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NUMA CAMPANHA ELEITORAL A MAIOR VÍTIMA É SEMPRE A VERDADE

Como na guerra entre nações em disputa por territórios, poder e riquezas naturais, onde os civis são massacrados em meio a tantos bombardeios, como vem acontecendo na Síria há mais de cinco anos, nas campanhas eleitorais, a maior vítima é sempre a verdade.

Como na propaganda beligerante entre o capitalismo ocidental e os regimes orientais, nas campanhas políticas, o eleitor é torpedeado com falsas verdades entre os candidatos dos diversos partidos que entre si se acusam.

No Brasil, como a maioria é inculta, desinformada por falta de leitura constante e, consequentemente, de pouco censo crítico, os fatos são distorcidos e terminam virando verdades. É só observar os lados que trocam farpas, um dizendo que fez mais que o outro, sem contar a deturpação de falas e pronunciamentos sobre determinadas questões da vida social e política.

É um emaranhado de scripts marqueteiros num jogo sempre desleal e enganoso para fisgar o eleitorado mais desatualizado com os acontecimentos. Em meio ao fogo cruzado, grande parte fica confusa. Aquela que já é fiel ao político na campanha, acredita piamente no que o seu candidato diz contra o adversário, enquanto outra parte rebate criando também suas mentiras.

Por isso é que em toda campanha política, especialmente num país pouco letrado e de democracia ainda relativa, existe com mais intensidade uma “guerra” de desinformações e deturpações das palavras onde a verdade é a maior vítima. Na sangrenta guerra síria, os Estados Unidos acusam os russos de terem bombardeado um comboio de ajuda aos famintos e doentes civis, enquanto a Rússia acusa os rebeldes e os próprios norte-americanos.

No caso específico da campanha eleitoral em Vitória da Conquista, o PT de José Raimundo, que já foi prefeito por duas vezes, alardeia que o PMDB de Herzem Gusmão nunca fez nada e só fala mal da cidade, enquanto este mostra que na Assembleia Legislativa o outro sempre votou contra o povo.

E o caso da pesquisa registrada no Tribunal Regional Eleitoral que foi colocada como fajuta e encomendada por empresa não idônea? Quem está mesmo falando a verdade? Dia desses no programa eleitoral, um vereador fez um apelo para que o eleitor vote em seu partido, sob pena da população vir a perder as conquistas obtidas na educação. Mas, que conquistas, cara pálido, se o índice no Ideb está lá embaixo? Se o ensino ainda é deficitário e muitas escolas são precárias? Mais uma vez, a verdade foi a vítima.

O mais irônico ainda é ver o PT e o PMDB fazerem acusações mútuas de envolvimento dos chefes de seus partidos na Operação Lava Jato, quando sabemos que são as duas maiores agremiações do país que mais respondem por denúncias de recebimento de propinas da Petrobrás. É o roto falando do esfarrapado. O eleitor mais esclarecido está vendo tudo isso.

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O PONTO DA QUESTÃO

ESCOLA PROIBIDA

Já imaginou um professor de Ética e Filosofia em sala de aula sendo proibido de expressar sua ideologia sobre política, moral e religião? Como seriam as aulas dos filósofos Aristóteles, Platão e Sócrates na Grécia antiga? É o que propõe o projeto de lei “Escola sem Partido” que tramita no Congresso Nacional, assembleias e câmaras municipais, inclusive a de Vitória da Conquista.

A Escola Proibida contém uma lista de seis itens onde o docente não pode emitir suas preferências ideológicas. O conservadorismo está levando o Brasil para o mundo das trevas, e o fundamentalismo evangélico tem grande parcela de culpa nisso. Existe até um projeto de lei que criminaliza o assédio ideológico no ensino. Claro que o jovem deve ter suas próprias convicções.

Os partidários da ideia alegam que as escolas e as universidades estão sendo usadas para difundir ideologias políticas e partidárias, e que os professores estão usurpando o direito dos pais sobre educação moral e religiosa dos seus filhos.

A chamada “Lei da Mordaça” quer proibir a “doutrinação”, prática condenável, mas não há uma explicação definida sobre esta questão, a qual  não deve ficar a cargo do conservador Congresso, mas dos pesquisadores e especialistas no assunto.

Em palestra em Salvador, o ex-reitor da Universidade de Lisboa, Antônio Nóvoa, disse que “a escola pode não criar o filho, mas dá instrumentos. O papel dela é mostrar os pensamentos divergentes que existem”.

RETA FINAL

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Agora que estamos chegando à reta final da campanha eleitoral, só nos resta esperar que o vencedor à prefeitura municipal de Vitória da Conquista e os escolhidos para a câmara de vereadores cumpram com as promessas, o que é difícil. Por quanto tempo mais vamos ficar aguardando pela construção da barragem de abastecimento de água, pelo término do no novo aeroporto e pela melhoria da mobilidade urbana? Falou-se muito sobre a requalificação do Terminal de Ônibus da Lauro de Freitas e pouco sobre educação e saúde, cujos índices ainda são precários em nosso município no tocante ao ranking estadual e nacional.

POUCAS MUDANÇAS

Pelo visto vamos ter poucas mudanças nas 21 cadeiras da Câmara Municipal de Vitória da Conquista que precisa de uma representação mais forte para brigar pelos projetos de melhoria da cidade e não simplesmente dizer amém ao que faz ou deixar de fazer o executivo. Fora os nomes exóticos, muitos vão continuar se perpetuando no poder nas intermináveis reeleições. Esperamos que a nova legislatura, pelo menos, coloque em pauta a questão da transparência nos gastos dos vereadores, seus salários, verbas de gabinete, número de assessores e suas respectivas remunerações. A Câmara está devendo isto à comunidade. Essa interação ainda deixa muito a desejar.

O AVANÇO DOS EVENGÉLICOS

Registros do Tribunal Superior Eleitoral revelam que o número de pastores candidatos a prefeito, vice, vereador em 2016 teve um aumento de 62% em relação a 2012. Neste pleito, são 287 candidatos contra 178. Isso demonstra o avanço dos evangélicos e do conservadorismo na política brasileira. Esse fenômeno não é diferente em Vitória da Conquista.

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MULTIPLEX EXIBE FILMES DE MÁ QUALIDADE

Carlos Albán González – jornalista

Há pouco tempo, o jornalista Jeremias Macário, editor deste blog, fez uma análise sobre o movimento cultural de Vitória da Conquista. Mostrou, com conhecimento de causa, que um dos maiores polos de desenvolvimento do estado, com mais de 50 municípios em seu entorno, não possui uma lei de incentivo à cultura. Entre os candidatos a prefeito não se ouve nenhuma promessa de estímulo às artes, e não se deve esperar da futura Câmara de Vereadores qualquer iniciativa nesse sentido.

As nossas salas de arte, bibliotecas e museus estão entregues aos cupins; as raras livrarias diversificam seus negócios para sobreviver; as feiras de livros, que atraem visitantes – Paraty, no Rio, é um exemplo, –  acredito que nunca estiveram nos planos do poder público e da iniciativa privada (onde estão as nossas  escolas de Comunicação e os cursos de Letras?); a cidade não possui um jornal diário e os leitores dos poucos exemplares dos impressos em Salvador têm que perder horas para encontrar uma banca de revistas, que, normalmente, não abre nos domingos e feriados.

O conquistense se alimenta de uma cultura indigesta, que, lamentavelmente, tem adeptos, principalmente na região nordestina do país. Num passeio pela cidade encontramos dezenas de cartazes ou carros de som, anunciando a apresentação de representantes da chamada “música lixo”. Esse tipo de programação atinge o auge com o Festival de Inverno. Pra não dizer que não falei de flores, a administração municipal promove no Natal e no São João, festivais de músicas regionais, prestigiando os artistas locais.

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POR UMA CIDADE MAIS HUMANA

macariojeremias@yahoo.com.br

De uma coisa tenho certeza que os conquistenses devem concordar comigo: A cidade precisa ser mais humana, especialmente no centro, onde carros e ônibus cedam espaço para que as pessoas possam circular livremente sem o estresse da poluição sonora e visual. Com um amontoado de veículos por todas as ruas e calçadas, o centro está se tornando cada vez mais insuportável.

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Quando falo de centro, refiro-me às áreas das praças Tancredo Neves, Barão do Rio Branco, o Terminal de Ônibus da Lauro de Freitas e imediações que estão congestionadas e sufocadas de veículos com gente se batendo e cruzando no trânsito, mais parecendo com aqueles mercados árabes e indianos. E os obstáculos das calçadas esburacadas?

Vou direto ao ponto mais crítico, feio e poluído da cidade, que é o Terminal da Lauro de Freitas. Conquista cresceu nos últimos anos e se tornou uma capital que recebe diariamente mais de 60 mil pessoas de todas as partes dos municípios da região sudoeste. O Terminal hoje é um apertado curral onde não oferece mais espaço para ampliação.

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Não é preciso ser engenheiro ou especialista em mobilidade urbana para perceber que uma simples “requalificação”, como focam os candidatos à prefeitura, vá resolver a caótica situação. A proposta eleitoreira é mais um gasto público jogado fora que vai minimizar, mascarar e não solucionar o problema. É como um “gato” que se faz num poste de energia elétrica.

Ora, um candidato alegou que o Terminal não pode sair dali porque representa 70% das vendas do comércio local. Isso é o que se convencionou dizer. E se toda aquela área fosse urbanizada com calçadões e quiosques, tornando-se mais prazerosa aos moradores e visitantes? Sem fuligens, poluição sonora e visual, não seria maior a revitalização para o comércio? Com certeza, a cidade ficaria mais bonita e humana.

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Mais cedo ou mais tarde, a Prefeitura Municipal vai ter que construir uma nova estação de ônibus em outro lugar mais amplo, porque o Terminal atual não suporta mais, e a cidade tende a crescer mais ainda. Os ônibus podem até circular para desembarque e embarque na Lauro de Freitas, desde que se proíba a circulação de veículos pequenos. A chamada “requalificação” não vai passar de uma maquiagem.

Na concepção atrasada dos lojistas que já se acostumaram com aquela sujeira e fuligem há anos, tirar o Terminal dali é um palavrão e, para não desagradar politicamente (não perder votos), os candidatos temem falar em um novo projeto mais realista para a cidade. Até quando, se o local não tem mais espaço para expansão? Mudar a posição dos abrigos? Pintar faixas e meios-fios? Quebrar asfaltos e calçadas?

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Na verdade, todo centro comercial de Conquista precisa ser revitalizado onde as pessoas tenham o prazer de passear livremente como se fosse uma região de lazer e realizar suas compras sem o sufoco dos carros. Cadê o projeto do shopping a céu aberto idealizado há anos, numa parceria entre Prefeitura Municipal, CDL e o Sebrae?

Um centro revitalizado onde se poderia promover eventos culturais das mais variadas linguagens artísticas, seria uma ótima opção de lazer e entretenimento nos finais de semana para as famílias conquistenses, além do Shopping Conquista Sul. Esse negócio simplesmente de “requalificação” cheira mais a maquiagem e tudo vai continuar no mesmo.

Sempre digo que Conquista necessita, urgentemente, de grandes projetos à altura da cidade, como um novo Terminal, conclusão do aeroporto, barragem definitiva de abastecimento de água e novos modais alternativos de transporte público, e não de remendos que se diluem em pouco tempo.

Das principais questões envolvendo a cidade, o candidato Fabrício tem sido o mais incisivo, direto e claro em suas proposições, especialmente quanto ao Terminal da Laura de Freitas, que na sua ideia seria utilizado para embarque e desembarque dos coletivos urbanos com destino a uma nova estação a ser construída, mais confortável e mais ampla.

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A Praça Barão do Rio Branco, sempre entupida de carros por todos os lados, também é outro transtorno para os pedestres. Para circular pela aquela artéria nos dias de semana é um tormento. As pessoas têm que sair driblando os veículos. Para idosos e deficientes físicos a situação ainda é mais complicada. A verdade é que também aquele espaço foi invadido pelos carros.

SHOW NO PARAGUAI E SUAS ÚLTIMAS DECLARAÇÕES

macariojeremias@yahoo.com.br

O compositor paraibano, odiado pelos militares, bem que tentou se apresentar em palcos brasileiros, em 17 de julho de 1982, no Salón Social Área Dos, da Itaipu Binacional, mas seu show foi proibido pelas autoridades. O general Junot Rebello Guimarães contribuiu para a proibição depois que um jornal paranaense de Cascavel publicou uma reportagem onde apresenta Geraldo Vandré como “inimigo do governo brasileiro”.

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Depois de vinte dias esperando pela liberação, como cita Jorge Fernando, o show foi mesmo realizado em Puerto Stroessner, no Paraguai, que depois recebeu o nome de Ciudad del Leste. Acompanharam os músicos Di Melo, Saldanha Rolim e Saulo Laranjeira e ainda contou com a presença de Birhú de Pirituba.

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Quando a apresentação começou no Cine Ópera, os músicos entraram em fila indiana, todos de verde-oliva com botas pretas. A repórter do JB no Paraná, Ruth Bolognese, disse que “não houve aplausos nem gritos. O cinema era escuro e a plateia paraguaia”. Entre outros, estava lá o amigo paraibano Ivo de Lima.

Na ocasião, Vandré cantou canções em espanhol e falou textos poéticos, alguns de sua autoria e outros de Guimarães Rosa. Ao lado de João Martinez, um dos donos do jornal Folha de Londrina, o músico declarou ter desprezo pela imprensa brasileira. “Só dou entrevista porque estamos em outro país… No Brasil em que eu ainda vivo, não admito pedir licença a general nenhum pra falar”.

Em abril de 1984, mais uma vez, tentou se apresentar na Itaipu Binacional, mas só conseguiu em 1985. No momento mais emocionante do seu show, fica de frente para a bandeira do Brasil e, de costas para a plateia, canta “Caminhando” e recita versos perguntando “o que fizeram de ti, bandeira”?

Alias, após seu retorno do exílio, esteve por várias vezes em Foz do Iguaçu onde cometeu algumas doideiras, como a de ter tirado fotocópias de dólares, autenticá-las em cartório e tentado passá-las em frente. Não teve sucesso e ai disse que no Brasil nem os cartórios são levados à sério. Há quem diga que fumava muita maconha e saia disparado pela cidade. Outras vezes se escondia atrás de postes e árvores, alegando estar sendo espionado por agentes da repressão.

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Entre suas idas e vindas, ao saber que Vandré estava hospedado na Capitania dos Portos, o coronel Eugênio Menescal, parente de Roberto Menescal, escreve um alerta aos soldados dizendo que esta pessoa é inimiga do exército brasileiro e sua entrada no batalhão é proibida. Insistente, um dia regeu a banda do Batalhão. Furioso, o coronel o repreendeu: O que o senhor está fazendo aqui com minha banda? Vandré entregou a batuta e sorrindo disse: “A banda que é do exército é muito boa, sua coisa nenhuma”.

O compositor ficou também num quartinho na sede do Diário da Cidade por conta do jornalista Rogério Romano Bonato. Por causa disso, recebeu uma ordem do coronel dizendo que ele teria doze horas para desalojar o hóspede indesejado. O repórter respondeu para o emissário do oficial: “Diga ao seu chefe que ele manda no batalhão e eu, no meu jornal”.

Em 86/87 seu conterrâneo Zé Ramalho o encontrou em Foz de Iguaçu e afirma que ele estava lá por conta das coisas da aeronáutica. “Estou aqui estudando a arte militar”. Num show com Zé Ramalho, no mesmo ano, entrou vestido de soldado, cantou de costas em alemão “Pra Onde Foram Todas as Flores”. “Depois cantou três canções novas de arrepiar, em português” – disse Ramalho.

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O ORGULHOSO PRESIDENTE DO COB

Carlos Albán González – jornalista

A avalanche de críticas que recebeu nas últimas semanas não mudou o tom ufanista e nem os exageros cometidos pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, nos pronunciamentos feitos durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio de Janeiro. Esquece o dirigente, que se encontra há 21 anos no cargo e se prepara para permanecer até 2020, apesar da saúde abalada, que o Brasil, nos dois eventos, não atingiu o número de medalhas previsto pelos organizadores. Sua posição no ranking olímpico foi inferior ao registrado nos Jogos de Londres 2012, mesmo tendo o apoio do público, da participação de um número recorde de atletas, da ausência dos russos (segundo lugar na Paraolimpíada de Londres), e, principalmente, dos bilhões de reais investidos.

“Realizamos os Jogos mais econômicos da história”; “nenhuma cidade mudou tanto como o Rio nos 120 anos das Olimpíadas da era moderna”; “verba de estatal não é dinheiro público”; “o mundo foi contagiado pela paixão dos cariocas e dos brasileiros, o que muito nos orgulha, inclusive a mim, pessoalmente”.  

A organização das duas competições consumiu R$ 9,14 bilhões, distribuídos entre o Comitê Olímpico Internacional (COI), União, estado e município fluminenses, estatais e patrocinadores, incluindo um aporte extra da Petrobras de R$ 200 milhões para cobrir despesas de alimentação dos atletas paraolímpicos, cuja participação nos Jogos esteve ameaçada de cancelamento.  

Em 2009, a economia do país atravessava um período de calmaria. Membro da comitiva do presidente  Lula, que esteve em Copenhague para ouvir do COI o anúncio do Rio como sede dos Jogos de 2016, Nuzman apresentou um orçamento de US$ 2,6 bilhões, equivalente na época a R$ 4,52 bilhões. Nos sete anos que se seguiram, a economia brasileira foi convulsionada pelos escândalos financeiros e pela construção superfaturada dos estádios para uma Copa do Mundo altamente deficitária. Com a variação do câmbio da moeda americana, os números levados à reunião do COI por Nuzman representam hoje R$ 9,14 bilhões.  :: LEIA MAIS »

DITADURA DO COB AMEAÇADA POR UMA BOLINHA

Carlos Albán González – jornalista 

O velho ping-pong, passatempo dos nossos avós, abandonou as raquetes de madeira, adquiriu o termo pomposo de tênis de mesa e ganhou status de esporte olímpico, sob o amplo domínio dos chineses, a partir dos Jogos de Seul, em 1988. A bolinha branca, importante componente dos jogos, que praticamente, em mais de um século, não sofreu modificações, pode servir de “arma” para derrubar a antiga ditadura implantada desde 1995 no Comitê Olímpico Brasileiro (COB), e interromper os planos do seu presidente, Carlos Arthur Nuzman, de se manter no cargo até 2020, passando por cima da legislação esportiva.

Na presidência, também há mais de duas décadas, da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), Alaor Azevedo, empunhou a bandeira da oposição contra o todo poderoso Nuzman. Médico e ex-diretor administrativo de um hospital carioca, ele acusa o dirigente do COB de ter deixado de repassar para as confederações uma verba de R$ 410 milhões, liberada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para ser aplicada no treinamento dos atletas que competiram nos Jogos do Rio 2016.

Numa entrevista a ESPN, Azevedo afirma que o presidente do Comitê Organizador dos Jogos do Rio e das Paraolimpíadas “usou de manobras financeiras, que eu chamo de “pedaladas”, tão graves como as que afastaram a presidente Dilma Rousseff do Planalto. As irregularidades, que já foram parar na Justiça fluminense, e que, por certo, serão examinadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), prejudicaram o rendimento do país na Olimpíada: o Brasil foi o 13º colocado no quadro de medalhas. 

Azevedo planeja dirigir o COB desde as últimas eleições, em 2012. Na época, como exigem os Estatutos da entidade, não conseguiu o apoio de dez confederações, além de ter encontrado pela frente os obstáculos colocados pelo seu adversário, que, inclusive, obteve na Justiça o direito de ser reconduzido ao posto por aclamação dos seus 29 eleitores, previamente ameaçados de retaliação.

O “cartola” mesatenista não perdeu a esperança de se proclamar presidente do COI. O pleito para o mandato por mais quatro anos está marcado para ainda este ano, sem data definida. Pesa contra o Azevedo, além da vitaliciedade na CBTM, uma denúncia de corrupção, feita em 2004 e levada ao Ministério Público e à Polícia Federal. No projeto denominado de “A Grande Sacada”, a Telebrás liberou uma verba de R$ 1,2 milhão para a construção de mesas de cimento em várias cidades brasileiras. A primeira parcela, de R$ 400 mil, chegou à Confederação, mas até hoje nenhuma mesa foi montada. Hoje, Azevedo procura fugir do assunto, garantindo que foi absolvido de todas as acusações. :: LEIA MAIS »

“VANDRÉ – O HOMEM QUE DISSE NÃO”

O rei dos festivais e poeta maior da canção nordestina que bebeu na fonte do cordelismo e até da Bossa Nova, não fazia camuflagens. Era direto com suas letras de protesto contra a ditadura militar. Entre colegas até instigava a sua derrubada. No final do seu exílio, de pouco mais de quatro anos, caiu doente de tanto sofrer de saudade da pátria. Depois do seu retorno, em 1973, nas vésperas do golpe do general Pinochet no Chile, virou um enigma, nunca confessou ter sido torturado e sempre declarou que suas músicas eram de amor.

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Seu auge e seu fim começaram com a canção sucesso no início dos anos de chumbo e até hoje cantada “Pra não dizer que não falei das flores (Caminhando)”, tornando-se a partir dai, em final de 1968, o inimigo número um das forças armadas entre os compositores brasileiros. Voltou amargurado, renegando a mídia e a cultura de massa. Para quem pregou um dia que a arte tinha que ser de protesto e retratar a realidade, disse depois num de seus momentos mais depressivos, que “conseguiu ser mais inútil do que qualquer artista”.

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Para não ser preso e morto partiu clandestinamente para o Chile no início de 1969 e de lá para a França. Perambulou pela Europa onde participou de um festival de música na Bulgária. Irregular, foi pressionado a deixar a França. Constrangido, acuado e acossado pela opressão contra o livre pensar e se expressar, tentou se conciliar com os generais e até fez a canção “Fabiana” em homenagem à FAB. Vestiu farda da aeronáutica a quem denominou de “exército azul”. Sua “loucura” foi atribuída a possíveis torturas sofridas nos porões da ditadura.

No início da década de 70, em pleno auge da ditadura, o compositor participou com Manduka de um festival em Lima, no Peru, com a música “Pátria amada, idolatrada, salve, salve”, na tentativa de acalmar os ânimos dos generais que nutriam ódio por ele. No entanto, os fardados da linha dura o condenaram mais ainda por ter usado trechos do Hino Nacional.

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Sempre foi um patriota convicto. Numa de suas apresentações nos Estados Unidos, do seu jeito esquentado, se invocou com um baixista norte-americano da banda porque não falava uma palavra em português, enquanto os brasileiros tinham que aprender o inglês para se relacionar com sua gente. Encheu tanto o “saco” do cara com esta discussão que o músico, um negão forte, o suspendeu até a parede e quase o esmagava, não fosse seu parceiro brasileiro que lhe salvou da ira do ianque.

É claro que estou falando do paraibano Geraldo Vandré e do livro do jornalista e escritor mineiro Jorge Fernando dos Santos que publicou a biografia não autorizada de “Vandré – o homem que disse não”, que completou 81 anos no último dia 12 de setembro. Continua recluso e de temperamento complicado, restrito a alguns amigos em seu apartamento em São Paulo, os quais evitam falar com ele sobre ter sido preso e torturado.

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O PONTO DA QUESTÃO

O TRIÂNGULO DA EDUCAÇÃO

Pelos cálculos do Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do Ministério da Educação de 2015, que tem como meta atingir a nota 6 em 2022, contra os 5,3 de hoje (objetivo fracassado), os municípios de Licínio de Almeida (6,3), Caculé (6) e Jacaraci (6,1), no sudoeste baiano, ultrapassaram o previsto, formando o triângulo da boa educação na Bahia.

Bem que gostaríamos que Vitória da Conquista estivesse nesta lista, mas nossas escolas, lamentavelmente, estão entre as instituições públicas que não alcançaram a meta de qualidade da educação no ensino fundamental e médio. Por que não mirar no bom exemplo do triângulo da educação destes municípios vizinhos a nós? Ah! Mortugaba também está incluído neste ranking.

Na Bahia os colégios militares com sua rígida disciplina obtiveram os melhores índices, tanto na capital como no interior. É sobre esta militarização na educação que existe uma polêmica a favor e contra entre os estudiosos do setor. Para a especialista em educação e pedagoga, Jane Barros Leite, as regras impostas pelas escolas militares não desenvolvem o sentido crítico dos alunos. Diz ela que muitos estudantes se limitam a obedecer as regras e não são estimulados a pensar a respeito da vida escolar que vai muito além de títulos e medalhas.

TERMINAL DA LAURO DE FREITAS

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Praticamente todos os sete candidatos a prefeito de Vitória da Conquista focam suas lentes de promessas em obras de mobilidade urbana no Terminal de Ônibus da Lauro de Freitas. Garantem que vão ampliar, requalificar e revitalizar o velho e sujo curral do Terminal. Nenhum projeto corajoso de transformar aquela área apertada e cheia de fuligem num calçadão urbanizado, dando mais sentido humano para a cidade. Aliás, é de mais humanização que todo centro da cidade está precisando, com mais uma injeção de ânimo para o comércio. Basta de veículos entupindo e congestionando o centro!

Sinceramente, não sei como vão ampliar o aquele Terminal, a não ser derrubando parte do quarteirão. Mas, como eles insistem em requalificar o ponto de ônibus (a cidade cresceu e carece de outro terminal), cada candidato poderia se responsabilizar por um item. Por exemplo, o Zé ficaria com a tarefa de mudar e limpar os abrigos, Herzem encarregado fazer de faixas exclusivas para os ônibus (não existe espaço), Arlindo com a parte de iluminação, Joás com o novo calçamento, Fabrício… É, são tantos candidatos que o serviço acabou. A única solução ali para ampliar é construir um elevado de concreto do tipo segundo andar do terminal. Não sou engenheiro, mas não entendi outra forma de expansão do nosso terminal.

SECA NO SUDOESTE

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Na espera das chuvas de outubro para mudar a paisagem cinzenta da seca que assola o sudoeste, o sertanejo continua desolado e abandonado pelos governantes que ainda adotam como instrumento de combate os eleitoreiros carros-pipas. Os municípios de Tanhaçu, Anagé, Caetanos, Caraíbas, Maetinga, Jânio Quadros, Aracatu e Brumado são os mais castigados pela estiagem que está completando um ano.

Vitória da Conquista está também nesta linha de fogo, principalmente com o racionamento de água para a população, e não vamos aqui colocar a culpa em São Pedro que não mandou chover, mas na má gestão dos nossos políticos de plantão que há mais de dez anos prometem a construção de barragens que não chegam. Em todas as eleições aparecem os mesmos caras de paus de sempre e o pior é que o povo acredita neles.

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PROVA DE SUPERAÇÃO HUMANA

A Paralimpíada é mesmo prova de superação humana em todos os sentidos, pena que a mídia televisiva, principalmente, não dê o mesmo espaço das Olimpíadas. Infelizmente estamos num sistema que só visa o capital, e as emissoras de televisão não fogem à regra. Simplesmente desmontaram o palco e passam o tempo soltando alguns fleches do evento.

O comentário é chocho e mal aparecem imagens dos medalhistas no pódio. O público torcedor continua dando mostras de total falta de educação com barulhos ensurdecedores, especialmente nas modalidades de futebol para deficientes visuais que precisam ouvir o chocalho da bola. Por várias vezes, os árbitros param os jogos para pedir silêncio, mas não são atendidos.

Fora a abertura, que foi um espetáculo de criação artística e cheia de surpresas, as falhas de organização se repetem. O vitalício e ufanista presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman recebeu da plateia, que lotou o Maracanã, uma tremenda vai bem merecida.

O mais espantoso em tudo isso é que não se vê nenhuma crítica ao dirigente por parte da mídia esportiva que não se cansa de arrotar seu ôba ôba de sempre, recheado de futilidades. O mais curioso é que praticamente toda delegação brasileira é formada de brancos. Por que poucos negros disputam a Paralimpíada? Existe alguma discriminação?





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