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:: 31/dez/2024 . 11:44

FELIZ ANO NOVO, OU FELIZ MEU VELHO?

Mais um ano que se passa e, cronologicamente, a terra, o tempo e a humanidade vão ficando mais velhos em linha reta ao seu fim. É como um aniversário onde a partir de cada ano nos tornamos mais idosos. Pelo menos nós somos finitos. Quanto ao universo, não sei.

Com isso, não estou aqui condenando os “bordões” Feliz Natal e Feliz Ano Novo porque têm o sentido do desejo que sejam melhores para todos. Não se trata de expressar tristeza, mas apenas uma reflexão crítica, fugindo um pouco do deboche e do sarcasmo.

Veio-me agora à mente a reforma do calendário instituído pelo ditador romano Julius César, isto por volta do final de 46 a.C. O calendário lunar de Roma, baseado em uma no de 354 dias, se encontrava fora de sincronia com as estações do ano. César, então, fez uma reforma que marcou época ao implementar o calendário solar, com o ano de 365 dias, mas um bissexto a cada quatro passados. O novo calendário teve início em 1º de janeiro de 45.a.C.

Pois é, mas, mesmo que não fossem feitas essa e outras correções (século XVIII), o tempo em si continuou correndo em seus passos cadenciados, como no tic-tac da invenção do relógio, com altas e baixas na cadeia evolutiva ou decadente da humanidade. Os ponteiros continuaram a girar dando suas badaladas silenciosas.

Infelizmente, vivemos uma época conturbada em nossas vidas onde o ser humano está em baixa em seu grau humanista, embora nos orgulhemos do progresso e da evolução tecnológica que têm seu alto preço a pagar. Quando nos referimos sobre cultura, conhecimento, saber, solidariedade, individualismo e egoísmo, ouvimos muito a frase “decadência da humanidade”.

Estamos num planeta em ebulição em termos de tragédias naturais e humanas com guerras genocidas. Os holocaustos se repetem. Muita gente ainda não acredita que estamos em pleno aquecimento global, mesmo os cientistas registrando recordes de temperaturas. Triste que este cenário não tende a melhorar.

Dizem que a última década foi a mais quente da história, tudo por conta da destruição da natureza e a elevação do nível de gases tóxicos no meio ambiente. Essa depredação vem ocorrendo há séculos e sempre digo que não existe mais retorno para deter o fim da humanidade no planeta terra. Ela sobrevirá, nós não.

Alguém a essa altura que está lendo meu texto pode estar avaliando que estou sendo macabro na passagem do ano. É que procuramos manter certa distância da realidade e da verdade. Talvez por isso é que, inconscientemente, emperramos as mudanças. Não é apenas desejar melhorar.

Não é o Ano Novo, ou Velho pela idade do tempo, que vai parar as guerras e a onda desenfreada de violência, cada vez mais bárbara, brutal e cruel. Não é o Ano Novo que vai reduzir a fome e a pobreza de quase um bilhão de habitantes terráqueos.

Todas as datas, sejam lunares ou solares, são motivos para festanças e comemorações como faziam as antigas civilizações passadas. Nesse aspecto, herdamos esses costumes e hábitos da nossa ancestralidade, o que é natural. Somos dionisíacos.

São motivos para tomarmos umas cachaças, quentes ou geladas, enchermos a pança, nos abraçarmos, nos alegrarmos, confraternizarmos, nos embebedarmos, cairmos nos bacanais e orgias e desejarmos um Feliz Ano Novo. No outro dia é vida que segue, e para tudo falta tempo, até para responder uma mensagem.

Natal e Ano Novo são épocas de aplacarmos os sentimentos ruins de raiva, brigas e xingamentos, sem ressentimentos. Esses comportamentos podem soar como falsidade, mas é assim que agimos, adiando as respostas ácidas para depois.

Portanto, Feliz Ano Novo para todos. Só paz e amor, e que essas duas palavras perdurem durante todo ano, mas, infelizmente, não é assim, meus caros amigos, que a banda toca. Pode ter certeza que ela vai sempre desafinar. É a ordem natural das coisas e da vida que não pode ser revertida. Pelo menos, procure ser melhor um pouco.





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