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:: 20/mar/2018 . 23:36

PLANEJAMENTO FOI UM BLEFE

Quando assumiu o comando da intervenção federal militar no Rio de Janeiro há cerca de um mês, o general Braga Neto pediu um tempo para apresentar seu planejamento, mas agora se percebe que tudo não passou de um blefe no jogo político.

A violência continuou desenfreada e culminou com a execução da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes há uma semana. Depois de muito blábláblá pra lá e pra cá, imagens de câmaras no trajeto do assassinato que não levam a nada, desvio de lotes de munição e muita pirotecnia de políticos, nada de concreto na investigação da polícia que investiga polícia.

Enquanto isso, nosso dinheiro está sendo jogado no ralo, e os profissionais do crime, que não são nada bestas, já tiveram tempo suficiente para apagar os rastros. O povo ainda está nas ruas, mas até quando? Não bastam discursos inflamados de que o ato bárbaro foi um atentado à democracia. Será que toda esta trapalhada de um aparato militar é proposital?

Sem apresentar uma estratégia, um general (o interventor) pede três bilhões de reais (o governo federal oferece um), e o outro general Villas-Boas (o comandante do exército) afirma o óbvio de que a violência tem suas raízes históricas de décadas de ausência do Estado no campo social. Diz-se preocupado e deixa a sensação de que a intervenção não vai resolver o problema.

Depois dessa confusão toda de balas perdidas e palavras cruzadas, integrantes da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que acompanha a intervenção constataram que a dita cuja segue improvisada, sem planejamento. “É inaceitável se jogar com improviso e brincar com a vida das pessoas como o governo tem feito”- acusou o deputado federal Alessandro Molon, membro da Comissão.

Sem estratégia e sem plano, os bandidos continuam na sua marcha violenta de matar e aterrorizar. Do outro lado, os homens fardados com seus tanques, fuzis e metralhadoras simplesmente desfilam e exibem suas forças de guerra, entrando e se retirando das favelas, como agora está fazendo na Vila Kennedy, que seria transformada num exemplo de vitrine para devolver a paz aos moradores.

Outra questão é a truculência e a opressão militar contra os moradores, como denunciado pela ex-vereadora assassinada em referência a Acari pelo 41o Batalhão. Isso me faz lembrar a história das chamadas volantes do governo em perseguição a Lampião e seus cangaceiros no final dos anos 20. Quando menino ouvia dizer dos mais velhos que não se sabia quem era o pior e o mais temeroso no sertão. Era a tática de terra arrasada.

Neste cenário geral de terror, estratégia e planejamento de verdade até agora só da parte dos bandidos e dos milicianos ou agentes policiais que mataram, impiedosamente, a vereadora Marielle e seu motorista. O resto é incerto.

Em meio a tanta violência e confusão dos “bate-cabeças”, os assassinos aproveitaram para detonar suas pistolas contra quem clamava por justiça. Neste Brasil do passado e do presente, dá para acreditar que o crime será desvendado, ou vão pegar um bode expiatório qualquer, para dar uma satisfação da incompetência?





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