:: 10/ago/2017 . 10:40
EXPLORAÇÃO E ESCRAVIDÃO EM CONQUISTA
Com a terceirização em todos os níveis e a reforma trabalhista dos contratos avulsos intermitentes, aos acordos que estão acima das leis, numa economia em crise de profundas desigualdades sociais e pobreza avançada com mais de 14 milhões de desempregados, o capital financeiro está batendo palmas como se estivesse num paraíso.
Neste contexto negativo, não foram só os sindicatos que perderam a força de acompanhar o trabalho legal. Os órgãos de fiscalização do governo, que já são deficitários, especialmente em termos de recursos humanos, agora vão abrir a porteira e fazer vistas grossas. É o vale tudo no mercado faroeste do banditismo.
Sem condições de fazer qualquer barganha numa negociação ou contrato, gostaria de saber qual a linha que separa a exploração da escravidão trabalhista que não existe somente no ambiente do agronegócio como se tem evidenciado? Na verdade, a exploração já implica em escravidão.
As duas estão incubadas e “invisíveis” aos órgãos de fiscalização dentro das cidades, aqui mesmo em Vitória da Conquista, praticadas, principalmente, por bares, restaurantes e empresas de serviços em geral. A maioria dos trabalhadores aceita porque não tem outra saída. Temem passar fome com suas famílias.
Existe aqui, por exemplo, um restaurante na área vegetariana, vegana, ou naturalista, não sei bem, onde os donos praticam exploração e escravidão. A começar, os funcionários recebem seus salários com mais de um mês de atraso (às vezes dois meses), e muitos estão com férias vencidas há dois anos, sem 13º e outros benefícios a que têm direito.
A LINHA ENTRE AS MENTIRAS E AS VERDADES
No “Pós-Verdade”, termo eleito como o maior vocábulo do ano de 2016 pelo Dicionário Oxford, “os fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais”. Tudo isso define o momento em que vivemos.
Para definir estas circunstâncias do nosso tempo, o professor, doutor em linguística e referência do pensamento crítico sobre jornalismo brasileiro, Nilson Lage, disse que é da natureza humana recusar fatos que contrariam nossa visão de mundo.
Em entrevista à revista “Muito” de o A Tarde, veja o que fala o professor sobre a informação da mídia, da qual não se deve confiar totalmente, de acordo com sua recomendação.
Para ele, as pessoas tendem a aderir à informação que confirma suas crenças e valores; prestigiam o que é surpreendente; contrariam a lógica ou é mais fácil de compreender – tecnicamente tem menor custo neuronal.
Em sua análise, não há coisa mais axiomática do que a notícia: Não argumenta, não costuma comprovar o que informa e, raramente, cita a fonte ou a fonte é acessível.
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