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:: 3/abr/2020 . 23:46

UM BANDO DE FALASTRÕES

Desde o final de janeiro (dois meses se passaram) que o país já tinha uma vítima do coronavírus, o Covid-19 (Coronavid), e os governantes liberaram a realização do carnaval em todo território brasileiro no final de fevereiro, facilitando a entrada de milhares de estrangeiros. Os falastrões e demagogos só pensaram em gastar muita grana, fazer política e encher os bolsos dos mais ricos, como donos de hotéis, de agências de viagens, de blocos, de camarotes e de trios elétricos.

Os pobres caíram dentro da folia, e outros, coitados, aproveitaram para ganhar uns trocados com suas barraquinhas de bebidas e comidas. Caso o governo proibisse a festa (seria o mais sensato), creio que uma multidão iria às ruas protestar, e cairiam de pau levantando a bandeira de manter o carnaval.

O pico do vírus começou a subir a partir de março e, há quase um mês, os falastrões prometem socorrer os desvalidos informais, ambulantes, trabalhadores temporários, desempregados e outros invisíveis para a economia. Por que não citar aqui também os profissionais do sexo e outras atividades esquecida e em extinção, como sapateiros, alfaiates e relojoeiros?

A mídia esqueceu

Para começar, a grande mídia burguesa esqueceu dessas categorias desamparadas dos morros, dos barracos e das favelas e mirou suas metralhadoras falantes apenas na questão dos cuidados de combate ao coronavírus através do álcool gel e do isolamento social, como se a saúde estivesse desassociada da economia.

Passaram todo tempo mandando que as pessoas ficassem em suas casas, mas não foram lá ver como essas pessoas necessitadas estavam se virando para se alimentar, sem dinheiro e até sem condições de comprar álcool e sabão para lavar as mãos. A situação é tão crítica que em muitos bairros periféricos falta até agua para beber.

Somente agora essa mídia está abrindo um pouco de espaço para essa gente em estado de miséria, mas o assunto em foco, no momento, é sobre o uso de máscaras, e que cada um faça a sua. Esqueceram até do álcool gel, e tome falação com médicos e infectologistas, enquanto milhões estão passando fome e ainda mais expostos se forem contaminados.

Tive que ir à rua ontem (dia 3/04), em Vitória da Conquista, para resolver um problema de grana para continuar sobrevivendo e vi muitos camelôs tentando vender frutas e outras coisas para ganhar um dinheirinho, mas sem quase nada conseguir. Ora, “carapálidas”, como mandar que fiquem em casa quando falta comida para suas famílias, inclusive crianças?

Cadastros do Sebrae e outros

Na área federal, a burocracia vem falando mais alto na lentidão da sanção da medida econômica, em sua publicação e agora como fazer essa distribuição do dinheiro para os necessitados. A ajuda já está chegando tarde demais, mesmo para aqueles que têm o Bolsa Família e são cadastrados no tal CadÚnico. Imagina para aqueles que não estão incluídos nestes sistemas!

O anúncio é que vão criar um aplicativo na próxima semana para essa gente invisível se cadastrar e poder receber os 600 reais. Com certeza, essas pessoas vão penar para se inscrever através da internet, e milhares ficarão de fora do plano. Por que não utilizar o cadastro de outras instituições, como do Banco Central, do Sebrae (microempreendedores do MEI), instituições financeiras, INSS e até mesmo dos sindicatos e associações de bairros e da zona rural?

O ministro Paulo Guedes critica aqueles que estão denunciando a lentidão e a burocracia, dizendo que não é hora de se fazer política. Concordo neste ponto, de que o momento é de união de todos, mas não podemos negar que o governo federal (sem comando) está emperrando a agilização na liberação desses recursos. Mais uma vez, senhor ministro, a fome não espera e ninguém pode ter saúde sem dinheiro!

 





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