Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

Pela estrada da vida,

Aperto o cinto em cada saída,

Às vezes as vistas ficam turvas,

Temo o labirinto das curvas,

Reduzo a marcha,

Alivio o acelerador,

Olho quem vem na frente,

No retrovisor tem gente,

Assim avanço em meu destino,

Tentando cicatrizar minha dor,

Lembrando do meu amor,

Que partiu e me deixou.

 

Na estrada da vida,

Adoro as retas,

Sigo pelas setas,

Atento às encruzilhadas,

Sinto a sensação do vento,

Nas poeiras do tempo,

Aprecio a paisagem,

Cada qual em sua viagem,

E lá vai o homem com sua enxada,

Acolá o vaqueiro em seu gibão,

Toca uma rês desgarrada,

Cortando o agreste do sertão,

Como fazia meu velho pai,

Que cumpriu sua travessia,

Como o existir previa.

 

Na estrada da vida,

Uns apressados exageram,

No asfalto da velocidade,

Tudo depende da idade,

Outros preferem o compasso,

Deixar na terra seu traço,

E com fé carregar sua cruz,

Ora ao farol do escuro,

Ou iluminado pela luz,

Viajando no passado,

No presente apegado,

Mirando suas metas no futuro.