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:: 31/mar/2017 . 0:20

DOIS CASOS, DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS

Está mais que comprovado que no Brasil as leis não são iguais para todos. No rolo de julgamento entre juízes, o Tribunal Superior de Justiça, o TSJ, acabou por conceder prisão domiciliar a Adriana Ancelmo, esposa do Sérgio Cabral que se encontra preso em Bangu por ladroagem no governo do Rio de Janeiro.

No raciocínio lógico e humano, a lei que manda soltar a mãe que tem filhos menores para cuidá-los quando também o pai está preso, é mais que justa porque as crianças não têm culpa pelos crimes cometidos pelos pais. Até ai tudo bem, se não existissem milhares de detentas em presídios que estão na mesma situação e nunca foram beneficiadas pela mesma lei que soltou Adriana.

Este é um caso com pesos e medidas diferentes porque o pobre neste país é injustiçado por não dispor de recursos para contratar um bom advogado para defendê-lo. Ele acaba mofando nas masmorras medievais, e os filhos revoltados terminam virando bandidos, vítimas de um sociedade cruel.

Outro fato é que não se sabe a origem do dinheiro que é pago aos defensores de famosos e criminosos do colarinho branco. A grana é sempre suja. Cadê a Defensoria, o Ministério Público e a Comissão de Direitos Humanos que se calam diante de tamanha aberração e agressão?

O outro caso é também uma trama urdida entre as castas aristocráticas dos três poderes (judiciário, executivo e legislativo) contra a democracia formal que ainda resta, com métodos da Velha República que atingem mortalmente o povo.

Na véspera do julgamento da chapa eleitoral Dilma-Temer por abuso de poder político e econômico pelo uso do caixa 2, alimentado por propinas de empreiteiras, fontes dão conta que o Tribunal Superior Eleitoral pode cassar a dupla e tornar a ex-presidente inelegível, mas o seu ex-vice não, porque ele não sabia de nada.

É muito irônico! Só rindo para não chorar! Parece o caso do sedutor malandro que ludibria a donzela de menor para a cama com alguns bombons e brinquedinhos em troca. Neste caso, a mulher é a sedutora de um marmanjo esperto que nada sabia do que estava acontecendo, quando Deus e todo Brasil sabiam de tudo, inclusive o Lula.

Na tramoia montada, o Temer inocente, coitado, também pode ser cassado na chapa, mas só ele ficaria elegível, podendo ser votado pelo Congresso Nacional numa eleição indireta. Ora, o cara mordomo que levou a presidência no impeachment tem maioria comprada. Isso sim, será o golpe fatal e vergonhoso na nação, com pesos iguais e medidas diferentes.

A CRISE NO ESPORTE OLÍMPICO

Carlos Albán González – jornalista

Oito meses após a realização da Rio – 2016, a cerimônia de premiação da 18ª edição do “Brasil Olímpico”, na noite da última quarta-feira (dia 29), não apresentou o mesmo brilhantismo dos anos anteriores. O clima entre os atletas e a plateia, apesar do discurso ufanista de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), organizador da festa, revelava a crise financeira que se abateu sobre o ilusório esporte amador, com o cancelamento dos investimentos que eram feitos pela Petrobras e por algumas empresas estatais, com a fuga de patrocinadores e a perda de visibilidade dos atletas na mídia. Entre os que apadrinhavam o esporte, apenas os Correios, esfacelado com um rombo de quase R$ 3 bilhões em suas contas, se fizeram presente.

Até mesmo o palco da cerimônia foi mudado, do suntuoso Theatro Municipal do Rio de Janeiro para o Palácio das Artes. A impressão que se tirava do ambiente era de que no local iria se realizar uma solenidade militar.  Mais de 80% dos atletas de 43 modalidades que subiram ao palco para serem homenageados ostentavam uniformes das três Forças Armadas, com as divisas de sargento, com destaque para as jovens marinheiras. O pugilista baiano  Robson Conceição, hoje profissional, ouro no Rio, após receber seu troféu, perfilou-se e bateu continência (para quem?).

Na sua fala, Nuzman parece ter esquecido de destacar o apoio das instituições militares ao esporte, através do Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) das Forças Armadas, criado pelo Ministério da Defesa. Entre os 465 atletas que competiram nos Jogos do Rio 145 (31,2%) recebem os mesmos soldos de um soldado, cabo ou sargento (máximo de R$ 3,5 mil), com a obrigação única de treinar. Dos 19 brasileiros que subiram ao pódio 13 eram militares.

Vale lembrar que, no período da Guerra Fria, os países do Leste Europeu, em especial a extinta União Soviética, além da ex-Alemanha Oriental, aperfeiçoavam  seus atletas nas Forças Armadas, como uma forma de mostrar ao mundo o poderia do bloco socialista. Esse processo, condenado pelas nações ocidentais, sob a alegação de que seus adversários praticavam um falso amadorismo, mais tarde foi imitado pelos cubanos. Hoje, os norte-americanos concentram alguns dos seus melhores atletas em excelentes universidades, frequentadas, inclusive, por nadadores brasileiros.

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