Estamos vivendo no Brasil tempos sombrios e reacionários onde o grande capital e a elite econômica estão suprimindo direitos trabalhistas, humanos e sociais. O que vem por aí ainda é pior se a população não se conscientizar e se rebelar contra essa tranca que está levando a nação para a maior concentração de renda nunca vista na história.

Com as medidas reacionárias que estão brotando diariamente do Congresso Nacional na base da força por grupos claramente conservadores de direita e da extrema-direita, o nosso país está entrando no túnel das trevas no campo das ideias, fortalecendo mais ainda setores já privilegiados, em detrimento dos mais pobres e daqueles que já são oprimidos e aceitam a situação por ignorância.

O convencimento das elites retrógradas de que o quadro é de ajuste e melhora alimenta mais ainda o conformismo e caminha em paralelo com a neutralização das denúncias de corrupção da Operação Lava Jato e dos escândalos de fraudes e maracutaias que estouram todos os dias em diversos setores políticos e econômicos.

É bom frisar que esse processo de reformismo fascista de regressão das poucas conquistas sociais tem um discurso entranhado também no judiciário, além do executivo e legislativo que, como nuvens sombrias, invadem todo território com o argumento mentiroso de que estão fazendo o bem.

Com a crise moral e ética, que envergonha o Brasil, essa turma vem tomando posições estratégicas bem pensadas para reverter o caos em que seus membros se meteram com a prática de atos de corrupção e do recebimento de propinas. A promiscuidade também envolve a mídia, onde veículos de comunicação se vendem para apoiar governos em troca de anúncios, e ainda dizem que são jornalistas.

O pior de tudo nisso é que o outro lado dito de esquerda e honesta que confessa de pé junto e jura com o dedo cruzado que nada fez e nada viu, também está podre e fica sem moral para combater o crime e os criminosos de plantão. É uma gangorra esta zorra!

De fora, a plateia ignara das arquibancadas vai caindo no conto do vigário e sendo enganada com as atrações circenses de que o aperto fiscal, o arrocho salarial e as mudanças na previdência, taticamente vista como deficitária, são para melhorar o país e trazer tranquilidade a todos no futuro. A mentira tantas vezes repetida torna-se verdade, como fazia o propagandista de Hitler, que levou o nazismo à ascensão.

Para quem ainda usa o intelecto neste Brasil para pensar e refletir, é só analisar a aprovação no Congresso dos projetos de lei da terceirização irrestrita que agrada em cheio o capital, da PEC do ajuste fiscal que corta orçamentos dos programas da saúde e da educação, principalmente, e as medidas nefastas de retirada de conquistas sociais embutidas nas reformas trabalhistas e previdenciárias.

Para um bom entendedor, não é preciso detalhamento das estratégias montadas pelo processo defendido por altos escalões sombrios dos três poderes e por grande parte da mídia burguesa que sempre está presente na mesa do grande banquete, se refestelando.

Para fechar o cerco, estamos sendo arrastados pela onda das privatizações dos portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, pontes, ativos da Petrobrás e outras estatais, disfarçadas de PPPs, sem contar o desmantelamento nas áreas do ensino, da saúde e do saneamento básico. Os norte-americanos estão comprando escolas e faculdades particulares, sem levar em consideração que nossa Amazônia não é mais nossa.

Para esses grupos que até há pouco tempo apoiavam a ditadura militar, “a solução é alugar o Brasil”, como bem previu o cancioneiro, poeta e compositor baiano Raul Seixas, em seu canto de alerta e desabafo.