:: 16/dez/2014 . 21:28
ÚLTIMO SARAU DO “AESTRADA”
Com muita descontração e informalidade como em todos os outros, o último sarau do ano do “Espaço Cultural Aestrada” pode-se dizer que foi fechado com “chave de ouro” pela intensa confraternização e integração dos participantes, tanto que varou a madrugada, com musicais, recitais de poemas e discussões variadas.
O professor da Universidade Estadual do Sudoeste Bahia (Uesb), Itamar Aguiar foi o primeiro a chegar e o último a sair do nosso sarau de confraternização do ano, realizado no sábado à noite do dia 13/12, Depois foram chegando o nosso fotógrafo José Carlos d´Almeida, Mano di Souza e sua esposa Cleidiane com sua filha, Moacir Mocego, nosso Dorinho Chaves, também contador de estórias, Marta Moreno (letristas, cantores e compositores), Lídia Rodrigues e sua amiga Simone.
Aí a festa cultural ficou mais que completa com tantos talentos musicais da viola e da composição, sem contar o professor Itamar e as professoras. O debate foi eclético, de bom nível e bem agradável para se ouvir e aprender com a troca de ideias as mais variadas. Rolou a filosofia, a política, os conceitos de vida e, como não poderia faltar, a literatura.
Como já citei, o bate-papo gostoso, a poesia e a cantoria vararam a madrugada e todos estavam numa noite inspirada, principalmente Moacir Mocego, Mano di Souza, Dorinho e Marta Moreno. Sem exageros, foi por assim dizer, um show de cultura e aprendizagem.
Fotos José Carlos d´Almeida
Posso adiantar e creio que os escritores João Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, Castro Alves, Saramago, Gabriel Garcia Marquez, Pablo Neruda e tantos outros que estavam e sempre estiveram ali na biblioteca ao lado no Espaço Cultural adoraram e curtiram o que ouviram e devem ter brindado conosco.
Pelo que aconteceu no último sarau do ano, 2015 tem tudo para ser melhor, com encontros culturais mais constantes e temáticos. Vamos trazer uma novidade para a cidade, mas a ideia está em fase inicial e ainda carece de um pouco de tempo para ser divulgada. A partir das primeiras reuniões é que podemos ter propostas mais concretas do novo projeto. Vamos amadurecer o plano.
Uma coisa é certa: Os saraus participativos e colaborativos vão continuar nas noites de sábado, sempre bem acompanhados dos comes e bebes e nas batidas musicais, poéticas, políticas, filosóficas e literárias, principalmente. O novo ano de 2015 promete. Boas festas para todos. Compartilhar é bom demais!
ITAMAR INDICA E COMENTA ORLANDO SENNA
MACONHA, CINISMO E SOFRIMENTO
A humanidade sempre consumiu drogas alucinógenas e drogas terapêuticas, muitas delas servindo para ambos propósitos. Inicialmente como substâncias naturais e, com a evolução da ciência, também como substâncias sintéticas. Na atualidade, o ponto central das discussões sobre as drogas alucinógenas é sua descriminalização (o usuário não ser considerado um criminoso) ou a manutenção das leis proibitórias que começaram a entrar em vigor, em vários países, a partir do inicio do século passado, como resultado da Convenção Internacional do Ópio, realizada em Haia em 1912, que elegeu a repressão como solução. O fato de âmbito global mais recente sobre o tema é um documento da ONU, de março deste ano, afirmando que a luta mundial contra as drogas, baseada na repressão, fracassou e sugerindo a descriminalização do consumo.
O objetivo central desse combate é neutralizar a gigantesca ação do crime organizado em todo o planeta, as “corporações do tráfico” que se conformaram como um poder enorme, desumano, infernal, atuando em muitas regiões como governos paralelos. Seria cômico se não fosse trágico o fato de que o nefasto tráfico de drogas existe e cresce como consequência da decisão dos governos de proibir sua produção e distribuição legais, lá em 1912. O acontecimento mais importante referente à luta contra o narcotráfico neste ano de 2014 foi a descriminalização da maconha no Uruguai, uma lei considerada pelos especialistas no assunto como exemplar para os demais países e destinada a acabar com o tráfico no seu território.
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