• JUAZEIRO ANIVERSÁRIO 129
  • Uma viagem de Vitória da Conquista para Juazeiro, na Bahia, cortando a Chapada Diamantina, é muita prazerosa não fossem as inúmeras irregularidades e a buraqueira das estradas. As belas paisagens se desfazem na irritação constante do motorista, provocada pelos estragos nas pistas.

Com a crise política e econômica nos governos estadual e federal, a situação das estradas baianas tende a piorar e alguns trechos já estão intransitáveis. Se o quadro já era de abandono, imagine agora com a extinção do Derba e a falta de recursos para recuperação!

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O terror da viagem começa a partir do entroncamento de Anagé para Tanhaçu num percurso de cerca de 60 quilômetros só de buracos. Aí, os amortecedores do seu carro começam a baixar, sem contar a perda de um pneu, ou sofrer um acidente fatal. Animais estão por toda parte cruzando a estrada.

De Tanhaçu para Ituaçu são 25 quilômetros num corredor apertado de um resto de asfalto cheio de “costela de vaca”. A trepidação do veículo deixa você tonto e exige atenção redobrada, principalmente nas ultrapassagens. Nem pensar em acostamento!

O trecho para Barra da Estiva, mais 25 quilômetros, é melhor, mas irregular e sem sinalização. Nos municípios de Ibicoara até Mucugê a vista é deslumbrante e deixa qualquer um encantado. As fazendas agropecuárias de hortigranjeiros sinalizam prosperidade e o asfalto ainda está em bom estado.

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O alívio termina a partir de Mucugê para Andaraí, cerca de 50 quilômetros de pista estreita, tortuosa e de buracos em vários locais. De Andaraí até a BR-242 as árvores e os matos invadiram a estrada de mais 50 quilômetros. Nem pergunte por sinalização horizontal e vertical!

Perigo maior ainda é na BR-242 (Bahia-Brasília). Para quem vai em direção a Ruy Barbosa para sair em Baixa Grande, o motorista que não conhece bem o trecho federal pode ser apanhado de surpresa com as enormes crateras no asfalto e sofrer um sério acidente.

A estrada conhecida como do “Feijão”, de Feira de Santana a Xique-Xique, também está esburacada. Coisa feia mesmo é se o viajante for obrigado a passar por Piritiba, Miguel Calmon e Jacobina, pegando Caem para sair em Antônio Gonçalves próximo a Senhor do Bonfim.

Aí, meu amigo, são quase 100 quilômetros de só tormento entre a buraqueira numa estrada tipo “caminho da roça” e tomada pelo mato! O perigo está a todo o momento. É uma viagem estressada de mais de duas horas de volante e cuidado redobrado para não estourar um pneu.

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Melhor pegar Mairi e Capim Grosso para sair em Senhor do Bonfim e chegar a Juazeiro. Mesmo assim, de Várzea da Roça até Capim Grosso o trecho está inacabado. De um modo geral, as estradas baianas estão caindo aos pedaços. Só nesta viagem, dos mais de 800 quilômetros, mais da metade são de buraqueiras num corredor que dá medo.