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TRUMP E O EXTERMÍNIO DOS ÍNDIOS

macariojeremias@yahoo.com.br

Não sou cientista político nem profeta das catástrofes e das lamentações, apesar do nome, mas previ no decorrer da sua campanha, através do seu discurso agressivo e conservador, que o Donald Trump seria eleito presidente dos Estados Unidos. Além de a adversária Hillary Clinton ser fraca, ele despertou a maioria raivosa, arrogante e prepotente saudosista dos fortes e infantarias de exterminadores de índios.

O voto secreto serve para revelar a índole do politicamente incorreto da voz daqueles que só expõem suas ideologias xenófobas, homofóbicas e racistas em quatro paredes. Depois do ocorrido aparece nas ruas o barulho dos silenciosos que preferiram não acreditar que o discurso extremista venceria. O fenômeno da ressaca do outro dia em forma de protesto se repetiu nulo mais uma vez como na Inglaterra quando o sim decidiu pela saída do país da União Europeia.

O Trump parece com uma das personagens saída de dentro do livro “Enterrem Meu Coração na Curva do Rio”, de Dee Brown, que dizimava os índios com  as baionetas e as patas dos seus cavalos, só que agora na figura dos latinos imigrantes e dos mulçumanos. Bem, o “general” já tem sua fortaleza, mas quero mesmo falar dos nossos extintos tupis-guaranis, dos tapuias, tupinambás, camacans, pataxós, aimorés, mongoiós, tapajós e outras tribos que foram escravizadas, massacradas e perderam suas terras.

A impressão que se tem hoje no Brasil, especialmente na Bahia, é de uma só nação afrodescendente sem vestígios indígenas, europeia, árabe moura, cigana e judia. Quando aqui desembarcou a nau Cabrália com seus degredados, malfeitores, renegados e cristãos novos judeus, há mais de 500 anos, os primeiros contatos foram com os negros africanos praticando o autêntico candomblé e seus rituais de magias, cercados de seus orixás.

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O PONTO DA QUESTÃO

UMA BOA EQUIPE

O governo de Hérzem Gusmão frente à Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista vai depender muito da equipe que ele escolher, especialmente para as áreas de saúde, educação e mobilidade urbana. Se não levar em conta o mérito e a capacidade dos indicados para ocupar secretarias e departamentos, vai fracassar, e ai não vai ter perdão. Com se diz no popular, muita calma nessa hora.

No momento, a maior prioridade é a água. Na cultura, esperamos que o novo secretário consiga implantar uma política municipal para o setor e que a educação seja revigorada. É chegada a hora da batalha por grandes projetos num momento de crise econômica.

MAIS DESIGUALDADE

Os movimentos contra a PEC 241 são muito tímidos se comparado com o estrago que ela vai provocar nas camadas mais carentes. Em médio prazo, os cortes de gastos vão aumentar as desigualdades sociais, retardar o crescimento da economia e piorar a distribuição de renda – conforme analisam economistas. Querem tributar o consumo e a produção, ao invés da renda e da riqueza dos mais ricos.

PARTIDO NÃO PAGA NADA

Vi na mídia que o PSB foi condenado pela Justiça a pagar indenização para a família do piloto do avião que caiu em Santos no início da eleição presidencial de 2014, com o candidato do partido Eduardo Campos. Como pagar, se partido não é empresa privada? É bom que seja dito que se isso for mesmo concretizado, quem vai pagar é o povo através do fundo partidário. Sempre sobra para nós.

SACRIFÍCIOS

Mais um escárnio e afronta com o povo. O governo agora já fala em reforma da Previdência Social e pede sacrifícios da população. Eles não tomam vergonha na cara! Essa corja, sim, que dilapidou os cofres públicos com gastos nababescos devem ser sacrificados, todos numa fogueira. Ainda tem gente, como presenciei num bar dia desses, que chama este governo de novo. Quem é mesmo novo, Temer (mordomo de Drácula), Padilha, Gedel, Meirelles e companhia? Esses caras não têm nada de novo. São velhos conhecidos desde a ditadura e fizeram parte dos governos Collor, Itamar Franco, FHC, Lula do PT e Dilma.

No Rio de Janeiro, o Governo Pezão está impondo pesados sacrifícios aos servidores e trabalhadores depois que o Governo Cabral estourou as contas públicas com despesas luxuosas e aparece envolvido em falcatruas com a Construtora Delta em obras do Estado, especialmente das Olimpíadas. Continua solto exibindo a sua cara de pau como se nada tivesse acontecido, enquanto aposentados choram as perdas. Só uma revolução resolve.

FIGURAS FOLCLÓRICAS

Assim como na vida de uma cidade do interior que sempre tem aquelas personagens folclóricas, o Congresso Nacional está cheio delas, como o Jucá Romero que sempre está em todas como penetra de festas. As figuras das cidades fazem as pessoas rirem e encarnam a alegria, se tornando patrimônio histórico e cultural do local. As do Congresso, como os Calheiros, Cunhas, Malufes, Sarneys e outros do mesmo naipe, debocham de nós e nos faz chorar todos os dias. A maior característica é que todos eles são cínicos e caras de pau, como o Jucá, o líder de todos os governos. Deveria ser inaugurada a galeria dos safados na entrada do Congresso.

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GOVERNADOR ENTREGA ADUTORA DO ALGODÃO

Na manhã deste sábado (05/11), o governador da Bahia, Rui Costa, esteve no município de Caetité para a entrega de importantes obras que asseguram o desenvolvimento da cidade.

Um dos serviços mais aguardados, a 2ª etapa da adutora do algodão chega a Caetité para garantir o abastecimento hídrico da sede do município, que beneficiará ainda os povoados de Morrinhos, Maniaçu, Lagoa de Dentro e Lagoa de Fora. Os investimentos nessa etapa são da ordem de R$ 31.915.507,04, oriundos da Codevasf e da Embasa, empresa vinculada a Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs) responsável pela intervenção. Ao todo, mais de 33 mil habitantes serão contemplados.

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O prefeito Zé Barreira, declarou que essa é uma das maiores obras entregues em sua gestão. “Não tenho dúvidas que este é um dos momentos mais importantes para Caetité e da minha gestão. Há anos sofremos com a escassez de água e todos nós esperávamos ansiosos pela entrega dessa grande obra. Água é vida, é desenvolvimento. Água é progresso! Muito obrigado a todos que contribuíram para que esse dia se tornasse realidade”, comemorou o Prefeito.
Além da adutora, Rui Costa entregou ainda a Academia de Saúde Praça Nossa Senhora da Paz, com investimentos da ordem de R$274.194,13; o Armazém Territorial da Agricultura Familiar, no qual foram investidos R$368.000,000; e 8 tratores agrícolas para comunidades rurais de toda região, conseguidos através de emendas de deputados.
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PREFEITURA ENTREGA BOLETOS DO SEGURO SAFRA

A Prefeitura de Caetité, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, começou a entrega dos boletos de quitação do Seguro Safra para produtores rurais inscritos no Programa Garantia Safra, no último sábado (05/11). A expectativa é que mais de 3.100 produtores sejam beneficiados com o programa.

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Essa ação, articulada entre os governos Federal, Estadual e Municipal, injetará na economia local cerca de R$ 2.672.400,00 (dois milhões seiscentos e setenta e dois mil novecentos e quatrocentos reais).

O Município de Caetité aderiu ao programa em 2009, quando havia somente 270 agricultores cadastrados no Garantia Safra, quantidade que vem aumentando a cada ano. Na edição 2013-2014 tivemos 2.797 agricultores cadastrados, na safra 2014/2015, foram 3.027, e nessa de 2015/2016 são 3.144 agricultores cadastrados.

Para o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Rosival Almeida, esse aumento no número de agricultores cadastrados deve-se, primeiramente, à seca que vem afetando muito o nosso município e ao esforço da Prefeitura que aderiu a este programa em parceria com o Governo do Estado e o Governo Federal.

Programa

O Seguro Safra é uma ação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para agricultores familiares da área de atuação da Sudene, majoritariamente semiárida, que sofrem perda de safra por seca ou excesso de chuvas.

Os agricultores do município que fazem parte do programa, como é o caso de Caetité, e que forem detectadas perdas de, pelo menos, 50% da produção de algodão, arroz, feijão, mandioca ou milho, recebem uma indenização em até seis parcelas mensais, por meio de cartões eletrônicos disponibilizados pela Caixa Econômica Federal. Estão envolvidos neste programa, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Secretaria Estadual de Agricultura e Prefeitura Municipal. (Diretoria de Comunicação Social)

 

ATRAVESSANDO A CHAPADA DIAMANTINA

Em viagens que sempre estou fazendo a Senhor do Bonfim e Juazeiro, na Bahia, para visitar parentes (minhas irmãs) minha filha Cintia Regina e amigos, atravesso a Chapada Diamantina pelas cidades de Ituaçu, Barra da Estiva, Mucugê, Andaraí, Rui Barbosa e nunca me canso de apreciar as belezas desta região que foi formada há bilhões de anos. Sempre levo minha companheira para clicar algumas imagens, umas lindas e outras nem tantas, como a buraqueira entre Mucugê e Andaraí que o Governo do Estado não se dispõe a consertar.  Em Juazeiro, tenho o Velho Chico como cartão postal, se bem que desgastado pelo o homem predador.

Um trecho da pista entre Mucugê e Andaraí está intransitável

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Carga perigosa de alimentos atravessando a Chapada rumo a outras cidades da região e até para o norte e nordeste.

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A Catedral de Juazeiro nos convida a um momento de reflexão sobre nossas vidas e o que o homem tem feito contra o meio ambiente, como a lenta destruição do Velho Chico que pede socorro, agora com sua vazão reduzida.

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A crise e o barco. Assim como vive o Velho Chico na espera de recursos para sua revitalização.

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Com suas frondosas árvores, a paisagem e a estrada são imagens bonitas, mas o risco é constante por causa da queda de galhos que estão inclinados e sem proteção. Não existe acostamento e muitas árvores precisam ser podadas na extensão entre a cidade de Mucugê até o acesso à BR-242, passando por Andaraí.

 

DAS BRASAS DA INQUISIÇÃO AO LEITO DA PEDOFILIA

Pesquisador e conhecedor dos meandros da Inquisição da Igreja Católica Apostólica Romana, que durou seiscentos anos, o advogado Evandro Gomes Brito, ativista estudantil na época do golpe civil-militar de 1964, faz mais uma reflexão sobre o tema em “Das Brasas da Inquisição ao Leito da Pedofilia”.

Trata-se de mais uma produção independente e esclarecedora sobre um capítulo tenebroso da Idade Média quando a Igreja Católica criou o Tribunal do Santo Ofício para punir os chamados infiéis, hereges e todos aqueles que contrariavam ou não concordavam com os ensinamentos e dogmas da instituição religiosa.

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Para elucidar os fatos, Evandro Gomes cita Anita Novinsky, autora de “Inquerindo a Inquisição,” especialista no assunto e fundadora do Centro de Estudos Inquisitoriais. Segundo ele, a censura escolar não permitiu que a história verdadeira fosse debatida nos estabelecimentos de ensino.

Conforme descreve Gomes, o Tribunal foi instalado no final do século XII, para investigar e combater as heresias, doutrinas contrárias aos ensinamentos da hierarquia romana. Sua origem seu deu no Concílio de Verona, em 1184, pelo papa Lúcio III (1182-1185) como inquisição episcopal.

Do final do século XII ao início do XIII, o destaque foi o papa Inocêncio III (1198 – 1216), que mandou Domingos de Gusmão, depois canonizado São Domingos, dizimar os albigenses no sul da França. O feito histórico foi enaltecido no Concílio de Latrão, em Roma (1215).

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Mais tarde, em 1229, no Concílio de Toulouse (França), o papa Gregório IX (1227 -1241) oficializou a “empresa macabra” ao fundar a “Inquisição Delegada”, através da qual a Santa Sé enviava representantes aos lugares “infectos” na luta contra os dissidentes da Igreja Católica. O papa Inocêncio IV (1243 – 1254), com a bula Ad Extirpanda, permitiu o uso da tortura, em 1252.

O padre Girolamo Savonarola foi garroteado e em seguida queimado na fogueira por ordem do papa Alexandre VI (Rodrigo Bórgia 1492 – 1503), por ter combatido a devassidão do pontífice romano que oficialmente ostentava duas amantes Vannozza Catanei e Giulia Farnese, tendo com a mesma, seis filhos, destacando César Bórgia e Lucrécia Bórgia. Alexandre VI foi o segundo filho do cardeal Rodrigo Bórgia com Vannozza e seguiu os passos do pai. O papa Inocêncio VIII (1484 – 1492) teve oito filhos.

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TODOS AO “LOMANTÃO NO DOMINGO

Carlos Albán González – jornalista 

O regulamento da Copa Governador do Estado, promovida pela Federação Bahiana de Futebol (FBF), garante a presença do campeão e vice, no próximo ano, na série “D” do Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil. Os finalistas terão que optar por um dos torneios nacionais. O Vitória da Conquista poderá conseguir uma dessas vagas, dependendo somente de um empate contra a Jacuipense, no próximo domingo, às 16 horas, no Estádio Lomanto Júnior.

Os ingressos para esse confronto pelas semifinais da Copa – o time conquistense venceu a partida de ida, por 2 a 1, atuando em Riachão do Jacuípe – já estão à venda. Chegou a hora dos amantes do futebol desta cidade e dos municípios vizinhos demonstrarem que o Vitória da Conquista é sua segunda paixão. A primeira é perceptível nas cores das camisas de clubes do Rio e São Paulo, exibidas, com orgulho, pelos conquistenses. Há até torcidas organizadas, cujos membros assistem aos jogos dos seus times nos canais Premiere, em encontros animados nos bares da cidade, regados com muita cerveja e espocar de fogos.

Vamos, portanto, substituir o rubro-negro do Flamengo ou o alvinegro do Corinthians pelo verde e branco do Conquista. Os quatro jogos (três vitórias e um empate) disputados pela Copa, segundo o presidente Ederlane Amorim, deram um prejuízo superior a R$ 7 mil, que pode ser coberto pela arrecadação de domingo, mesmo com as taxas abusivas cobradas pela FBF.  Fundado em dezembro de 1979, o Serrano cansou de esperar pelo apoio do torcedor e do empresariado. Em 2013, “arrumou as malas” e se mudou para Teixeira de Freitas, e, no ano seguinte, para Porto Seguro.

Correr atrás de patrocinadores é uma das cansativas atividades dos dirigentes dos clubes de futebol no Brasil. A Caixa Econômica Federal  (CEF) tem sido a grandes fonte de custeio de dezenas de times, inclusive de Bahia e Vitória. Cervejarias e bancos privados preferem investir em festas populares. Recentemente, um grande conglomerado financeiro patrocinou um torneio internacional de tênis em Nova Iorque. O Corinthians trocou a marca de uma cerveja nacional por uma espanhola, a mesma que patrocina Celta de Vigo e Deportivo La Coruña, clubes da Galicia. :: LEIA MAIS »

O GRITO DOS INDIGNADOS

Tanto no primeiro turno quanto no segundo, os insatisfeitos indignados que se abstiveram e os que votaram nulos e brancos, foram os vencedores em várias capitais do Brasil nas eleições municipais, marcadas pela onda conservadora da extrema direita.

No Rio de Janeiro, por exemplo, do pastor da Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella, eleito com um milhão e 700 mil de votos, os insatisfeitos somaram quase dois milhões. Quase metade dos eleitores (47%) deu um não à política. No Brasil os insatisfeitos somaram mais de 30% e os que se abstiveram 21,5%. Não dá mais para aturar tantos desmandos!

Em Porto Alegre e Belo Horizonte esse grupo também saiu vitorioso das urnas e bateu os candidatos do retrocesso. Aqui mesmo em Vitória da Conquista, mais de 20%, o equivalente a pouco mais de 52 mil pessoas preferiram ficar em suas casas ou foram fazer outras atividades, deixando de fora os políticos. Agora é chegada a hora de também virar as costas para eles.

Mesmo aqueles que foram votar, inclusive militantes do próprio PT e de outras correntes de esquerda, também estão insatisfeitos com o atual quadro. Gostaria de saber quem vai ouvir o clamor dos insatisfeitos que começaram a dar os primeiros sinais de fadiga contra os políticos nas manifestações de 2013?

Naquela época, a então presidente Dilma disse que havia entendido o recado das urnas, só que nada fez de concreto para mudar a situação. Prometeu plebiscito e Constituinte. Não adianta dizer apenas que entendeu o recado. Se a crise moral, ética e política persistir, se nada for feito de novo, os insatisfeitos vão ser os candidatos mais votados nas próximas eleições de 2018, e em maior número.

Os políticos de Brasília que criaram seu próprio território particular dentro do Brasil, com suas regras e normas protetoras deles mesmos, optaram por não ouvir o recado das urnas e permanecem legislando de costas para a opinião pública. Na concepção deles, o povo e a plebe que se lasquem.

Empurram-nos goela abaixo uma PEC para cortar recursos em setores essenciais da vida social, os quais já estão exauridos e em estado de calamidade pública. Mais uma vez, em reunião a portas fechadas, tramam aprovar um projeto de anistia aos criminosos que praticaram o caixa 2 em campanhas eleitorais passadas.

Outro engodo é a propalada reforma política, mais um remendo para blindar suas mordomias e privilégios com o dinheiro extraído do povo.   Como disse o historiador e cientista político baiano, Luiz Alberto Moniz Bandeira, o Brasil está se derretendo.

A coisa está ficando de mal a pior, agora mais ainda com a onda conservadora dos evangélicos na linha de frente, e ainda metem Deus no meio dessa guerra suja de hipocrisias e moralismos bestiais.  Pelo que estou vendo, a salvação está no crescimento dos insatisfeitos e indignados porque Catilina, alvo do tribuno romano Cícero, já abusou demais da nossa paciência. Até quando?

A LAVA JATO VAI ENTRAR EM CAMPO

Carlos Albán González  – jornalista

Política e esporte no Brasil vestem a mesma camisa e jogam no imbatível time dos escândalos financeiros, batizado com o nome de Corrupção, dirigido por cidadãos sem escrúpulos e patrocinado por empresários excessivamente  ambiciosos e por órgãos estatais.   O Ministério Público Federal (MPF), ainda com uma certa timidez, através da Operação Lava Jato, tem feito bloqueio de bens, apreensão de documentos, oferecido denúncias e efetuado prisões. As ações, longe de atender ao desejo dos brasileiros, tem se restringido a empreiteiros, ex-diretores da Petrobras, doleiro, publicitários e políticos sem mandato. 

“Olheiros” têm observando que existe uma movimentação  na Lava Jato, uma espécie de “aquecimento”,  para entrar em campo. O futebol, mais particularmente a Arena Itaquera, de propriedade do Corinthians, seria inicialmente o alvo da operação, que, no futuro, poderia se estender aos órgãos diretivos do esporte (CBF, Comitê Olímpico Brasileiro (COB), confederações ditas amadoristas, federações estaduais e ligas do interior dos estados).  

Todos devem estar lembrados que a justiça norte-americana deu um passo importante, promovendo uma devassa na FIFA, com ramificações que se estenderam  até a Uefa e Conmebol, entidades diretivas do futebol na Europa e América do Sul. O ex-presidente da CBF, José Maria Marin está sob custódia num apartamento em Nova Iorque, e o seu substituto, Marco Polo del Nero tem receio de ser preso ao cruzar uma das nossas fronteiras. 

O MPF , a Polícia Federal (PF) e o Tribunal de Contas da União (TCU) procuram desde março respostas sobre a construção do Itaquerão, mas não conseguem avançar pela falta de documentos sobre os gastos excessivos com a obra. A Odebrecht foi contratada pelo Corinthians em 2011 para erguer o estádio, palco da abertura da Copa do Mundo de 2014, obtendo junto ao BNDES um empréstimo de R$ 400 milhões. O restante (R$ 420 milhões) seria coberto pela prefeitura de São Paulo, através de emissão de Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs), questionada pela assessoria jurídica do município. 

A Odebrecht, mesmo sem os R$ 420 milhões, deu continuidade à construção do estádio, motivo de reclamação dos dirigentes corintianos, sob alegação de que alguns anexos não foram concluídos, inclusive parte das arquibancadas.  Foi ai que a Caixa Econômica entrou no negócio, repassando para a empreiteira o restante dos recursos. Marcelo Odebrecht, então presidente da companhia, que se encontra preso em Curitiba, atuou pessoalmente junto à CEF. O Corinthians ficou obrigado a quitar o empréstimo, com parcelas mensais de R$ 5,7 milhões. O pagamento foi interrompido em março. O clube alegou que as rendas das bilheterias caíram. A dívida a ser paga até 2028 deve passar de R$ 1,64 bilhão, dinheiro suficiente para se erguer três estádios de médio porte. 
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O PONTO DA QUESTÃO

PESQUISAS ERRARAM

macariojeremias@yahoo.com.br

Em Vitória da Conquista as duas pesquisas que avaliaram a campanha eleitoral (Painel Brasil e o Eleva) erraram os índices. A Painel deu 64,75% para Hérzem (PMDB) e 35,75% para José Raimundo (PT). O Eleva apontou 48,91% para Hérzem e 38,82% para o candidato do PT. Na apuração final deu 57,78% para o PMDB e 42,22% para o PT. Não dá mesmo para confiar em pesquisa. O certo mesmo é a coerência política.

Além do desgaste nacional (dos 57 municípios brasileiros que foram para o segundo turno, incluindo 18 capitais, o PT disputou em sete e perdeu em todos), o marketing da campanha de José Raimundo, em Conquista, errou feio no período do programa eleitoral ao apontar seu alvo para o campo nacional contra o Temer e os membros do PMDB envolvidos na Operação Lava Jato (o PT também está).  Melhor seria ter se concentrado nas questões municipais.

Como em todo país, Conquista também teve números altos de abstenções (mais de 20%), nulos e brancos. Dos 230 mil eleitores, compareceram 178.513 e 52.457 se abstiveram. Votos nulos somaram 8.516 e brancos 3.402. É a onda crescente dos insatisfeitos contra os políticos e a atual situação. A mídia regional nada falou como vai ficar o quadro na Câmara de Vereadores com a eleição de Hérzem Gusmão. Como sempre, tudo se ajeita, e a minoria passa a ser maioria.

ALÇAPÃO DOS CONSERVADORES

Ao eleger políticos ideologicamente de direita, o povo decidiu mesmo entrar de vez no alçapão ou no covil dos conservadores com inclinação ao retrocesso. Não se sabe o que pode acontecer a partir de agora. Os primeiros pronunciamentos, misturados a seitas religiosas e rezas, dão sinais claros de que o Estado está cada vez mais deixando de ser laico. Vamos adotar um sistema iraniano onde quem manda é a religião? Uma grande temeridade!

ENCOLHIMENTO

E os petistas, hem, encolheram e muito! De 644 prefeituras em 2012 ficaram com apenas 256. As receitas desses municípios passaram de 110 bilhões de reais para 15,8 bilhões e a população de 38 milhões para 6 milhões, abaixo dos demistas (DEM) com 9 milhões. De quatro prefeituras de capitais, ficou com apenas Rio Branco, no Acre.

DERROTAS SIGNIFICATIVAS

Nos municípios do ABCD paulista, berço do sindicalismo que fundou o PT, a derrota mais significativa foi em Santo André, do ex-prefeito Luiz Marinho. Com 20 anos no poder, Vitória da Conquista, na Bahia, também foi uma grande perda, mas a mídia nacional não deu bola e quase nada comentou. No período eleitoral e na apuração, bem que Conquista merecia uma grande cobertura jornalística a nível nacional. Triste mídia!

As siglas que mais elegeram prefeitos, incluindo primeiro turno, foram PMDB com 1038 (venceu metade das seis capitais na disputa do segundo turno), PSDB 807 (partido que mais cresceu e levou cinco das oito capitais), PSD ficou com 541 prefeituras, o PP elegeu 495 e o PSB 418.

INSATISFEITOS NA POLÍTICA

Em comparação com 2012, as abstenções cresceram em 2016, atingindo o total de 21,55% do eleitoral que não compareceu às urnas, contra 19,11% da eleição passada. O total de abstenções, nulos e brancos foi de 32%, contra 26% em 2012. Das 57 cidades, somente uma mulher conseguiu se eleger na disputa do segundo turno. Foi Raquel Lyra (PSDB) em Caruaru, Pernambuco.

A maior insatisfação política ocorreu no Rio de Janeiro onde 47% dos eleitores não votaram em nenhum dos dois candidatos (Marcelo Crivella e Marcelo Freixo). Lá a eleição se encerrou com o mais alto índice de votos em branco (4.18%), nulos (15,9%) e abstenções (26,85%).

Os números de abstenções, nulos e brancos foram maiores que as votações dadas aos candidatos vencedores em várias capitais, como Rio de Janeiro (2 milhões contra 1,7 milhão de Crivella), Porto Alegre e Belo Horizonte.

EM NOME DO CAPETA

É bom lembrar que lá também é palco do fundamentalismo religioso representado pela Igreja Universal do Reino de Deus, de Crivella, pastor e sobrinho de Edir Macedo, e da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, do bispo ultraconservador Silas Malafaia que, após a vitória, berrou ao seu estilo extremista: Chora, capeta, chora, Freixo e chora PSOL. É, ou não é extremismo? Deus foi o nome mais usado na boca dos vitoriosos, e Ele já pediu pra ficar de fora dessa politicagem rasa.

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