O PONTO DA QUESTÃO
SERRA DAS ALMAS
O Complexo Eólico Serra das Almas (Jacaraci, Licínio de Almeida e Urandi) já está pronto e vai entrar no segundo leilão de Energia Reserva em dezembro próximo, se sair vencedor do certame. O passo seguinte é obter a licença de instalação e iniciar a construção do empreendimento com previsão de conclusão em 2018. O investimento estimado é de 1,5 bilhão de reais, com 168 turbinas, 14 subparques e uma potência de 386,4MW.
Foi assinado também, com o governador do Estado, protocolo para início das obras do Complexo Eólico Campo Largo, em Umburanas e Santo Sé, no norte da Bahia, com investimentos de 1,7 bilhão, com capacidade para gerar 1,2 mil empregos diretos na fase de implantação. O presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Satamini assegurou que o projeto começa a funcionar em junho de 2018.
Na primeira das três fases serão 326 megawatts de capacidade, com 121 aerogeradores. Com 68 usinas em operação, atualmente a Bahia é o segundo maior estado brasileiro em produção de energia eólica e está transformando o semiárido, como em Caetité, onde hotéis, lojas, restaurantes e outros serviços se ampliaram. Em Jacobina já existe uma fábrica de torres.
AEROPORTO
Mais uma vez foi anunciada pelo governador do Estado, no dia 22 de agosto, a licitação para construção do novo aeroporto de Vitória da Conquista. Depois de mais de um ano, disse que vai sair agora em setembro. “Gato escaldado com água quente tem medo de água fria”. A obra vai custar 45 milhões de reais. A pista de 2.100 metros por 45 de largura está concluída, mas por hora está sendo utilizada para pouso de urubus. Na sua última visita a Conquista, Ruy Costa foi vaiado e não pode terminar seu discurso. Depois vem o silêncio até o próximo pleito como fizeram com a construção da barragem de abastecimento de água. Hoje a população está sofrendo o racionamento constante.
SEMPRE AS COTAS
Vários partidos, em Salvador, não conseguiram preencher a cota de 30% dos candidatos para as mulheres, exigida pelo Tribunal Superior Eleitoral. É só sair por aí com um megafone convidando uma mulher para participar da política. Não vejo sentido nessa medida de mais uma reserva de mercado. No meu entender, é uma norma esdruxula porque as mulheres têm tanta capacidade quanto os homens. Não é por aí que se obtém a equiparação feminina com os homens nos legislativos. É só participar, se bem que a política anda tão desacreditada! Dos 33.524 candidatos a vereador no estado, 32% são mulheres. Do eleitorado de 10,5 milhões, 51,1% são mulheres.
DÕEM OURO PARA O BRASIL
O povo brasileiro sempre teve esperanças e acreditou nos políticos governantes nos momentos mais difíceis da nação. Acontece que sempre foi passado para trás. Sempre estamos sendo vítimas de suas vigarices, e o maior exemplo disso são as eleições. Neste Brasil de tantas mazelas e desigualdades sociais, o voto tem sido a maior vítima.
Estava aqui pensando comigo mesmo hoje e lembrei-me da campanha do doe ouro para o Brasil, feita pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand (sempre ele) e um bando de pilantras durante a Revolução Constitucionalista de 1932, há exatos 74 anos. Como hoje, o país estava em crise econômica e sem reservas cambiais que pudessem conter a alta do dólar.
O ouro serviria para gerar lastro e o povo contribuiu, só que até hoje não se sabe o que fizeram com as doações. Teve gente que deu alianças, correntes, anéis e até barras de ouro. Em junho de 1964, há 52 anos, no início do regime ditatorial, houve outra campanha desse tipo e forram arrecadadas 400 arrobas de ouro, o equivalente a meio bilhão de cruzeiros.
Na época o presidente do Congresso Nacional era Auro Soares de Moura, aquele que no dia 2 de abril decretou a vacância do presidente da República Jango Goulart, sendo que ele estava ainda em território brasileiro. Tancredo Neves o chamou de canalha! O general Amaury Kruel era o “Legionário da Democracia”. Bem, nem é preciso dizer que o ouro depositado nos cofres do Tesouro Nacional sumiu.
Quem sabe, uma campanha dessas nos dias de hoje pode estourar por aí e pegaria todo mundo ainda com o espírito olímpico para doar ouro para a formação dos nossos atletas, para que tragam mais medalhas de ouro nas próximas Olimpíadas de Tokyio, em 2020! Duvido que seria um fracasso!
A MÍDIA, O PÚBLICO E A FALTA DE CRÍTICAS NAS OLIMPÍADAS
Se as Olimpíadas foram programadas no Brasil com capricho para que tudo desse certo foi mais por se tratar de um evento internacional com o fim precípuo de desfazer a imagem negativa do país lá fora. O público interno foi beneficiado por consequência e não por respeito a ele. Por que, só para citar um exemplo, continua a violência nos estádios de futebol? Rezemos para que toda estrutura não comece a ser desmontada e vire um grande elefante branco logo depois dos jogos paraolímpicos!
Concordo aqui com meu amigo e jornalista Carlos Gonzalez que demonstrou através de números, sem subterfúgios, que o resultado do Brasil nas competições foi pífio, principalmente quando feito um paralelo entre os investimentos e as medalhas adquiridas. Qual o índice de produtividade de 17 medalhas para 19 em quatro anos? Aliás, em se referindo a outros setores da nossa vida, produtividade é um palavrão que não existe no dicionário do Brasil.
Passada a festa, voltamos a cair na amarga realidade das escolas com instalações precárias, do ensino deficitário, do amontoado de doentes nos corredores dos hospitais, das quilométricas filas do SUS para se marcar um exame médico, da violência nas ruas, da falta de justiça aos mais necessitados, das desigualdades sociais e do roubo escancarado aos cofres públicos, só para ficar nestas mazelas.
NOTAS OLÍMPICAS
Jornalista Carlos Gonzalez
Constrangimento – O presidente interino Michel Temer causou um mal estar junto à comitiva japonesa, que foi ao Rio para o encerramento das Olimpíadas, ausentando-se do Maracanã na noite de domingo último, com receio de que, como ocorreu na cerimônia de abertura, houvesse uma segunda sessão de vaias. A gafe adquiriu maiores proporções porque esteve presente o primeiro-ministro do país sede dos próximos Jogos, Shinzo Abe, que recusou o convite do Planalto para ir a Brasília, alegando estar com a agenda cheia.
Futebol – Nosso esporte mais popular está recuperado com a conquista do ouro, pelo menos até os próximos jogos pelas eliminatórias da Copa de 2018. Os “pacheco”, torcedores-símbolos da seleção, criado antes da Copa de 1982, na Espanha, voltaram a endeusar Neymar, esquecendo que o goleiro Weverton foi o maior responsável pela vitória, defendendo um pênalti, e os jogadores que converteram as outras quatro cobranças. “Vocês vão ter que me engolir”, ameaçou o “capitão” do time, repetindo Zagalo, em 1994.
100% desnecessário – Neymar aproveitou a vitória para, mais uma vez, fazer proselitismo religioso, exibindo uma faixa em volta da cabeça com a frase “100% Jesus”, o que poderá lhe causar uma punição por parte do Comitê Olímpico Internacional (COI), que proíbe as manifestações religiosas, comerciais, políticas, culturais e sociais durante os Jogos. A CBF também pune a militância religiosa em campo. O jogador, que tem uma vida social não condizente com os padrões evangélicos, ao que parece não incomoda o pastor Newton Lobato, da Igreja Batista Peniel, de São Vicente (São Paulo), mantida com as contribuições (dízimos) ofertadas pela família Silva Santos. O jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva escreveu no “Estadão”: “Sou fã de Neymar, e mais ainda de Jesus. Mas, sei que cada um deve estar no seu tempo e no seu lugar. 100% desnecessário”.
Silêncio – O COI não atendeu ao pedido feito por mais de 12 mil pessoas, para que se realizasse na abertura dos Jogos um ato pela paz no mundo. Seria feito um minuto de silêncio em homenagem aos mais de 300 mil japoneses, vítimas das bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos, em agosto de 1945, em Hiroshima e Nagasaki. Por outro lado, a prefeitura do Rio lembrou os 11 atletas israelenses mortos por um grupo terrorista durante os Jogos de Munique 72. Presente ao ato religioso, o ministro do Exterior, José Serra, condenou o antissemitismo que, na sua visão, enodou o evento no Rio. :: LEIA MAIS »
PROJETO DE LEI BENEFICIARÁ O SEMIÁRIDO BAIANO
Foi aprovado na tarde desta terça-feira (23), na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o Projeto de Lei nº 21718/16, de autoria do Poder Executivo, que institui a Política Estadual e o Sistema Estadual de Convivência com o Semiárido. O PL, que foi aprovado por unanimidade pelos parlamentares, teve como relatora a deputada estadual Fátima Nunes (PT), agora segue para sanção do governador Rui Costa.
De acordo com a deputada, que é defensora do sertão baiano, a aprovação do projeto só trará benefícios para a população que vive no semiárido da Bahia. “Como sertaneja nata, considero essa uma grande conquista para todos que vivem no sertão do nosso Estado. Um projeto que aprovado por todos os deputados, sem nenhuma emenda, só reforça a importância dessa política para a região. O que antes era considerado terra seca, de chão rachado, hoje é visto como terra de mudanças, levando ganhos para todos”, declarou.
Para José Moacir dos Santos, presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado da Bahia (Consea-BA), faltava no estado uma política para valorizar o semiárido. “A nossa região era vista como local de fome. Faltava uma política que favorecesse a nossa população. A aprovação do projeto abrirá caminhos para realização de pesquisas, além de eliminar a insegurança alimentar e hídrica”. Maedson Araújo, representante da Associação Regional de Convivência Apropriada ao Semiárido (Arcas), destacou a importância da sociedade civil na elaboração do projeto. “Elaboramos esse PL juntamente com o Governo do Estado, visando ajudar o homem do campo. Essa é uma grande vitória para o semiárido”, comemorou.
Estiveram presentes no plenário da Alba representantes Arcas, Consea, Cooperativa de Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (COFASPI), Fundação de Apoio à Agricultura Familiar do Semiárido da Bahia (Fatres), Território Semiárido Nordeste II (Tesane), Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), Rede das Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido (REFAISA), Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e Caritas.
Fonte: Ascom da deputada estadual Fátima Nunes (PT)-
Cláudia Fonseca
Jornalista
(71) 98800-2517 / 98121-1231
POUCAS MEDALHAS E MUITO OBA-OBA
Carlos González – jornalista
As autoridades governamentais e esportivas procuram mostrar, com argumentos pífios, que o 13º lugar do Brasil nos XXXI Jogos Olímpicos da Era Moderna, com sete medalhas de ouro, seis de prata e seis de bronze, foi um sucesso. Em casa, incentivados por uma plateia que desrespeitou todos os manuais de boa convivência com os visitantes, respaldados por recursos que, se apurados devidamente pelos tribunais de contas e ministério público, podem chegar aos R$ 3,68 bilhões, nossos atletas mostraram que o país está muito longe de ser uma potência olímpica.
O ministro do Esporte, o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), ex-aliado da presidente afastada Dilma Rousseff, declarou que “número de medalhas não é parâmetro para avaliar o desempenho dos nossos atletas”, comparando os resultados do Rio2016 com os de Londres 2012 e Pequim 2008.
Alçado ao cargo por motivos político-partidários e leigo em matéria esportiva, como os seus últimos antecessores, Picciani, provavelmente, não tem observado a disputa que se trava, de quatro em quatro anos, entre as grandes potências olímpicas, como Estados Unidos, Rússia (antes União Soviética), China, Alemanha, Austrália e Coréia do Sul, pela hegemonia do esporte no mundo.
Já o vitalício presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, mostrando, durante a cerimônia de encerramento dos Jogos, sinais de instabilidade emocional e procurando esconder uma doença nervosa progressiva, atribuiu a si mesmo, num cansativo discurso, o que ele admite como sucesso do megaevento. “Sou o homem mais feliz do mundo; o Rio é o melhor lugar do mundo”, bradou o ufanista dirigente, pintando a nossa bandeira de “red e yellow” (vermelho e amarelo), com o pensamento, talvez, voltado para os símbolos petistas.
No dia seguinte, ainda impregnado de orgulho, Nuzman, 74 anos, declarou à imprensa que “dinheiro de estatal não é verba pública”; recusou revelar suas fontes de renda e negou receber salário do COB; admitiu permanecer por mais alguns anos no cargo, “pois não me considero longevo”.
Um grupo de oito diretores do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, presidido por Nuzman, não tem do que se queixar. De 2011 a 2015, eles receberam, a título de salários, R$ 26,8 milhões, além de R$ 24 milhões para viagens, nos últimos dois anos. Os valores constam do balanço oficial do organismo. De tanto se queixar do rombo deixado pelo megaevento, o Comitê conseguiu na semana passada uma verba extra da União de R$ 250 milhões, que, pelo menos, vai garantir a comida dos atletas das Paraolimpíadas (7 a 18 de setembro), que estiveram ameaçadas de cancelamento. :: LEIA MAIS »
O PONTO DA QUESTÃO
ENCERRAMENTO E COMPETIÇÃO
Gostei mais do encerramento das Olimpíadas Rio 2016 do que da abertura que ficou a dever em termos da nossa história. As apresentações musicais, danças e as expressões artísticas do Nordeste foram o ponto alto do evento, principalmente quando foi cantada Asa Branca, lembrando nosso grande Gonzagão. Muito bom o vídeo de Tokyio, (Japão), que sediará as próximas Olimpíadas de 2020. Mais uma vez, o Carlos Nuzman, presidente do COB há mais de 20 anos, fez um discurso ufanista sob os aplausos de uma arena que mais lembrou a Roma antiga dos tempos dos Césares.
Quanto ao resultado geral do Brasil nas competições, a mídia de sempre ficou na mesmice, cheia de elogios e maravilhas, sem ao menos tecer críticas positivas, quando, na verdade, temos muito ainda que evoluir e bem mais que os outros países da comissão de frente. Saímos de 17 medalhas em Londres (2012) para 19 no Rio. É muito pouco. A natação, por exemplo, foi um desastre. Não tivemos nenhuma medalha nesta modalidade.
TODOS SÃO PARDOS
Conhece aquele ditado popular que diz que “Na noite todos os gatos são pardos”? Pois é, assim fizeram os candidatos a prefeito de Salvador (com exceção de Da Luz) que registraram sua “etnia” no Tribunal Regional Eleitoral como pardos, isto é, afrodescendentes para fazer a média política. Segundo cientistas políticos, esta é uma forma de fraudar o sistema e consideram este tipo de distorção própria de sociedades incivilizadas. É muita cara de pau, mesmo!
Com as cotas universitárias e em concurso públicos, agora todo mundo é pardo ou negro. A fraude vem ocorrendo em outras áreas. No concurso do Itamaraty passou um candidato que se declarou afrodescendente, sendo judeu, branco e neto de alemães de classe média alta. Aqui em Vitória da Conquista passou uma menina no vestibular de medicina com um falso documento de quilombola. A malandragem fala mais alto.
FALSA IMAGEM
NOTAS SOBRE AS OLIMPÍADAS – II
Jornalista Carlos Gonzalez
- Dois atletas baianos ganharam as primeiras medalhas de ouro para o Brasil nos Jogos Rio2016, o pugilista Robson Conceição e o canoísta Izaquias Queiroz, que também faturou um bronze. Ambos têm suas raízes em comunidades pobres. Natural de Ubaitaba, no sul do estado, Izaquias perdeu um rim em consequência de uma queda. Robson é o autêntico boxeador brasileiro, com uma baixa instrução. Empolgado com a conquista, hoje o ídolo de Boa Vista de São Caetano não se separa da medalha um só instante. Exigiu festa, mocotó no jantar e desfile em carro do Corpo de Bombeiros na chegada a Salvador. “Baiano já faz festa, mesmo sem motivo”, comentou o jornalista Ricardo Boechat, no jornal que apresenta na Bandnews.
- O clima provocado pelos torcedores no Engenhão durante a disputa final do salto com vara para homens foi comparado pelo atleta francês e recordista mundial, Renaud Lavillenie, ao do estádio olímpico de Berlim, por ocasião dos Jogos de 1936. Há 80 anos, o negro norte-americano Jesse Owens conquistou, debaixo de vaias, quatro medalhas de ouro, derrubando com a concepção nazista da superioridade ariana, pregada por Adolf Hitler, que se recusou a apertar a mão do vencedor. Os apupos nas competições da Rio2016 têm sido uma tônica, condenada pelo COI e pela imprensa internacional. Lavillenie atribuiu as manifestações da torcida à perda da medalha de ouro para o brasileiro Thiago Braz da Silva. O técnico francês Philippe d’ Encausse foi mais adiante, sugerindo que o paulista de Marília tinha feito um pacto com forças sobrenaturais, místicas, provavelmente do candomblé; que o Brasil é um país bizarro, que estava passando uma péssima imagem dos Jogos; e que a torcida se comportava como se estivesse num campo de futebol.
OS MAIORES PECADOS DAS OLIMPÍADAS
De Jeremias Macário e Carlos Gonzalez
As competições das olimpíadas estão chegando à reta final e, mais uma vez, me atrevo aqui a apontar os maiores pecados do evento, mesmo sabendo que a grande maioria vai opinar que tudo foi muito lindo e maravilhoso. Para começar, daria nota zero para o comportamento da torcida brasileira que em muitas ocasiões demonstrou total falta de educação, vaiando em momentos em que o atleta precisaria (caso do francês no pulo com vara) de concentração para exibir sua modalidade.
O francês ficou chocado com o que viu e, no calor do momento deu uma declaração até infeliz comparando aquilo que viu com os jogos de 1936 na Alemanha nazista, mas numa coisa ele tem razão: Esse tipo de coisa passa uma imagem negativa do país. Até a delegação argentina foi vaiada na abertura solene das Olimpíadas. Os atletas da ginástica, do tênis, da natação e do atletismo ficaram sem entender a atitude dos torcedores. As arenas mais pareciam estádios de futebol em final de campeonato.
A mídia esportiva, caso das emissoras abertas de televisão, especialmente a Globo, foi descompensada e esqueceu do jornalismo para fazer dramaturgia, como bem analisou o jornalista Ricardo Feltrin. Galvão e sua equipe foram exagerados na espetacularização se limitando ao oba-oba nas entrevistas na base da “emoção” e da “superação”. Alguns fatos negativos foram registrados de forma superficial. Nada sobre o legado dos elefantes brancos. Os outros canais apenas copiam. A cobertura esportiva continua longe do jornalismo e bem próxima do sensacionalismo. Os apresentadores parecem vampiros quando um atleta se destaca.
Nas modalidades em que o Brasil esteve representado, o apresentador fez mais o papel de torcedor barulhento do que comentarista esportivo ou narrador. Confesso que fiquei horrorizado com a narração de uma partida de handebol onde o cara (Escobar) gritava, berrava e mandava o jogador tomar a posição mais adequada no campo, como lançar a bola e marcar. Nem o técnico ousou fazer aquele estardalhaço. Assim não dá para assistir a uma competição.
Para este artigo sobre as maiores falhas das Olimpíadas Rio 2016, contamos com a prestimosa colaboração do companheiro jornalista Carlos Gonzalez que ficou durante todo o tempo de olho no que se passava nas disputas. Li um comentário do Ricardo Feltrin onde afirma que a cobertura esportiva é um novo carnaval de textos piegas.
BEM APOIADOS FINANCEIRAMENTE
COMENTÁRIO do jornalista Carlos Gonzalez
Muito bom seu comentário sobre a frustrante Olimpíada do Rio. Gostaria de fazer uma retificação: José Marin, ex-presidente da CBF, foi preso na Suíça e vive sob vigilância da justiça norte-americana num apartamento em Nova Iorque. O atual presidente da entidade é o Marco Polo del Nero, que não coloca o pé fora do Rio com receio de ser preso.
Na minha opinião os atletas brasileiros hoje estão bem apoiados financeiramente. Contam com a ajuda das estatais (BB, CEF, Petrobras, BNDES, Embratel, Correios etc); com programas do Ministério dos Esportes, como Bolsa Atleta e Bolsa Pódio (o canoísta de Ubaitaba, Isaquias Queiroz, recebe 15 mil reais por mês; com engajamento de oito anos nas Forças Armadas – soldados, cabos e sargentos recebendo mensalmente até 3,5 mil reais líquidos; o COB promete uma gratificação de 35 mil reais ao atleta que subir no pódio, independente da cor da medalha; a CBF vai dar um “bicho” de cerca de 400 mil reais; empresas privadas também têm colaborado, como o Bradesco.
O COB prevê que o Brasil ficará entre os dez melhores classificados. Acho difícil. Hoje é o vigésimo.
Há um outro lado dos jogos que a televisão não mostra: Torcedores brasileiros e argentinos estão na iminência de deflagrar uma guerra. Atos provocativos estão acontecendo nas arenas esportivas através de cânticos, vaias e brigas, apartadas pela Força Nacional. Assisti à partida de rugbi entre os dois países onde só não teve mortes. O torcedor brasileiro, em sua maioria desprovido de cultura, espectador da Globo, responsável no passado por essa rivalidade entre brasileiros e argentinos, chamando os hermanos de violentos e catimbeiros. Interessante é que o brasileiro quando pensa em viajar para o exterior a primeira cidade que lhe vem a mente é Buenos Aires.
Há outro fato que nossas autoridades responsáveis pela segurança dos Jogos não estão dando a devida atenção: três balas perdidas, atiradas das favelas cariocas, foram se alojar em complexos esportivos. Felizmente, ninguém foi atingido.
Nota do autor: São tantos corruptos no Brasil que, às vezes, troco os nomes deles. Desculpem os leitores. O acertado é que ambos são sujos, não cabendo nem direito de resposta, conforme reza a lei de imprensa, ou o código penal.
Quanto a esta rivalidade com os hermanos argentinos, trata-se de coisa bairrista de subdesenvolvidos, mesmo por que os dois países não são exemplos a serem seguidos na política, na economia e quanto mais nos esportes. Os dois andam caiando das pernas. É um roto falando do esfarrapado. Pode ser aqui também aplicado aquele ditado popular de que, “quem tem telhado de vidro não joga pedra no do vizinho”.
É muito lamentável o comportamento dos torcedores brasileiros. Como é só decepção com a maioria dos atletas brasileiros, exemplos da natação e da ginástica, os torcedores resolveram fazer barulho e aplaudir com gritos os representantes mais fortes de outros países, como Estados Unidos, caso do Phelps. Desculpa sem cabimento esta da mídia dizer que as equipes brasileiras são ainda de jovens. Esta não dá para engolir mesmo!













