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:: 10/set/2018 . 22:42

AS CURIOSIDADES DO MUNDO GREGO NA REVOLUÇÃO DOS FILÓSOFOS (V)

SOFISTAS – Com o tempo tomou significado depreciativo, mas na Grécia, o termo “sofistas” significava mestres da sabedoria. Assim foi Protágoras de Abdera, que em Atenas fundou uma escola. Os sofistas prezavam a argumentação e a dialética, coisas que hoje são vistas como sofisma. Um dos que se refugiava no sofisma era Sócrates, conforme enfatiza o autor Indro Montanelli em seu livro “História dos Gregos”.

Pode-se dizer que Protágoras foi o inventor do método socrático. O que mais preocupava a mente dos gregos era o problema da origem das coisas. Tanto assim que quase todos seus livros se intitulavam “Da Natureza”, que procuram esclarecer a formação do mundo e as leis que a regem. O bem e o mal, e o próprio deus não passavam de verdades subjetivas, sujeitos a contestações?

Protágoras respondeu que sim. Diante disso, o governo o expulsou. Confiscou seus bens e queimou seus livros em praça pública. Embarcou para a Sicília e tudo indica que morreu num naufrágio. Dizia não acreditar em deus. Deixou esse germe da dúvida no seio do povo ateniense.

Em seu lugar ficou Górgias. Seu ceticismo se resumia em “nada existe fora do que o homem pode perceber com os sentidos; se alguma coisa existisse, nunca a perceberíamos; e mesmo que a conseguíssemos perceber, não o conseguiríamos comunicar aos outros”.

Antes de morrer, Górgias teve o bom senso de gastar todo o seu patrimônio. Depois deles vieram muitos sofistas menores. Eles estimularam o espírito dialético. Ensinaram os atenienses a raciocinar por esquemas lógicos e contribuíram para formação de uma língua precisa.

Sem eles, o Sócrates não teria se tornado no que se tornou. Fundaram o “Clube do Diabo” onde se dedicavam a solenes comilanças nos dias em que o calendário recomendava jejum. Sócrates condenava essa atitude por parte dos sofistas, no sentido de suprimir a tradição e as superstições.

Na verdade, eles lançaram as bases do grande conflito filosófico, que dura até hoje, entre o idealismo e o materialismo. Um deles foi Parmênides com seu sarcasmo e mordacidade. Implicava com todos, especialmente com Pitágoras, a quem acusava de histerismo. Inverteu a tese de Heráclito, para quem tudo passa e se transforma. Na sua ótica, tudo permanece, e a transformação é apenas ilusão de nossos sentidos. Nada começa, nada “se torna”, nada se “acaba”.

O seu aluno Zenão o vulgarizou num livro de paradoxos, quando disse que a flecha que voa, na realidade está parada no ar, porque a cada instante de sua aparente corrida, ela ocupa um ponto parado no espaço. Logo, sua parábola nada mais é do que o engano dos nossos sentidos. Segundo ele, o corredor mais veloz não pode ultrapassar uma tartaruga, porque toda vez que alcançar a posição dela, ela já a passou.

Leucipo foi outro que veio de Mileto para Eléia pelo ano de 435 a.C. e, depois, em Abdera, abriu uma escola para desenvolver o conceito do não ser, do vácuo. A criação é uma combinação de vácuo e de átomos. A alma, por exemplo, não passa de uma combinação de átomos.

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