VIELAS NOTURNAS
De autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário, extraído do seu livro NA ESPERA DA GRAÇA
Pelas esquinas e avenidas curvas:
Raios de luzes deslizam no asfalto;
Cada alma busca suas curas;
Sangue risca no assalto,
Saído das vielas noturnas.
Nesse existir só valem fortunas;
Na mente,
Aquela senhora calma-serena,
Que via o invisível,
Atrás da sua lente,
E o olho da câmera,
Meus passos vigia;
Rogo ao tempo
Que não nasça o dia,
Para vagar eterno
Nessas vielas noturnas.
A noite invade a madrugada;
No lixo colho osso e uma salada;
Os prédios,
São como caixões de urnas,
Na solitária dor das vielas noturnas.