Depois de ler o comentário do meu colega jornalista Jeremias Macário sobre as imperfeições desta cidade onde vive há mais de 20 anos, tendo ocupado a chefia da sucursal de “A Tarde”, na época o maior jornal do Norte e Nordeste do país, decidi registrar a opinião de um  morador, que trocou há quatro anos a atormentada Salvador pela tranquilidade, – embora há quem não concorde, – de Vitória da Conquista.

Companheiro Jeremias, a projeção que você deu a Vitória da Conquista e a toda a região sudoeste da Bahia não deve ter lhe rendido palavras ou gestos elogiosos daqueles que agiram com prejuízos para o município, notadamente os políticos. Mas, tenho certeza, que as críticas feitas, com as melhores intenções, receberam os aplausos do povo, embora uma minoria tenha revelado ganas de quebrar os seus ossos. Provavelmente, você foi vítima de ameaças, como muitos dos nossos colegas que labutam no interior do Brasil. Muitos deles foram assassinados.

A minha intenção, na verdade, é colaborar com os leitores de “aestrada”, ampliando a lista de problemas, de fácil solução, que tenho observado nesse curto período de vivência nesta cidade.

O primeiro deles é a quase completa ausência de placas de sinalização de ruas e avenidas e as relativas à circulação de veículos e pedestres. A prefeitura, com adesão de uma empresa privada, já deveria ter instalado postes nas esquinas dos logradouros. Com a expansão das áreas residenciais da cidade muitas ruas são indicadas pelas letras do alfabeto.  Verdadeira barafunda se constitui a numeração de casas e prédios. Cada proprietário coloca o número que mais gosta, com o consentimento da municipalidade.  A população agradeceria, principalmente taxistas, entregadores e carteiros.

Com relação ao trânsito são muitos os cruzamentos onde o motorista fica em dúvida qual é a via preferencial, porque não existe uma placa indicativa, causando freqüentes abalroamentos, com prejuízos materiais e vítimas. Menciono ainda as faixas de pedestres apagadas e os cruciantes quebra-molas, condenados em portaria pelo Denatran, mas objetos de requerimentos dos  vereadores interioranos aos seus prefeitos.

Como ex-repórter de Esportes de “O Estado de S, Paulo” aconselho à prefeitura, aproveitando o recesso de sete meses do futebol local, realizar uma ampla reforma no Estádio Lomanto Júnior, construindo instalações para a imprensa escrita (jornalistas que vêm cobrir jogos interestaduais se queixam da falta de um local para trabalhar), instalando cadeiras numeradas no setor central das arquibancadas e plantando um novo gramado.

A falta de lazer na cidade tem chamado a minha atenção. Nos finais de semana aqueles que não dispõem de recursos para irem às praias de Ilhéus e Porto Seguro, ou aos confortáveis sítios na zona rural, têm como opção o bate-papo nos botecos ou os shows musicais de qualidade duvidosa.  O Parque de Exposições Teopompo de Almeida, que só dá acesso ao povo três ou quatro vezes por ano, poderia ser utilizado como área de entretenimento, dispondo de uma infraestrutura que venha a agradar adultos e crianças.

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