.

No mesmo tom contra os aumentos das passagens, maiores que em outras cidades do mesmo porte no país, se pronunciaram os vereadores Álvaro Pithon, Cícero Custódio e David Salomão. Este último teceu duras críticas e conclamou a Casa a não aceitar que a prefeitura reduza o ISS (o imposto sobre serviços) das empresas como está sendo cogitado. Não podemos concordar que haja redução do imposto e, ao mesmo tempo, elevação das passagens – enfatizou o vereador.

 

TRIBUNAIS INTERNACIONAIS DEVERIAM JULGAR CRIMES CONTRA SAÚDE NO BRASIL

Um verdadeiro genocídio contra a humanidade vem acontecendo há anos no Brasil, e os nossos governantes já poderiam ter sido levados às barras dos tribunais internacionais para serem julgados pelos seus crimes de lesa pátria. Ao lado da violência, o que vem ocorrendo na saúde pública é um massacre, pior que em muitas guerras. Um estudo constatou que morrem no país mais de 150 mil pessoas por ano por negligência e falta de atendimento médico em postos e hospitais.

Os erros de gestão, a incompetência governamental, os roubos no setor e a consequente falta de recursos para gerir a saúde descambaram para crimes em massa, condenados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal, com matanças generalizadas das camadas mais pobres excluídas pelo perverso sistema capitalista. Para constatar a realidade dos horrores, basta visitar os corredores dos hospitais públicos e as filas de marcação de consultas, conhecidos como da morte. São choros, lamentos e gemidos de ranger de dentes.

Praticamente, todos os dias somos obrigados a ver imagens e relatos constrangedores e deprimentes nos veículos de comunicação, de mulheres parindo sozinhas nas recepções de hospitais, alas imundas entulhadas de gentes de todas as idades, doentes terminais morrendo nas ambulâncias por falta de vagas e atendimento médico e outras atrocidades. As unidades estão mais para açougues dos horrores e câmaras coletivas de matanças de seres humanos. Na verdade, não existe nada de saúde. Muito pelo contrário.

Dos 5.570 municípios brasileiros, só 572 dispõem de unidades de terapia intensiva, sendo 466 do SUS, o equivalente a menos de 10%. O levantamento é do Conselho Federal de Medicina (CMF). Pelo Ministério da Saúde, o Brasil possui 44.673 leitos de UTI, um aumento de 41,6% em 10 anos, insuficientes para atender a demanda, segundo o Conselho.

Ainda, de acordo com o CFM, 60% dos leitos de UTI são ocupados por pacientes acima de 65 anos, com tempo de permanência média sete vezes maior do que a população mais jovem. Desde 2010, a quantidade de idosos nesta faixa etária saltou quase 40%, passando de mais de 13 milhões para mais de 18 milhões em 2018.

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POR QUE ELES NÃO QUEREM TRANSPARÊNCIA?

O Conselho de Cidadãos, fórum de combate à corrupção, bem que tentou, mas não conseguiu informações aos eleitores sobre gastos com pessoal dos servidores que “trabalham” nos gabinetes dos deputados das esferas federal e estadual.

Como na última eleição municipal, o propósito era de que o levantamento conseguisse medir a dificuldade de reunir dados nas casas legislativas, sem que a solicitação fosse encaminhada através de ofício. Tente fazer o mesmo com relação às câmaras municipais da sua cidade, como a nossa aqui de Vitória da Conquista.

Os voluntários do Conselho tentaram buscar informações sobre a lotação dos assessores, como data de contratação, exoneração, remuneração mensal detalhada, horário de trabalho e atribuições.

De acordo com a instituição, a solicitação foi entregue diretamente nos gabinetes de 33 deputados federais que buscaram a reeleição. Na Assembleia da Bahia, por exemplo, foram protocolados pedidos aos oito candidatos a federal.

Sem sucessos, a última tentativa pela adesão dos candidatos ao termo de compromisso foi feita aos partidos. Mesmo assim, a instituição não obteve êxito e, somente dois, que nunca exerceram mandato, se prontificaram a prestar esclarecimentos, caso fossem eleitos.

Segundo representantes do fórum, a falta de transparência confirma que os candidatos não assumem o compromisso porque não querem expor seus gastos. Até agora, ninguém apresentou um projeto de lei que obrigue o parlamentar a fazer o detalhamento de suas despesas com o cargo.

A Câmara dos Deputados informou que os dados de gastos podem ser acessados através da Lei de Acesso à Informação. Sobre outras informações, como remuneração, contratação de secretários, relação de funcionários e outros itens podem ser obtidos através do portal da Câmara. Quanto ao detalhamento, só com os gabinetes dos parlamentares. Os portais são confusos e não oferecem dados precisos, mas, de propósito, genéricos.

Diante desses obstáculos confirmados, fica, então, a pergunta: Por que eles se recusam ser transparentes, já que o dinheiro usado é do povo? Querem esconder tramoias e malfeitos? Subtração de salários para eles? Desvios de recursos para benefício próprio? Ou se sentem envergonhados em divulgar esses privilégios extras com a máquina de fazer votos?

Mais uma eleição foi realizada e segue a certeza de que nada mudará porque o sistema deformado mantém a mesma dinastia política da capitania hereditária. O próximo Congresso Nacional vai ser ainda mais conservador e espalhafatoso.

A ESTUPIDEZ DA HUMANIDADE

Segundo o historiador grego Tucídides (460 a.C.), a humanidade está destinada a não aprender nada da história e a repetir sempre, em todas as gerações, os mesmos erros, as mesmas injustiças e bestialidades.

Desde os primórdios dos tempos que o homem foi um bárbaro em constante luta para estrangular o outro e consolidar suas conquistas, não importando os fins. Os relatos históricos das cavernas às guerras dos sumérios aos babilônios da Mesopotâmia, com seus generais carniceiros e cruéis, e as tragédias gregas aos dias atuais que muitos, inconscientemente, os chamam de era da civilização, estão banhados de estupidez do sangue humano.

A história está repleta de cenas de horror e de massacres, como as invasões romanas (destruição de Jerusalém no ano 70 d. C.), dos persas, das cruzadas, dos otomanos; a extinção dos índios nas Américas pelo colonialismo europeu; e as matanças de milhões nas duas guerras mundiais pelo nazismo de Hitler e o comunismo de Stalin, mas imputamos a tudo isso a coisas do passado. Ledo engano, enquanto houver fronteiras, lá está a estupidez da humanidade degolando cabeças e arrancando seus escalpos.

A barbárie continua presente em pleno século XXI, nos tempos que denominamos de “modernos”, só porque, como copiadores, avançamos na tecnologia e na ilusão do “progresso” exclusivista. As atrocidades na Síria, no Iraque, no Iêmen, em Mianmar; os conflitos e a fome nos países africanos que dizimam milhões de crianças e adultos; e os dramas angustiantes dos refugiados estão bem ai batendo em nossas caras, gritando que somos medíocres, imbecis e estúpidos.

Somente na África, oito milhões foram desterrados e escravizados pelo colonialismo. Sob domínio inglês, em Bengala, na Índia, 10 milhões de pessoas morreram de fome, em 1770. Em 1943, no mesmo local indiano, mais três milhões faleceram de fome. Na época, Churchill respondia que a fome se devia aos muitos filhos que tinham. “Se estão morrendo de fome, por que ainda não morreu Gandhi?” O regime stalinista trucidou 25 milhões de pessoas.

Com a invasão de refugiados famintos, fugindo desesperados por causa das guerras sanguinárias do terror, o capitalismo colonialista ocidental está colhendo o que plantou nos séculos passados, e mais recente com a ocupação do Iraque pelos Estados Unidos e a guerra civil na Síria que desestabilizaram o Oriente Médio. Como não cuida do seu planeta, o homem manda foguetes ao espaço ao custo de bilhões de dólares à procura de outro para também destruí-lo.

Em 2016 chegaram pelo mar na Europa, quase 170 mil refugiados, e em 2017 foram cerca de 360 mil. Italianos e outros povos da região que foram recebidos de braços abertos no Brasil e países das Américas, com todos os privilégios que não tinham os nativos, agora expulsam, cruelmente, levas e levas de barcos cheios de farrapos de gente da Líbia e outras nações vizinhas.

Os EUA de Trump, a Inglaterra e outros colonialistas imperialistas que tanto invadiram territórios, implantando ditaduras, explorando, desagregando as pessoas e destruindo tudo pela frente, agora cospem no prato que comeram. Expulsam os imigrantes como restos das sobras que não servem mais.

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