Sei que neste Brasil, com este sistema eleitoral arcaico, tão desigual, onde a máquina e o dinheiro falam mais alto, é pedir demais que os candidatos a prefeito e às câmaras de vereadores façam suas campanhas eleitorais municipais dentro da ética, da seriedade, honestidade, lisura e propostas para o nosso povo.

No entanto, não custa nada bater nesta tecla para que todos candidatos tomem consciência de que vamos entrar numa corrida eleitoral (começa nesta sexta-feira) até outubro, e não numa “batalha” de facões, foices e ofensas pessoais, porque a população de bem não aguenta mais tantas baixarias, mas, infelizmente, ainda existem aqueles que aprovam esses “espetáculos circenses” sensacionalistas e depois ficam reclamando, sem nenhuma moral.

A coisa descambou tanto para o baixo nível que hoje fica difícil distinguir quem é o pior, se o eleitor inconsciente que vota por favores, blocos de alvenarias, telhas, pagamentos de aniversários e funerais, entre outras doações ilícitas, ou se é o político safado que faz de tudo para ganhar o pleito, inclusive usando de artifícios das mentiras e das promessas vãs.

Depois de tantos tempos assim (nosso eleitor ainda é inculto em sua maioria), quem é mais nojento, o subordinador ou o subornado, o corruptor ou o corrompido? Ficam aí as indagações para sua reflexão. É por essas e outras que muita gente diz que as eleições, embora sejam necessárias no processo democrático, não significam mudanças para o nosso país. É uma triste realidade porque não são justas.

Por sua vez, a verdade é que o jogo democrático é desleal porque os que já estão no cargo usam a máquina eleitoral e a grana a seus favores contra aqueles que não contam com esses instrumentos e querem chegar lá com boas intenções, com programas sérios de mudanças na política.

Quem está fora e quer entrar com objetivos decentes fica complicado concorrer com esse pessoal que está lá dentro.  O mais positivo nisso tudo é que ainda tem muitos que acreditam em mudanças e colocam seus nomes nessa corrida desigual, o que vale dizer que as esperanças estão vivas.

O mais contraditório nisso tudo é que, mesmo diante desse quadro nada favorável (o sistema é bruto), a Justiça Eleitoral se enche de burocracias intrincadas para um candidato realizar o seu registro, pedindo um monte de documentos e exigências, como se isso fosse impedir os inescrupulosos de burlar as leis, cometer fraudes e praticar a ilicitude. Para abrir uma conta, na realidade são três, no banco é outro protocolo que o candidato tem que enfrentar.

Mesmo com essa idade já avançada, decidi enfrentar mais um desafio, dentre tantos outros em minha vida, e me candidatar para galgar uma cadeira na Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista, e testemunhei essa burocracia monstruosa.

Quem conhece minha pessoa sabe quem sou em termos se seriedade, ética e caráter. Sempre ando na cidade de cabeça erguida e a sociedade que faça seu julgamento. Muitos de meus amigos me aconselharam não entrar nessa, com argumento de que a política é suja e não deveria me sujar, mas já estou vacinado com várias doses de reforço para não ser contaminado. Vou fazer meu trabalho com seriedade.