ESCOLAS PARALELAS E BRASIL PARALELO
Não temos como fazer uma reflexão sobre essa estrutura de Escolas Paralelas e Brasil Paralelo que estão criando em nosso país desde 2016 (teve mais força a partir de 2022) sem desassociarmos da política de extrema direita que tenta inocular em nossas crianças e jovens uma concepção conservadora, negacionista e de viés de supremacia racial nazifascista, sem falar no conceito de divisão de um país.
Em seu programa, tendo como base financeira os “mecenas”, que fundaram as escolas Caminhos e Colinas, essa gente está introduzindo conteúdos controversos em salas de aula, como a negação do capitão ex-presidente golpista Bolsonaro, de que não houve ditadura e tortura no Brasil. Para essas pessoas, o que houve em 1964 foi uma revolução contra um suposto plano de introduzir no Brasil o comunismo.
Através de um instituto, eles estão cada vez mais avançando com suas ideias extremistas de superioridade de uma raça branca e, em suas propagandas, introduzem negros para disfarçar seus verdadeiros propósitos de aniquilamento do pensamento progressista da igualdade racial e de gênero.
Outro exemplo de extremismo é que essas chamadas Escolas Paralelas e Brasil Paralelo trabalham no sentido de negar nossa verdadeira história, inclusive defendendo o fim da escola pública e que o ensino passe a ser feito pela própria família, coisa impraticável onde a maioria dos pais tem baixo nível de instrução, sem falar no fator tempo de dedicação aos seus filhos.
Como tantos outros de cunho conservador, esse movimento perigoso vem ocupando largos espaços deixados pelas esquerdas que se desviaram de suas bases, esqueceram seus princípios fundamentais éticos, cometeram desvios de conduta e fizeram alianças com grupos inescrupulosos e corruptos em nome de uma governabilidade de poder.
O resultado disso tudo ficou comprovado agora nas eleições de outubro passado onde a direita de extrema tomou a maioria das prefeituras municipais, inclusive das capitais. Foi por assim dizer uma avalanche como no caso de Vitória da Conquista, cujo povo optou pelo conservadorismo.
Quem são esses “mecenas” ricos poderosos das Escolas e do Brasil Paralelo e quais são suas verdadeiras intenções? Boa parte vem dos evangélicos conservadores que há anos vêm montando um plano diabólico de desmonte da nossa cultura, da nossa história, de desprezo das minorias e fomento ao racismo, à homofobia e à misoginia.
O pior de tudo é que as próprias vítimas votam, aderem e apoiam seus próprios algozes. É uma coisa incompreensível e de difícil resposta. Por que está acontecendo esse fenômeno, não somente no Brasil, mas em grande parte do mundo, como nos Estados Unidos e países da Europa?
Não sou nenhum especialista em educação, mas como vão ficar as cabeças desses jovens em futuro próximo depois de terem passado por um processo de lavagem cerebral? Com a palavra os professores. O mais espantoso é que assistimos a tudo isso de braços cruzados, enquanto as Escolas Paralelas vão desconstruindo o que foi construindo com conhecimento e saber científicos.











