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REFORÇO À VIOLÊNCIA

Com mais efetivos da polícia militar, mais viaturas, mais armamento pesado, mais treinamento e mais repressão, cada vez mais o Estado se aparelha para combater a violência e ela aumenta na mesma proporção porque o social tem um caminho inverso se comparado com a demanda.

Gostaria de saber dos dirigentes governamentais qual a lógica disso e aonde vamos parar? Agora mesmo o Governo do Estado, do PT, indo de encontro o que pregava em seus discursos, apresentou mais reforço policial de combate à violência e anunciou que vai abrir concurso público para a PM (duas mil vagas para soldados e 60 para oficiais) e Corpo de Bombeiros (750 para soldados e 30 para oficiais), sem contar com a promessa de  elevar o valor das gratificações.

Nada contra o reforço policial se a educação fosse prioridade e caminhasse no sentido de oferecer aos nossos jovens uma opção de vida que não tivesse que descambar para a violência. Na outra ponta, leio matérias na imprensa que dão conta dos protestos de professores que estão com seus salários atrasados e sem receber o décimo terceiro em mais de 100 municípios baianos.

Nas universidades estaduais, docentes param suas atividades alegando corte de verbas para as unidades onde faltam laboratórios e equipamentos para desenvolver suas pesquisas. Estudantes ocupam escolas e pedem mais qualificação.

Os funcionários públicos, incluindo os professores, estão sem reajustes em seus salários. Os servidores terceirizados não recebem e também passam necessidades. Tem mestre por aí que não tem dinheiro nem para comprar o básico para se alimentar. Prédios escolares funcionam precariamente.

Onde está a coerência nisso tudo, principalmente se tratando de um governo dito de esquerda? Isso é feito de propósito para dar mais visibilidade política para ganhar eleição? O certo não seria reforçar a educação para reduzir a violência e, com isso, cortar gastos com efetivo policial e armamentos?

Talvez seja um burro e idiota que não entende como funciona a engrenagem do sistema. Não é seguir a lógica, mas fazer o contrário porque o saber não dar voto de imediato. Imaginava que esse caminho incoerente era só coisa de direita fascista e de extrema direita conservadora.

Assim marcha nossa humanidade brasileira e baiana, na contramão e morrendo aos milhares no campo da violência. Mais soldados armados para combater mais bandidos que ficaram fora das escolas e sem o amparo social a que têm direito. Palmas para eles!

POBRES E APOSENTADOS NO PAÍS DO SENHOR E DA DAMA DOS ANÉIS

macariojeremias@yahoo.com.br

A prisão do ex-governador corrupto do Rio de Janeiro e sua digníssima esposa serviu para revelar as identidades do senhor e a dama dos anéis, bom título para um filme, um conto ou um romance para a literatura brasileira, já recheada de fatos exóticos e escabrosos dos usurpadores do poder.

Ela está mais para a dama dos sapatos finos das Filipinas e ele para os sultões das arábias com suas arcas de ouro. Com tanto ouro, está faltando o harém para completar a esbórnia das mil e uma noites. Já imaginou o Cabral com suas índias e mulatas adornadas de anéis, brincos, colares e braceletes de diamantes e esmeraldas!

A primeira dama seria a mais deslumbrante de fazer inveja ao planeta dos anéis! Já pensou a cena dos súditos em torno deles fazendo vênias e com leques abanando seu rei e rainha? O roteiro do filme pode começar com a pobreza dos dois e os momentos de maiores dificuldades e sofrimentos em suas vidas de infância num interiorzinho ou numa periferia qualquer.

Se Cabral, o navegador, tivesse previsto um futuro tão depravado e promíscuo do poder no Brasil, jamais teria aportado com sua nau de degredados nestas bandas do Atlântico. Teria dado meia volta e enfrentado as correntes marítimas para outras terras mais longínquas.

Quem viu, viu, quem não viu não vê mais neste país tantas imagens negativas, bizarras e vexatórias de seus dirigentes que, se tivessem um pouco de caráter e vergonha na cara, fariam uma renúncia coletiva de seus cargos, mas o Estado é eles, como dizia um rei que depois foi guilhotinado. Nem nossos antepassados viram tantas trapalhadas e covardias contra um povo estropiado.

Não sei como um parlamentar sensato, sério e honesto, se é que existe, consegue se movimentar e transitar em meio àquele bando de ladrões, trocando ideias e afagos. Um pedido de renúncia em público seria um grande exemplo de caráter à nação por se sentir tão enojado. Seria um alento de esperança em meio a tanta desesperança e revolta.

Nunca na história do Brasil houve a recusa de um sucessor para não assumir o cargo de prefeito de um município. Em Ribeirão Preto (São Paulo) onde a dama da fazenda dos sonhos roubou e foi presa, ninguém quer ser prefeito. Temos aqui também os senhores das imagens antigas, das lanchas, dos iates e dos quadros de pintores famosos caríssimos, e as damas dos vestidos e das bolsas de luxo.

O senador do PT, Jorge Viana, rezou e fez de tudo para não assumir a presidência da Casa no lugar do desobediente e traquino réu Renan. Houve um acordão com o Supremo Tribunal Federal para deixar o réu em seu trono. Por isso que digo: Quem viu, viu, quem não viu não vê mais. É uma bagaceira só de espetáculo, meu amigo! Coisa imperdível de se ver! Façam suas apostas!

O Congresso Nacional é um grande balcão de negociatas entre o público e o privado, e o Tribunal Eleitoral uma eficiente máquina de lavar o dinheiro sujo da corja. É só bater o carimbo e as cédulas milionárias das propinas e dos caixas dois são imediatamente legalizadas.

Do forno elas saem quentinhas e engomadinhas com caras de presidentes, ministros, senadores, deputados e vereadores, com apelidos os mais variados de Todo Feio, Boca Mole, Projeto, Justiça, Angorá, Polo, Índio, Caju, Botafogo e tantos outros nomes exóticos. Nem por isso reclamaram do bullying, nem ficaram traumatizados.

Se nos tempos atuais Cristo voltasse à terra e, ao passar aqui no Brasil, entrasse neste Templo da esbórnia, não chicotearia estes vendilhões, mas mandaria um raio certeiro para acabar com todos de uma vez. Só sobrariam as cinzas que deveriam ser jogadas no rio Tietê, o mais poluído do mundo.

No Brasil sempre se tirou dos pobres para dar aos ricos. Para os negros mandaram erguer os troncos e descer literalmente a chibata em seus lombos, mas todos os pobres, de uma forma ou de outra, continuam desde os tempos coloniais sendo surrados com a madeira das injustiças.

Neste Templo de rituais malditos, para agradar aos seus deuses satânicos pela boa colheita recebida, os “representantes” eleitos usam o dinheiro lavado das propinas e oferecem as cabeças dos pobres em sacrifícios. Bebem e derramam nosso sangue no altar das imolações, numa espécie de cerimonial vodu com cheiro de enxofre. Até quando vão nos trucidar com suas barbáries?

Agora mesmo o mordomo de Drácula e seus encarregados, todos pactuados com os demônios do capital e do poder, montam mais outra crueldade (tem a PEC dos gastos dos 20 anos) chamada de reforma previdenciária. Mais um ritual satânico do faraó para que ninguém no futuro se aposente em vida. Como não temos um Moisés salvador, a ordem é morrer trabalhando e contribuindo para as castas privilegiadas do reino.

Por que deixaram os militares que detêm as bombas, os fuzis, as metralhadoras, os aviões, navios de guerra, a opressão e os tanques de fora? Alguém aí pode explicar o motivo? Os políticos vão perder suas verbas e regalias? Não, eles também comandam a cerimônia demoníaca das matanças e sangramentos dos pobres.

Como no caso do senhor e da dama dos anéis, dos quadros, das imagens, das fazendas, dos iates e das lanchas, o senhor Fernando Henrique Cardoso, o FHC inseticida, disse certa vez que era vagabundo quem se aposentava com 50 anos. Não falou 55 porque a mulher dele, dona Ruth, se aposentou com esta idade. Ele mesmo se aposentou com 37. Seu ministro reformador da previdência, o Rheinold Stephanys, com 47, o Henrique Meirelles com 56 e o próprio Temer mordomo com 55. Eles podem tripudiar! É da lei!

 

O PONTO DA QUESTÃO

AGÊNCIA DA REGIS PACHECO

Das 400 agências do Banco do Brasil que serão fechadas no país, a da Regis Pacheco, em Vitória da Conquista, será uma delas, justamente a que atende a uma camada mais popular dos correntistas. A corda sempre parte no lado mais fraco. No sistema capitalista o pobre é sempre o mais, ou o único a ser sacrificado, como no caso da PEC do corte de gastos. O Banco do Brasil é estatal, mantido pelo contribuinte e, sendo assim, não pode ter visão exclusiva no lucro. É a ala conservadora querendo mostrar serviços para agradar aos acionistas. Os funcionários e os clientes que se lasquem.

APERTO NA PREFEITURA

A partir de janeiro vem aperto financeiro e redução de cargos na Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista e, mais uma vez, sobra para os pobres. Lamentavelmente, é a única maneira para Hérzem Gusmão começar a acertar os ponteiros, inclusive com possível aumento do IPTU e do ISS, com fiscalização mais rígida contra sonegadores e inadimplentes. A Prefeitura tem muitos devedores e é preciso apertar o cerco, como exigir dos donos de terrenos que cerquem suas áreas, ou serão multados. A poluição visual e sonora no centro e em alguns bairros é outro problema sério.

PLANO DIRETOR

Conquista precisa de um novo plano diretor de ordenamento do solo. A cidade cresceu e hoje não se sabe o que é bairro e o que é loteamento de ponta de rua. Os endereços estão embaralhados e cada morador faz sua denominação e numeração. Não existe zoneamento correto e impera a bagunça geral.

Os vereadores além da conta não apresentam projetos neste sentido e só cuidam do loteamento eleitoral, na base do este lote é meu. Aliás, a Câmara de Vereadores de Conquista tem que mostrar serviço e melhorar muito, além da entrega de troféus, títulos e moções de aplausos.

O aumento das cadeiras para 21 até agora não revelou nenhum benefício para a população como foi propagado, muito pelo contrário. Ou melhora o nível das discussões, ou a Casa vai continuar sendo uma mera caixa de ressonância oficial das ordens do executivo. Que os eleitos façam pelo menos o óbvio que é legislar e fiscalizar. Quem vai colocar ordem na Casa? Como está é vergonhoso!

E A NOSSA BARRAGEM?

O Ministério da Integração acaba de liberar R$5 milhões dos R$13 milhões referentes à primeira parcela dos investimentos para construção da Barragem de Baraúnas (valor total de R$54 milhões), que irá beneficiar os municípios de Seabra, Boninal, Mucugê, Palmeiras, parte de Piatã e 180 hectares de irrigação. Cadê a nossa barragem do rio Catolé? Ninguém tocou mais no assunto desde outubro. Enquanto isso a população de Conquista pena com o racionamento de água que tende a piorar a cada ano que passa. Será que enterraram aqui uma cabeça de jegue?

O SENHOR E A DAMA DOS ANÉIS

A prisão do ex-governador corrupto do Rio de Janeiro e sua digníssima esposa serviu para revelar as identidades do senhor e a dama dos anéis, bom título para um filme, um conto ou um romance para a literatura brasileira, já recheada de fatos exóticos de usurpação dos poderes. Ela está mais para a dama das Filipinas e ele para os sultões e xeques das arábias com suas arcas de ouro. Com tanto ouro, está faltando o harém para completar a esbórnia das mil e uma noites. Já imaginou o Cabral com suas índias e mulatas adornadas de anéis, brincos, colares e pérolas de diamantes, esmeraldas e rubis! A primeira dama seria a mais deslumbrante! Já pensou a cena dos súditos em torno deles fazendo vênias e com leques abanando seu rei e rainha! A história pode começar com a pobreza dos dois e os momentos de maiores dificuldades e sofrimentos em suas vidas. Tudo com muito realismo e pitadas de ficção e fantasias!

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AS SAÚVAS E OS ROEDORES DA NAÇÃO

macariojeremias@yahoo.com.br

Que todos se unam, longe das ideologias e dos revanchismos, para passar uma vassoura na sujeira do Congresso Nacional. Os três poderes podem sim, ser pressionados pelo povo que está acima deles. Vamos acabar com as saúvas da corrupção antes que elas destruam a nação nas caladas das madrugadas. A vigilância tem que ser dia e noite porque estes insetos não dormem e não dão trégua enquanto a lavoura não estiver toda desfolhada até o apodrecimento de suas raízes.

Preservadas as verbas para a educação e à saúde, está na hora de jogar veneno no buraco das regalias parlamentares; fechar o Senado; e reduzir o número de deputados e vereadores, isto com uma reforma profunda do sistema eleitoral e político. Não existe mais espaço para destilar raiva entre direita e esquerda porque as saúvas montaram uma frente única para atacar toda plantação e minar o terreno.

“Os conchavos, as PECs da vida e os pactos anticorrupção só servem para beneficiar esta escória política que aí está e “ferrar” o povo brasileiro. Nunca mudaremos este país através do voto popular porque sai um ruim, entra um pior. Só conseguiremos esta mudança através da força bruta. Ou arrancamos eles de lá… ou seremos sempre um país de cordeirinhos governados por raposas”. Este é o desabafo de um leitor desesperado, em carta enviada a um veículo de comunicação.

Tem razão em grande parte porque não dá mais para falar com voz mansa e cordial com esta corja. Estas saúvas, bem piores que os mosquitos da dengue, da chikungunya e da zica, se tornaram resistentes aos inseticidas e defensivos que até agora usamos para exterminá-las. As doses têm que ser bem mais fortes e precisas para que elas pereçam de uma vez. Ou se juntam todas as armas que se tem, ou seremos vencidos e cairemos em desgraça total.

Estes políticos que ai estão roubando descaradamente em formigueiros e defendendo seus próprios interesses são bem piores que os vândalos das ruas em protesto, porque estes quebram equipamentos e símbolos do capitalismo predador, enquanto os outros matam impiedosamente crianças, jovens e idosos quando faltam a eles saúde nos hospitais e lhes negam a educação de qualidade. O nosso ensino é um dos piores do mundo.

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A ANTÍTESE DO OCIDENTE

Ele não foi apenas uma lenda e um herói que não se rendeu ao imperialismo norte-americano que invadiu a soberania de várias nações do nosso continente, da Ásia e do Oriente. Com o passar dos anos se tornou numa expressão coletiva que fez da ilha de Cuba, um país atrasado do terceiro mundo, numa referência de conquistas sociais no campo da educação, da saúde e dos esportes.

Quando a revolução socialista vitoriosa de 1959 colocou o capataz dos Estados Unidos, Fulgêncio Batista, para correr com seus capangas, ele bem que tentou se reaproximar do antigo patrão para negociar uma saída digna para seu povo, mas foi menosprezado pela arrogância e pela prepotência dos ianques. Não poderia trair seus princípios de igualdade social e foi aí que o indivíduo se tornou num todo em defesa da soberania de um povo.

Para defender sua casa dos inimigos, representados pelas empresas multinacionais norte-americanas que há anos escravizavam sua gente, teve que ser um pai enérgico e rígido ao ponto de punir seus ferrenhos opositores que estavam sendo iludidos pela mágica capitalista. Aí ele passou a ser a antítese do Ocidente, optando pelo marxismo soviético.

Até o final de 1958 Cuba não passava de um bordel e antro de prostituição, jogatina e contrabando de drogas e armas dos EUA para onde  magnatas e mafiosos iam curtir e esbanjar todos os finais de semana, como se fosse uma possessão deles. O povo era subjugado e era visível a degradação humana.

Fidel Castro, então, nacionalizou as empresas e fez uma grande reforma agrária expulsando os exploradores. Os Estados Unidos revidaram duramente com o bloqueio econômico em 1960 e a invasão fracassada da ilha em 1961. Em 62 houve o caso dos mísseis e por pouco Cuba não foi atacada. Como se não bastasse, tentaram centenas de vezes assassinar o comandante, mas todas estas agressões serviram para unir mais ainda o povo cubano.

Foi uma luta de Golias contra David, inclusive com as armas intensivas da propaganda ocidental contra o regime, instigando a dissidência política e a fuga de milhares que se arriscaram atravessar o mar até o outro lado para a Florida. Mesmo com todo sofrimento, ao longo dos anos o povo cubano tornou-se destaque mundial pelos altos índices de educação, cultura, saúde de qualidade e potência esportiva.

Com sua fama de derrubar governos legalmente constituídos e implantar ditaduras no lugar, os EUA nunca foram exemplo de direitos humanos para cobrar democracia. Os regimes totalitários são condenáveis em qualquer sistema de governo, seja de direita ou de esquerda, mas, nas circunstâncias da época, Cuba teve que endurecer. Agora o país está se adaptando a um novo modelo econômico de livre mercado, mas nunca vai trair a memória do seu líder maior e trocar seu socialismo por este capitalismo predador.

A CHAPE PRECISA É DE AJUDA

Nunca se deve tomar medidas no calor das emoções sentimentais como agora a ideia de conceder à Chapecoenses três anos fora do rebaixamento do Campeonato Brasileiro da primeira divisão. O clube precisa de força e ajuda, mas não desse tipo absurdo de concessão como se os chapecoenses fossem coitadinhos que não podem recuperar suas perdas.

Entendo que esse tipo de iniciativa irá desestimular os próprios jogadores do novo time que será montado, sem contar os embaraços que causariam para as outras agremiações no enfrentamento do adversário em campo. Acho que ajudar com jogadores e recursos financeiros para que a Chape jogue de igual para igual é uma coisa assertiva, a outra é o sentimentalismo fraco de preservá-lo por três anos do rebaixamento.

Só está faltando alguém propor que no próximo ano todos percam as partidas contra o clube catarinense para que ele seja campeão, ou que se dê a faixa ao time no lugar do Palmeiras. A Chape não necessita desse tipo de consolo sentimental, mas de força e apoio.

Por sua vez, não entendi essa do Atlético Mineiro se recusar a jogar a última partida do campeonato lá em Chapecó, no próximo dia 11. Acho até que a partida seria uma grande homenagem aos jogadores que se foram e um incentivo aos torcedores para que recomecem a vida e a remontar seu time.

Na delegação da chapecoense, que deveria ter contratado uma empresa de aviação mais segura, estranhei a inclusão de tantos profissionais da imprensa (20 contra 19 jogadores) para cobrir uma partida de futebol. Depois das perdas de tantas vidas por causa da irresponsabilidade e imprudência de um piloto que voou com o avião no limite do combustível, vem logo aí a questão das indenizações das famílias das vítimas. Mais outro longo sofrimento que vai se arrastar e a se somar às perdas irreparáveis de entes queridos.

OS VILÕES DO CONGRESSO NACIONAL

Na calada traiçoeira da madrugada, como coiotes e lobos famintos, vorazes e ferozes, os parlamentares da Câmara dos Deputados aproveitaram o trágico desastre aéreo do irresponsável piloto que ceifou a vida de 71 pessoas (jogadores da chapecoense, delegação e profissionais da imprensa), para picotar e desfigurar por completo o projeto anticorrupção assinado por mais de dois milhões de brasileiros. Foi como ácido jogado em nossas caras.

É uma covardia, mas eles já são contumazes aproveitadores de fatos, feriadões, festas como carnavais e ocasiões semelhantes de desgraças humanas, para aprovarem projetos em causa própria, como ocorreu na última madrugada de segunda para terça-feira. São uns crápulas que não se cansam de cutucar o cão com a vara curta.

Desta vez, os 28 deputados investigados no Supremo Tribunal Federal votaram em peso contra as medidas de combate à corrupção. Na proposta que trata do abuso de autoridade, apenas cinco dos 39 deputados baianos votaram contra o destaque que tenta inibir a ação do Ministério Público e do Judiciário. Se tivesse mais consciência política o povo brasileiro deveria como resposta votar nulo em peso nas próximas eleições.

Na moita, no lugar de carimbar um projeto anticorrupção, a Câmara fez um pacote de leis a favor da corrupção para salvar suas cabeças criminosas e nefastas da guilhotina. Para completar, o Senado, através do cínico cara de pau e réu Renan Calheiros,  tentou tramitar o projeto no plenário em regime de urgência.

Como se fosse um democrata, o Renan cara de pau chama de fascista a força tarefa da Operação Lava Jato que investiga suas falcatruas e as de seus companheiros que afrontam a nação dia e noite, como Catilina fazia contra Roma.

CHAPE, UM EXEMPLO PARA O CONQUISTA

Carlos Albán González – jornalista

Lamentavelmente, um trágico acidente aéreo chamou a atenção do brasileiro, e até mesmo do exterior, para uma cidade no oeste de Santa Catarina. Chapecó, que na língua indígena caingangue significa “pequeno local onde é avistado o caminho da roça”, é um exemplo das diferenças, culturais, econômicas e esportivas, que existem entre o Sul e o Norte/Nordeste do Brasil. Vale destacar que essa desigualdade tem muito a ver com os povos que contribuíram com um estágio, mais ou menos avançado da sociedade humana.

Para não me alongar nesse aspecto, porque pretendo abordar o futebol praticado nas duas cidades, vou mostrar alguns dados referentes a Chapecó e a Vitória da Conquista, que têm, respectivamente, 99 e 176 anos de fundação.

Com uma área de 624.308 km², a 555 km de Florianópolis, Chapecó tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0.796 (67º entre os municípios brasileiros); seu PIB per capita é de R$ 33.441,42. Sua população é de 209.553 habitantes (81% de brancos, 14% de pardos e 2% de negros), descendente de italianos, alemães e espanhóis. Suas terras são cortadas por duas rodovias federais, uma deles com oito pistas, duas ferrovias, e o seu aeroporto internacional recebe 450 mil passageiros por mês, com um movimento de 750 aeronaves mensais. A capital brasileira da agroindústria é também chamada de capital catarinense do turismo de negócios.

Com uma área de 3.204.257 km², a 510 km de Salvador, Vitória da Conquista tem um IDH de 0.678; seu PIB per capita é de R$ 14.647,17. Sua população é de 350.284 habitantes (56% pardos, 32% de brancos e 10% de negros), descendente de portugueses e índios. Sua economia se concentra principalmente no comércio, contando com a colaboração de uma enorme população flutuante, procedente de mais de 100 municípios do oeste e sul baianos e do norte de Minas Gerais, abandonados pelo poder público. A produção industrial conquistense é escoada por duas rodovias federais e pelo porto de Ilhéus.

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A REAL PROFESSORA NINA

EM HOMENAGEM A TODOS OS MESTRES

O homem sem instrução é um homem iludido. Em minha vida nunca imaginei que uma profissão tão linda e nobre fosse se transformar em medo, angústia e pesadelo. O orvalho da manhã está cada vez mais escasso, e a relva e a grama da minha casa estão secas. O prazer de ensinar e levar conhecimento aos rebentos virou uma obrigação. Sem o riso de antes, muitos estão partindo para outras atividades enfadonhas e chatas, seguindo a lei da sobrevivência a qualquer custo.

Aprendi as primeiras letras e a entoar a tabuada para fazer umas continhas de somar, diminuir e multiplicar com a real professora leiga dona Nina, não aquela personagem título de livros, de peças teatrais, crônicas e contos como símbolo da nossa imaginação para identificar a profissão. Como tudo que acontece pela primeira vez na vida, nunca me esqueci daquela frágil, terna e carente mulher. Mas, o que mais me marcou foi a sua extrema pobreza e como arranjava forças para ensinar.

Era meado dos anos 50 do século passado quando tive minha primeira professora. A infância na roça da fazenda Queimadinha, isolada de tudo, não me dava nenhuma noção do porquê tinha que caminhar com minha irmã dois, três quilômetros dentro de um matagal todos os dias para encontrar com a professora Nina, para ler soletrados os textos de uns livros e ouvir o clamor, choros e brigas de uma família de mais de dez pessoas por causa de um prato de comida nas horas do almoço.

A professora Nina morava como agregada de um vasto latifundiário que mais lembrava os condes e duques franceses da pré-revolução. A fazenda de quilômetros e mais quilômetros de capim e gado se situava num território pertencente ao município de Mundo-Novo e depois Piritiba e Tapiramutá. Ela dividia, como meeira, os poucos pés de cafés que tinha no quintal da velha casa com o patrão usurário e opressor, como ocorre ainda hoje.

Todos definhavam de fome. Um rapaz anêmico vivia chorando pelos cantos da casa e o velho pai era um alcóolatra à beira da morte que pegava vísceras de bois em matadouros da vizinhança para cozinhá-las numa aguada panela de feijão. Meu pai, também pobre, pagava seus préstimos de professora com um pouco de dinheiro e farinha da terra donde colhia a mandioca do roçado. Eram tempos de muita dureza e o homem trabalhava como escravo sem direitos a nada. A fome batia quase todos os dias na porta e nos olhava em forma de careta.

O velho e o rapaz morreram. A professora Nina e o restante dos seus filhos pegaram um pau-de-arara e tomaram o rumo de São Paulo. Meu pai vendeu a terrinha e fomos para outro local onde pelo menos tinha um tanque d´água. Passei anos longe das minhas primeiras letras e só depois fiz, com muito sacrifício, o primário em Piritiba. Mais algum tempo parado e somente em 1962 ingressei no Seminário Nossa Senhora do Bom Conselho, em Amargosa. Bons tempos de estudos e aprendizagem, com professores de qualidade.

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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO É PREMIADA

A Educação caetiteense comemora mais um importante reconhecimento. Durante o V Seminário Estadual de Educação Integral, nos dias 24 e 25 de novembro, em Salvador, a secretária municipal Rosemária Joazeiro foi reconhecida por seu trabalho a frente da pasta da Educação em Caetité. Na ocasião, Rosemária foi reconhecida por sua valiosa contribuição e defesa da Educação Integral na escola pública baiana.

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A educação integral parte de um pressuposto fundamental: todas as pessoas são capazes de aprender, em diferentes lugares, com diferentes pessoas e ao longo de toda a vida. Trata-se de uma concepção que compreende que educar é garantir o desenvolvimento de todas e todos, em todas suas dimensões – intelectual, física, afetiva, social e simbólica. Essa visão se contrapõe à ideia clássica de que a educação se restringe ao processo centrado na escola e voltado apenas para o conhecimento acadêmico.

Caetité fez adesão ao Programa Mais Educação em 2012, para 19 escolas e, atualmente, está presente em 28 escolas urbanas e rurais, com o objetivo de promover a ampliação de tempos, espaços, além de dar a oportunidade de educar através de oficinas de dança, capoeira, teatro, letramento, atletismo, entre outras.

“Nosso objetivo é ter uma escola pública verdadeiramente inclusiva, com compromisso intencional e permanente de promover espaços físicos e simbólicos onde todos possam se expressar livremente e onde as diferenças sejam trabalhadas e valorizadas como expressão da diversidade humana”, explica Rosemária.

A secretária destaca ainda que essa é uma homenagem que compartilha com toda equipe que compõe o grupo de trabalho da Educação de Caetité “Esse reconhecimento nós vemos, também, nos resultados em sala de aula. Após a implantação do Programa Mais Educação é possível observar nas unidades de ensino que há maior envolvimento da comunidade escolar, com mais participação dos pais na vida dos filhos. Então, eu só tenho que agradecer! Valeu a penas todos os dias, noites e final de semana. Obrigada ao Prefeito Zé Barreira e toda a nossa equipe de trabalho que lutam todos os dias para melhora a educação da nossa Caetité”, finalizou emocionada. (Direcom – Diretoria de Comunicação Social)

 

OS 80 ANOS DO POETA

Na terra onde o intelectual é um inútil e a torcida do Bahia faz carnaval só porque subiu no sufoco para a Série A do Campeonato Brasileiro, com ajuda do Oeste. o poeta, escritor e acadêmico Fernando da Rocha Peres completou 80 anos no último domingo, dizendo que o mundo retrocede aceleradamente.

Nesta data magna, parabenizo o poeta que foi meu professor na Faculdade de Comunicação no início dos anos 70 e fez parte da Geração Mapa no Colégio Central juntamente com Glauber Rocha, Florisvaldo Mattos e João Carlos Teixeira Gomes (os dois últimos também meus professores), saudosa época da efervescência cultural na Bahia, que vive nos tempos atuais uma decadência nas artes.

Em entrevista à revista Muito de o jornal A Tarde, Fernando Peres afirmou que, “lamentavelmente, diante do quadro que se apresenta hoje, constatamos que inúmeras gerações, não só a minha, falharam. O homem continua, de todo modo, lutando contra si mesmo. Todas as revoluções fracassaram”.

Para o mestre Florisvaldo, o poeta aniversariante é um companheiro dos tempos de estudante com que trilhei os luminosos caminhos da chamada Geração Mapa. Peres confessa estar satisfeito com ele mesmo porque foi um professor, “e porque sempre fiquei feliz ao ver que consegui ensinar algo útil a outras pessoas”.

Fui e continuo sendo um escritor. Escrevo principalmente poesia, apesar de ter, com muito gosto, escrito também textos historiográficos. Esse é um reconhecimento pessoal. “Numa terra como a Bahia, de nada vale” – destacou.

Para ele, na Bahia de Castro Alves e Gregório de Matos, Salvador é uma cidade medíocre, “e isso é algo que me deixa extremamente triste. A mediocridade está naquilo que se costuma chamar de cultura de entretenimento”. Manter-se longe das redes sociais, segundo ele, é uma forma de preserva a lucidez e a ternura. “As redes sociais embrutecem as pessoas”.

UMA BESTEIRA E OUTRA CERTEIRA

macariojeremias@yahoo.com.br

Nesta semana que se passou, duas falas em Brasília, que não para de se superar em crises, criaram mais descrédito e aversão aos políticos, bem como em gente aloprada que acha que seus conselhos valem ouro. Uma passou meio que despercebida diante de tantos escândalos e furacões, mas a outra abalou mais uma vez os alicerces do Planalto, que mais parece com a torre de Babel.

Na primeira, em reunião do Conselhão de Desenvolvimento Econômico e Social do Fim do Mundo de mais de 90 membros de todos os naipes, o publicitário baiano Ivan Guanaes perdeu a grande oportunidade da sua vida de ter ficado calado, quando se dirigiu ao presidente Temer para dizer que ele aproveitasse a impopularidade para baixar medidas impopulares como a PEC 241 de corte dos gastos.

Dentre outras besteiras disparou que “popularidade é uma jaula. O senhor tem que puxar isso para o senhor e falar à nação”. Sobre sua fala, o historiador Carlos Zacarias de Sena Júnior destacou que Guanaes não mede esforços para defender seu quinhão.

Acrescentou mais ainda que como publicitário que ganhou a biografia Enquanto eles choram, eu vendo lenços, Guanaes continua achando que enquanto nós entramos com o “sangue, o suor e as lágrimas”, ele segue lucrando com lenços e ilusões.

A outra fala foi do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, e esta sim foi direta e certeira no alvo. Como é de praxe todo exonerado do alto escalão do governo federal colocar suas tralhas debaixo do braço e sair calado, desta vez o Calero fez diferente e colocou a boca no trombone, levando consigo o ministro Gedel Vieira Lima, agora também ex, que não tem mais nada a falar.

Temperamento tempestivo e arrogante dá nisso. A banda que ainda resta do PT aproveitou o flagrante desvio de conduta para tocar seu bombo, tascando  o malho no tráfico de influência na rede já rasgada do governo. Até ai tudo bem, mas qual moral tem o partido para apontar o dedo? Aliás, gostaria de saber quem tem moral neste executivo e neste legislativo para falar de moral, ética e tráfico de influência?

Vem ai a nova semana e a expectativa é que a qualquer hora pode entrar em cena outra assombração do terror para espantar os moradores do castelo de Drácula e todo resto da nação que acompanha os próximos episódios desta novela macabra. Lá se foi o Gedel, mas estão ainda lá na casa mal assombrada o Romero Jucá, o Renan Calheiros, o Collor e os mais sórdidos personagens desta República Velha, para nos aterrorizar.

 





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