FALTA DE RECONHECIMENTO E INGRATIDÃO
Como se diz no jargão jornalístico, no “gancho” do meu companheiro jornalista Carlos Gonzalez sobre Sérgio Fonseca que faleceu nesta semana do dia 22 (quinta-feira), quando disse que sentia nele em vida um semblante de mágoa pela falta de reconhecimento dos seus relevantes trabalhos em Vitória da Conquista, concordo que esta impressão foi confirmada no seu enterro nesta sexta-feira (dia 23).
Mais uma vez, caro Gonzalez, observei isso na ausência de uma representação do poder público no velório e no enterro de um jornalista sério que no passado prestou seus serviços na divulgação da cidade e da região. Cerca de 30 a 35 pessoas amigas acompanharam sua despedida, e nem um secretário da Prefeitura Municipal e um vereador da Câmara, ou seu legítimo representante, se fizeram presentes no ato.
Sei que quase ninguém gosta do que falo, mas nunca vou deixar de ser sincero com o que penso a respeito desta questão. Tenho constatado a falta de reconhecimento e até de gratidão da parte dos segmentos desta sociedade para com o passado de pessoas que quando estavam na ativa eram evidenciadas e depois caíram no total esquecimento e ostracismo.
Cabem às assessorias de comunicação, principalmente, dos órgãos públicos competentes ficarem atentas e alertar seus dirigentes no poder sobre a importância de prestar um tributo àqueles que fizeram parte da história do município, não somente na área política. É isso que faz reativar a memória de um povo. Não é só fazer moções e dar títulos de cidadão.
Não vou mais repetir sobre quem foi o intelectual jornalista Sérgio Fonseca, mesmo porque já falei aqui sobre a sua atuação como profissional da comunicação e a respeito da sua pessoa em vida na passagem por Conquista. No entanto, ele não é um caso isolado de menosprezo.
Há anos fiz um comentário neste mesmo sentido sobre a morte do geofísico Rui Bacelar Filho quando ele se foi e não prestaram nenhuma homenagem à sua pessoa. Naquela época, afirmei que Conquista era uma cidade ingrata para com seus adotivos e legítimos.
Não quero aqui forçar a barra, nem requerer atenção privilegiada para amigos, mas só dizer que as pessoas que prestaram seus serviços à cidade por muito tempo merecem o devido reconhecimento dos representantes da sociedade, especialmente do poder público constituído. É uma grande falha quando isso não é feito. Não é questão de vaidades, mas de consideração e respeito. No enterro do jornalista Sérgio, senti de perto este vazio enorme e a mágoa da qual se referiu o companheiro Gonzalez.














