:: 13/dez/2024 . 23:22
OS LADRÕES DE TÚMULOS
Por volta de 1600 a 1500 a. C., os faraós deixaram de erguer pirâmides e passaram a escavar os rochedos do Vale dos Reis, para dentro deles construir galerias e câmaras que serviriam de sepulturas para os seus faraós. Outros eram enterrados nas areias do deserto no sentido de coibir a ação criminosa dos ladrões de túmulos que roubavam valiosos tesouros e dividiam entre suas comunidades, numa espécie de distribuição de renda pós morte.
Mesmo assim, os ladrões continuaram agindo em grupos e eram exímios caçadores de túmulos. As peças encontradas eram vendidas no mercado clandestino para o exterior. Muitas antiguidades preciosas terminaram sendo contrabandeadas para museus de países estrangeiros.
Por muito tempo, o ocidente era desinformado quanto a civilização egípcia, mas foi com Napoleão Bonaparte entre o final do século XVIII com seus sábios quem conquistou o Egito para a Europa, a começar pela Pedra de Roseta, conforme descreve o jornalista e escritor David Coimbra através da sua obra “Uma História do Mundo”.
O livro “A Descrição do Egito”, de autoria de Dominique Vivant Denon, um dos participantes da comitiva de Napoleão, incendiou a imaginação europeia e despertou a atenção de arqueólogos e cientistas ingleses, alemães e norte-americanos.
Por incrível que pareça, foram os próprios europeus que reprimiram o tráfico de antiguidades e fundaram o Museu Egípcio do Cairo. O inglês Howard Carter foi autor de uma das maiores descobertas da arqueologia que foi a tumba do faraó Tutancâmon, uma das poucas que haviam se mantido a salvo dos ladrões de sepulturas. Sua descoberta se deu no final de 1922.
Mesmo assim, segundo Coimbra, o mausoléu do rei foi conspurcado por pelo menos dois arrombamentos, mas, por algum motivo, os ladrões não conseguiram acessar os tesouros nem o cadáver do faraó. Esses ladrões sempre agiram durante os três mil anos em que os faraós governaram o Egito.
Pelo seu feito, Carter se tornou no arqueólogo mais famoso da história, sendo comparado a Heinrich Schliemann, o descobridor de Troia, ou a de Jean-François Champollion, que decifrou os hieróglifos egípcios da Pedra de Roseta.
A fim de manter as múmias e seus tesouros a salvo das violações, os administradores egípcios camuflavam os túmulos das formas mais engenhosas nas areias do deserto e atrás de paredes de pedras. Se um ladrão descobrisse a entrada, poderia se perder em um labirinto.
No começo dos anos 80 do século XIX, um grupo de arqueólogos europeus vivia e trabalhava no Egito, com o objetivo de descobrir e estudar as antiguidades do tempo dos faraós. Seguindo a pista de um desses ladrões, o alemão Emil Brugsch-Bey fez uma descoberta impressionante.
Ao tentar ameaçar entregar o ladrão às autoridades muçulmanas, ele levou o cientista ao local onde subtraia as antiguidades. Em julho de 1881, o alemão conseguiu encontrar em desordem os ataúdes, as múmias e objetos dos maiores soberanos do Egito Antigo, como os corpos de Amósis I, Tumés III e o próprio Ramsés II, o Grande e mais poderoso de todos os tempos.
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