RICO EM DINHEIRO PARA AS CASTAS E TÃO DESIGUAL NO CORTE DOS GASTOS!
A PEC 241 dos 20 anos de cortes nos gastos públicos é o maior pecado mortal de todos os mandamentos fazendários de um país contra a educação e a saúde, principalmente a partir de 2018. É o método irracional mais simples de uma oligarquia burguesa egoísta para não bulir nas mordomias dos marajás entranhados há séculos nas três castas dos poderes. É mais um corte drástico da ração dada à plebe para que a deles continue vitaminada. É como rifar a criadagem para sustentar o castelo e seus reis e rainhas.
Ora, o Brasil tem o Congresso Nacional (um Senado que pode ser dispensado) mais caro do mundo (cada parlamentar gasta mais de 200 mil reais por mês, sem contar as assembleias e as câmaras de vereadores) e um judiciário (fora o Supremo Tribunal Federal) com 14 milhões de processos em tramitação que leva 79 bilhões de reais por ano dos contribuintes. A maior mentira é dizer que todos os poderes serão afetados.
O executivo tem milhares de comissionados e marajás que ganham salários indecentes se comparados aos de um mestre ou doutor, sem falar do mínimo passa fome que torna este país tão desigual, violento e injusto. As grandes fortunas e heranças não são tributáveis e o governo não quer cobrar as dívidas bilionárias dos grandes sonegadores porque dá muito trabalho e incomoda a elite que alicerça e sustenta o poder, ou os poderes. Nem tampouco o governo se dispõe realizar uma auditoria independente na dívida pública que já superou os três trilhões de reais.
Bastaria fazer esta manobra do cortar esta gordura obesa e cobrar de quem deve milhões e bilhões de reais e não seria necessário editar esta PEC do pecado mortal que vai garrotear mais ainda a educação e a saúde. O Brasil é um país rico em dinheiro onde as taxas de juros estão entre as mais altas do mundo e se tem uma das piores gestões de controle dos gastos, sem contar o criatório de monstros que se alimentam da corrupção.
No apertar da corda que já enforca o povo, vamos continuar pagando o máximo para um Estado que nos vai dar o mínimo do mínimo. Todo brasileiro que nasce já é por natureza um endividado, e os mais pobres quando morrem nos corredores dos hospitais, ou fora deles por falta de atendimento médico, não têm dinheiro para pagar os sete palmos do chão. É mais um Zé ninguém que se vai. A prática do genocídio serve de delírio para a elite.
Vamos citar aqui algumas distorções gritantes de uma política torta para manter a casta dos poderes, o monstro de três cabeças. A dívida pública brasileira chegou a três trilhões de reais em setembro com a colocação de títulos no mercado acima do valor gasto com o pagamento de títulos vencidos, além das despesas com juros.
MAIS NACIONAL QUE MUNICIPAL
Quem não assistiu ao último debate político na televisão entre os candidatos a prefeito de Vitória da Conquista, José Raimundo (PT) e Hérzem Gusmão (PMDB) não perdeu nada porque os dois ficaram trocando farpas sobre qual partido mais se envolveu com a Operação Lava Jato do Petrolão.
Enquanto um apontava que seu adversário era candidato de Temer, Cunha e Gedel Vieira Lima, o outro retrucava que seu opositor era o representante de Lula, Dilma, Palocci, Dirceu e companhia, e assim foi quase todo o transcorrer das discussões. Dois telhados de vidro e um jogando pedra no outro. E eu que imaginava que isso não iria acontecer! Estava enganado!
Aliás, esse fenômeno adverso não ocorreu somente no debate de sexta-feira (dia 28/10), mas durante toda campanha, se acentuando mais no segundo turno, quando ai a política transcorreu mais a nível nacional que municipal, objetivo principal da disputa.
Sem projetos, planos e propostas concretas para o futuro desenvolvimento de Conquista em todos os setores, os candidatos se limitaram a colocações genéricas e a promessas de trabalho. A água e o aeroporto, como já era de se esperar, foram os protagonistas de toda campanha, mas o município demanda urgentemente de outros serviços como na área de mobilidade urbana, cujo o trânsito está travado.
Confesso que esperava uma campanha centrada nas questões locais do município, com apresentações de programas viáveis em termos econômicos e políticos, mas o que vimos foi bate-boca e acusações de ambos os lados. Creio que não era isso que a comunidade também queria ver, mesmo porque os dois partidos têm membros envolvidos até o pescoço na corrupção.
Para desalento nosso, pouco se falou, a não ser pelo alto, sobre cultura, segurança, trabalho e renda, agricultura e até mesmo da educação e da saúde, dois pontos críticos do município e de todo o Brasil. Agora é só aguardar que o eleito arregace as mangas e trabalhe com honra, ética e dignidade, nomeando secretários e auxiliares competentes e com mérito.
A ROSETA E O COMETA
Das bases espaciais, os cientistas que brincam de desvendar os ministérios e a origem do universo, pulam, se abraçam e festejam a lua de mel entre a roseta e o cometa cigano. Bilhões e bilhões de dólares são gastos em naves, foguetes e cápsulas ultrassofisticados para em breve pousar em marte e nele bilionários fazerem viagens de passeio, veraneios e até moradia.
Muito lindo o amor entre a roseta e o cometa com imagens explícitas de beijos e transas com direito a longos e inesquecíveis orgasmos dos terráqueos e dos enamorados. Tudo filmado e muitos aplausos dos deuses cientistas para as comoventes cenas dos momentos mais íntimos. Foi um amor à primeira vista e que seja “eterno enquanto dure”, como dizia o poeta.
Fico daqui a imaginar com meus botões o quê o cometa deve ter dito à roseta no memorável encontro? Certamente reclamou que estava sendo invadido em sua privacidade e que foi vítima de um beijo roubado e forçado. Mais ainda que a casa da roseta está suja, bagunçada e cada vez mais sujeita ao aquecimento. E quem são aqueles idiotas branquelos que batem palmas?
E a ai a roseta respondeu serem seus criadores que nunca conseguiram criar a felicidade, o bem-estar e a igualdade social. O diálogo não foi muito amigável quando a roseta passou a relatar os massacres e horrores do seu pequeno planeta azul que um dia foi gelado e que agora se derrete.
Falou das invenções, de prazeres do luxo, do consumismo e de coisas até boas, mas, pelo conjunto da obra, o cometa não se sentiu entusiasmado nem muito interessado em seus causos e estórias. Preferiu dormir e continuar a viajar pelo seu universo mágico e indecifrável.
POBRE FUTEBOL DE CONQUISTA
Carlos Albán González – jornalista
O jogo tinha o rótulo de decisão. O Vitória da Conquista precisava vencer para passar às semifinais da Copa Governador do Estado, um torneio tipo caça- níquel, organizado pela Federação Bahiana de Futebol (FBF), para enganar os clubes chamados de pequenos, que passam o ano todo de “pires na mão”, buscando uns trocados. Numa tarde fria, com ameaça de chuvas, o Estádio Lomanto Júnior recebeu apenas 1.430 torcedores, que saíram satisfeitos com a goleada de 7 a 2 infligida ao Teixeira de Freitas, deixando nas bilheterias a insignificante quantia de R$ 3.915.
Tanto na política quanto no futebol, uma considerável legião de nordestinos troca o duvidoso pelo certo. Aqui, em Vitória da Conquista, por exemplo, deixando de lado a sucessão municipal, encaro como um absurdo trocar o verde e branco, as cores da cidade, pelo vermelho e preto, a linha do orixá Exu. Programar uma partida para o Lomantão, no mesmo horário em que a TV aberta mostra Flamengo x Corinthians, direto do reformado Maracanã, onde o rubro-negro briga pela liderança do Campeonato Brasileiro, é como apostar no prejuízo.
Da arrecadação de domingo passado no Lomantão, o famigerado time das despesas, que inclui até lanche para os policiais, que, por obrigação, devem manter a segurança dos eventos públicos, ficou com R$ 4.607. O Vitória da Conquista, detentor de quatro títulos do torneio, a grande atração do espetáculo, teve um prejuízo de R$ 796,85, que, somado aos R$ 266,80 do jogo anterior com o Fluminense de Feira de Santana, dá um total de R$ 1.063,65. Estou deixando de computar, porque me faltam dados, as despesas do jogo fora contra o Cajazeiras, além de transporte, alimentação, concentração, medicamentos e gratificação dos jogadores.
O PONTO DA QUESTÃO
PARA CONFUNDIR
O programa eleitoral do segundo turno em Vitória da Conquista veio para confundir a cabeça do eleitor menos esclarecido, deixando um vazio em termos de propostas de trabalho para o município. É o que sempre digo que numa campanha política, a verdade é a maior vítima. Com montagens, informações falsas e propagandas enganosas, prevalecem as mentiras.
Os candidatos deveriam respeitar os eleitores, empunhando a ética e a seriedade em seus programas pagos pelo povo. Aliás, uma pena que a maioria da nossa castigada gente nem sabe disso. Tudo isso é resultado de um sistema desgastado que precisa urgentemente de uma reforma profunda e não de arremedos e remendos como se faz numa calça velha. Daí o descrédito nos políticos.
FIAÇÃO E AS ÁRVORES
Mais uma vez passando por Juazeiro, não deixei de observar atentamente a cidade margeada pelo Velho Chico que continua a pedir socorro dos homens que aos poucos lhe ferem de morte. Vi que o perigo mora na Praça da Catedral entre galhos de centenárias árvores e a fiação da Coelba, podendo ocorrer uma tragédia de grandes proporções se a Prefeitura Municipal e a empresa de eletricidade não tomarem uma providência.
Senti este perigo bem debaixo de mim no quarto do hotel onde me hospedei. Basta uma tempestade mais forte e tudo se arrebenta vindo a provocar um acidente grave. Por desleixo das autoridades, os fios de alta tensão passam entre os galhos das árvores que visivelmente estão comprometidas com o tempo, sem levar em conta as raízes que foram cimentadas. Os fios passam rentes às janelas dos edifícios. Dá muito medo!
CABEÇA DE PORCO
Será que o próximo prefeito vai ter coragem política de retirar aquela cabeça de porco que é o Terminal de Ônibus da Lauro de Feitas que enfeia a cidade de Vitória da Conquista, ou apenas vai dar uma maquiagem? Até quando vai continuar aquela poluição sonora e visual, sem contar as sujeiras das fuligens dos carros e ônibus? Bem que ali poderia se transformar num ponto de encontro noturno com calçadão e barzinhos culturais de música popular de voz e violão, galarias de artes, encontros de literatura e outras atividades artísticas, diferentes das muvucas da Olívia Flores e adjacências.
NATAL LUZ DE CAETITÉ
A Prefeitura de Caetité, através da Secretaria de Desenvolvimento Social, está a todo vapor com os preparativos da oitava edição do Natal Luz – o Natal das Famílias. Em um trabalho coletivo, que conta com o apoio de equipes de todas as secretarias do município, peças estão sendo limpas e restauradas, outras novas confeccionadas.
Para a secretária de Desenvolvimento Social, Cléia Montenegro, o Natal Luz tem o intuito de envolver os caetiteenses no espírito natalino, através da decoração da cidade. “Esse é um projeto que traz cores e brilhos às nossas praças, além de uma programação cultural que valoriza os laços familiares e a tradição local. Tenho muito orgulho de termos realizado desde o primeiro ano da nossa gestão uma iniciativa tão bonita, que encanta todas as famílias da nossa cidade”, destacou a secretária.
Diretoria de Comunicação de Caetité
PROFISSÃO REPÓRTER – 10 ANOS
Uma lição de como contar histórias em coberturas jornalísticas para estudantes, professores, jornalistas e interessados no assunto é o livro “Profissão Repórter – 10 Anos”, narrado por Caco Barcellos e sua equipe sobre grandes reportagens realizadas no Brasil e em outros países neste período de exibição pela Rede Globo.
Pelo formato diferenciado dos outros, no trabalho de abordagem dos fatos e de seus personagens, pode-se dizer que é um dos melhores programas jornalísticos da televisão brasileira com um profissional de primeira linha, com seu estilo simples, competente e perspicácia investigativa. O “Profissão Repórter” é aquela coisa que pode ser levado para as salas de aula e serve como estudo acadêmico.
Segundo o prefaciador do livro, Marcel Souto Maior, um dos segredos do sucesso do programa é o profundo respeito de toda equipe por seus “personagens”, os protagonistas de cada reportagem. Outro segredo é aquele de sempre: Trabalho duro para construir narrativas à altura da vida real.
Em dez anos, Caco Barcellos, 38 anos de experiência, sempre com aquele jeito de empunhar o microfone debaixo do braço, e sua equipe participaram de coberturas que vão da Primavera Árabe ao terremoto do Haiti, de enchentes históricas à violência urbana no Brasil.
Como bem descreve o repórter Caio Cavechini no livro, o formato do programa jornalístico impõe um desafio semanal aos jovens repórteres: O de realizar um jornalismo ativo, focado na ação, que busca a verdade muito além da simples coleta de entrevistas.
NO CALDEIRÃO DOS FESTIVAIS DA MPB
macariojeremias@yahoo.com.br
Não consigo entender até hoje como shows musicais de cultura de massa passaram a ser enquadrados como festivais que na década de 60, mesmo sob o encalço feroz da ditadura civil-militar, revelaram grandes artistas de renome nacional e internacional, cujas canções se tornaram eternas. Foi uma época de ouro da música popular brasileira em plena efervescência cultural, com direito a torcidas aguerridas, vais e aplausos como se estivessem em jogo seus clubes num estádio de futebol.
Os festivais da MPB nasceram em 1960 com as TVs Record, Excelsior e o Globo em parceria com o Estado da Guanabara (os FICs) com formato de concursos entre intérpretes, cantores, letristas e compositores sob o olhar competente de um júri que indicava as melhores obras das centenas e milhares que se inscreviam no certame. Foram 12 anos, de 1960 a 1972, que geraram inesquecíveis canções de críticas, protestos e sobre a realidade da vida e da sociedade.
O mundo dos festivais foi documentado em filmes, prosas e livros. Muitos dos seus personagens criadores foram presos, torturados e exilados pela fúria opressora do regime ditatorial. É um capítulo da nossa história que deve ser conhecido pelas gerações de jovens que hoje são triturados pela cultura de massa nominada de forma deturpada de festivais.
Mesmo sabendo que serei contestado em minha posição, atrevo-me a falar um pouco sobre os festivais da MPB e os clássicos musicais que marcaram e ainda marcam nossas vidas. Estas relíquias preciosas foram registradas em velhos vinis chamados de “bolachões” que os guardo e conservo até hoje em meu espaço cultural com muito carinho.
As músicas vencedoras dos festivais marcaram o sucesso nas carreiras de grandes poetas e artistas brasileiros como Geraldo Vandré (o Bob Dylan nordestino), Chico Buarque de Holanda, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Tom Jobim, Venicius de Morais, Baden Powell, Edu Lobo, Marcos Valle e tantos outros, cujas canções até hoje arrastam públicos, inclusive de jovens.
O primeiro evento teve a iniciativa da TV Record, em 1960, coordenado por Theófilo de Barros, sendo vencedora a música Pescador, de Newton Mendonça. Os festivais se tornaram também espaço de promoção para Jair Rodrigues, Nara Leão, Paulinho da Viola, Francis Hime, Adilson Godoy, Elis Regina, Gutemberg Guarabyra, Cynara, Cybele, Gal Costa e um monte de sucessos nos anos seguintes.
Com criação de Solano Ribeiro, inspirado no Festival de San Remo (Itália), a TV Excelsior fez o seu 1º Festival Nacional da MPB, em março de 1965, no Cine Astória (Rio de Janeiro) e contou com a música Sonho de Carnaval (Chico Buarque – 20 anos) interpretada por Geraldo Vandré que também concorreu com Hora de Lutar. Estes dois titãs da música popular foram os reis dos festivais da época.
POLÍTICA, VAQUEJADA E FUTEBOL
No futebol corre-se atrás da bola com dribles e chutes para se fazer o precioso gol. Na vaquejada o vaqueiro corre ao lado do boi para derrubá-lo pelo rabo na linha demarcada pelo regulamento. Na política o eleitor só é valorizado no dia das eleições, e na urna escolhe seu candidato. Fazer o gol, derrubar o boi e indicar o político são objetivos finais.
Bem, estou divagando e não é nada disso que quero falar. No caso da política, no entanto, me reporto à campanha dos dois candidatos à prefeitura em Vitória da Conquista. Recomendaria a eles que municipalizem a campanha nos seus oito minutos do programa eleitoral na televisão e deixem de levar a disputa para o plano nacional, com acusações e xingamentos.
Entendo que o eleitor em geral pensa assim e quer mesmo é ver discussão sobre os problemas do seu município, com apresentação de programas e planos de trabalho. Até agora não se passou do blábláblá para lá e pra cá. Desse jeito não dá! É muito maltrato!
O horário nobre de 16 minutos deveria ser mais bem empregado, já que é o contribuinte quem está pagando através da dedução do imposto de renda a que tem direito a rede. É coisa séria, senhores, e respeitem o eleitor que espera ver seriedade e compromisso dos candidatos para com sua terra!
Quanto a vaqueja, confesso que fiquei decepcionado coma decisão do Supremo Tribunal Federal que resolveu proibir o evento no Ceará e, concomitantemente, em todo território nacional. Trata-se de uma tradição cultural popular nordestina de grande valor imaterial.
Vi gente aí, a maioria hipócrita, misturar vaquejada com Jesus Cristo, com religião e dizer que a prática é uma monstruosidade. Por ano o país esmaga milhões de pintinhos por que nascem machos; separam-se bezerros das mães para depois sacrificá-los e comer suas carnes macias; e maltratam patos, perus, galinhas antes de atiçá-los nas panelas.
Vamos também proibir burros de puxar carroças e bois de arrastar carros. É bom lembrar para a maioria churrasqueira que não conhece do assunto e quer dar uma de piedoso e santinho, que vaquejada é também um esporte, e o sertanejo não maltrata seus animais. Se é assim, o STF deveria também proibir a profissão de vaqueiro que enfrenta, com seu cavalo, o agreste catingueiro cheio de espinhos e paus para laçar, no meio do mato fechado, a res desgarrada do rebanho.
Por último, o nosso futebol há muito tempo virou uma verdadeira lambança, coisa de samba do crioulo doido. É a primeira vez que vejo um árbitro anular um gol por irregularidade, depois validar e mais adiante levar 10 minutos para tornar anular, com influência externa da televisão e até de cartolas.
Pois é, a lambança aconteceu no último Fla x Flu de quinta feira (dia 13/10), em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Queria só saber se o juiz faria isso se fosse num jogo de times inexpressivos da Série B ou C. Nosso futebol está mesmo desmoralizado. Não é a primeira vez que um juiz marca uma coisa e depois volta atrás. Grito e pressão também ganham jogo. Não são apenas jogadores e torcida. É o nosso Brasil varonil!
UMA DEMOCRACIA SEM OPOSIÇÃO É UMA DEMOCRACIA AMEAÇADA DE MORTE
Ainda nesta semana (quinta-feira – dia 13/10) me deparei com uma cena em Vitória da Conquista de cortar o coração: Um senhor solitário de certa idade erguia numa esquina da Avenida João Pessoa, em meio ao trânsito agitado, um pedaço de papelão com dizeres onde rogava um emprego para seus quatro filhos. Não era nem um cartaz feito numa cartolina.
Este trecho de abertura do texto parece estar fora do tema acima que proponho abordar em seguida, mas se olhar bem faz parte e encaixa no contexto e na conjuntura atual que atravessa nosso país. Confesso que a redação do artigo já estava pronta, mas entendi que o homem do papelão, talvez encontrado na rua ou em algum lugar perdido no cômodo da sua casa, merecia abrir meu comentário, e aqui vamos.
Como fica esta nossa democracia surrada e relativa sem uma oposição forte ao governo federal que atraiu para seu alçapão os partidos conservadores de direita que trazem no seu DNA o retrocesso contra as parcas conquistas sociais? Sem uma esquerda de respeito que faça o contraditório às ideias retrógradas, ela está ferida de morte.
Foi neste estado enfraquecido e cambaleante que ela saiu das eleições municipais do último dia 2 de outubro quando o PT foi esmagado por causa dos seus equívocos e dos seus graves pecados capitais. Do erro de se aliar a uma cambada fedorenta do passado mofado, o povo resolveu banir o PT do mapa político, mas saiu como maior perdedor ao dar mais espaço para o avanço da extrema direita, com uma democracia sem oposição.
Como assinalou o escritor Veríssimo, no voto de desprezo pela classe política, o vencedor foi ninguém. “Ganharam força os evangélicos e os bolsonaros”. Diria mais que o pleito elegeu pastores, bispos e papas da direita enrustida. Segundo o escritor, “o que está no ar é mais que uma revolta, é uma clara desesperança com o processo eleitoral e fastio com a democracia”.

















