O NATAL PAGÃO, AS REFORMAS E UM CONGRESSO TRAIDOR DO NOSSO PAÍS
Às vezes costumo misturar os assuntos para falar das mazelas do nosso país que não consegue ser sério e é tão contraditório e paradoxal. Não temos políticas públicas para reduzir as profundas desigualdades sociais, mas um assistencialismo “barato” e caro que faz de conta que as pessoas pobres e miseráveis estão mudando seu nível econômico e político de vida. Tudo não passa de uma farsa.
Fora de contexto, o Natal virou uma festa pagã como nos tempos dos celtas e romanos que se esbaldavam na passagem do solstício no hemisfério norte durante as colheitas de suas safras. O cristianismo, que não é nada monoteísta, cheia de lendas (o Antigo Testamento) copiadas de civilizações passadas, como dos sumérios e egípcios, agora vê seu Natal do nascimento de Cristo se tornar num ritual de paganismo. Será a maldição da lei do retorno?
O profano voltou como naqueles tempos remotos condenados pela Igreja Católica. Nesse período do ano, as pessoas hoje só pensam em se refestelar em seus banquetes com suas mesas recheadas de comidas e bebidas. Embriagam-se no luxo das imagens luminosas para idolatrar seu deus Papai Noel. No afã dos presentes, os pobres se endividam no consumismo que entope nosso planeta de lixo. As propagandas comerciais são as vitoriosas.
AS REFORMAS “SALVADORAS”
Deixemos de lado essa passagem natalina pagã e mergulhemos na outra das reformas onde cada uma é tida pelos nossos representantes parlamentares como a salvação do Brasil. É um filme repetido e arranhado. Enquanto isso, o Brasil nunca é passado a limpo.
Agora é a vez da tributária, toda complicada que tem até imposto do “pecado” – lembra até dos 10 Mandamentos e da religião que criou a culpa – mas, contraditoriamente, isentam as armas de taxação. Tudo muda para ficar no mesmo lugar, ou piorar, como a trabalhista escravagista e a previdenciária.
Ninguém – falo desse Congresso Nacional reacionário, traidor da pátria – quer fazer uma reforma eleitoral séria e completa (não as emendas tapa buracos) que evite, pelo menos, o crime do derramamento de dinheiro na compra de votos, como aconteceu em Vitória da Conquista, o maior de toda sua história.
Muita gente está sendo presa pelo Brasil a fora, mas não vejo nenhuma apuração aqui em Conquista para apurar e investigar os fraudadores diplomados recentemente, que se aproveitaram do eleitor fraco de espírito, cúmplice da mesma laia. Todos fazem de conta que o pleito foi democrático e gerador de mudanças sociais. Esse sistema arcaico e manipulador não passa de um “conto do vigário”.
Do outro lado, o governo federal decreta um pacote fiscal de cortes nos gastos do orçamento para ajustar suas contas, mas o Congresso traidor, um dos mais caros do mundo, fica intocável e nada de reduzir suas benesses, penduricalhos, mordomias, verbas de gabinete e indenizatórias.
Com raras exceções, não passam de um bando de imorais que se acham na moral de falar em moralidade fiscal. Uma dessas imoralidades são as emendas parlamentares, verdadeiras fontes de corrupção e arrombamento dos cofres públicos. Elas nem deveriam existir, mas se o governo falar nisso será imediatamente cassado.
Para as forças armadas, o poder executivo – na verdade não governa, mas obedece ao Congresso traidor e cancro da nação, cheio de extremistas nazifascistas – anuncia um arremedo de cortes nas despesas, tudo para agradar os generais desocupados que aqui e acolá estão conspirando um golpe de Estado, inclusive com ajuda da elite burguesa e do agronegócio que devasta o meio-ambiente e mente botar comida em nossa mesa.
No mais, seguimos nas campanhas de doações de caridade ou esmolas de quilos de alimentos, crentes cristãos de que estamos fazendo a nossa parte para melhorar o Brasil irremediável desde os tempos coloniais. Com essas ações assistencialistas de dar o peixe sem ensinar a pescar, procuramos nos redimir de nossos pecados para ganhar o reino dos céus, sempre à custa dos miseráveis.
Os que podem seguem curtindo suas festas em suas casas, bares e restaurantes, com um celular na mão e um carro, exibindo seus prazeres dionisíacos da carne e adorando o deus Baco. O negócio é ter uma moeda para pagar a passagem ao barqueiro que irá lhe levar para o outro lado da margem do rio fumacento e turvo de almas penadas.
Aqui na terra brasis, assim vamos seguindo nossas vidas monótonas e marrentas como se não houvesse morte, tentando enganar a nós mesmos de que tudo é belo e maravilhoso. Não temos mais domínio de nós mesmo e vivemos na base do estouro da boiada em disparada, como na música do nosso compositor Geraldo Vandré.
As violências brutais, as corrupções e os crimes hediondos passam nos noticiários e outros voltam na mesma velocidade como se fossem roteiros normais que não mais nos incomodam. Apenas dizemos que é assim mesmo e que tudo isso faz parte da vida, como esse Congresso traidor a conduzir nossos destinos.











