Poema de autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

Sou filho das Américas

Do Sul e Central,

De Colombo e Cabral,

Das caravelas ibéricas,

Dos capitães piratas,

Que singraram mares

Atrás do ouro e das pratas,

Que fizeram matanças,

Cativaram nativos,

Deles roubaram seus colares,

Impuseram suas crenças,

Encheram suas panças

Nas Américas Ibéricas,

Américas Ibéricas!

 

Do México a Patagônia,

Terra do fogo,

Do Caribe à Amazônia,

Sou filho dos tupis-guaranis,

Dos Maias, Incas e Astecas,

Dos Tupinambás, Tapuias e Cariris,

Sou das Américas Ibéricas,

Américas Ibéricas!

 

Sou mestiço, caboclo e mameluco,

Até cabra cafuzo maluco,

Branco, pardo e negro,

Árabe-judeu, mouro ibérico,

Nações famélicas

Das Américas Ibéricas.

Américas Ibéricas!

 

Sou fruto do índio-português,

Dos antepassados ancestrais,

Das tribos canibais,

Das Américas Ibéricas,

Américas Ibéricas!

 

Sou filho dos deuses guerreiros,

De Montezuma e Atahalpa,

Dos espanhóis prisioneiros,

Nas Américas Ibéricas,

Américas Ibéricas!

 

Não sou filho norte-americano,

Imperialistas ianques,

Invasores de territórios soberanos,

Com seus foguetes, drones e tanques,

Sou das Américas Ibéricas,

Américas Ibéricas!

 

Sou da África, africano,

Nordestino latino,

Com nossas culturas “bélicas”

Das Américas Ibéricas,

Américas Ibéricas!