O PONTO DA QUESTÃO
LAMBANÇA POLÍTICA
Façam suas apostas, senhores: A lambança do Senado que decidiu fatiar o impeachment da ex-presidente Dilma, preservando seus direitos políticos foi um agrado “bondoso” de Renan depois da sua mordida vampiresca, intenção de beneficiar a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha ou uma trama do PT para melar o processo? Não fique ai com “a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar” porque o mordomo de Drácula pode lhe pegar. “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”- como já dizia o grande poeta e compositor Geraldo Vandré. Com toda esta lambança, cheguei à conclusão que as manifestações de rua e os políticos, na verdade, não quiseram tirar Dilma, mas o PT do poder. A lambança foi taxada também de excrecência, extravagância e bizarrice. Gedel Vieira Lima apareceu com esta de gesto cristão.
Dá pena ver o país regredindo nas suas conquistas tudo por conta de um grupo arrogante que destilou veneno do “nós contra eles”. Dá pena ver o país cuja população perdeu sua autoestima por conta de um partido que fez um pacto com o diabo que agora quer o troco. Dá pena ver um país que caminha a passos largos para o conservadorismo retrógrado com sérias ameaças de um autoritarismo tudo por conta dos equívocos de um governo que imaginou que poderia conciliar essa política de mercado com a política de distribuição de renda e inclusão social. Os “amigos” dos acordos e alianças espúrias de ontem viraram agora nossos inimigos.
“FEIRINHA” CARECE DE ESTRUTURA
Pelo seu tamanho, diversidade de produtos e sua história ao longo dos anos que conseguiu reunir todas etnias, credos, cores e níveis de instrução, a “Feirinha do Bairro Brasil” em Vitória da Conquista, como carinhosamente é chamada, poderia ser tombada como patrimônio cultural do município e contar com mais atenção de apoio da parte do poder público, principalmente em termos de ordenamento, fiscalização e limpeza da área, em benefício dos próprios comerciantes e consumidores.
O que é um prazer, divertimento, ponto de encontro para bate papo e até expressão cultural de um povo, a feira está se tornando um tormento para os amantes do local onde tem de tudo. É que logo cedo motoristas estacionam seus carros em filas duplas nas transversais que dão acesso à “feirinha”, fechando praticamente as ruas e tornando o local um verdadeiro “inferno” para a circulação de pedestres e veículos. Não existe fiscalização do trânsito e cada um faz o que bem quer, de forma individualizada e egoísta própria do brasileiro. Virou uma tremenda bagunça!
Outro grande problema, além da falta de ordenamento e disciplina entre as barracas, é o lixo que se acumula em determinados pontos. Muitos comercializam verduras e outros produtos alimentícios nas calçadas, sem a devida higienização. Os sanitários do mercado não atendem mais à demanda e estão sempre sujos. Para se manter viva e mais atrativa, a “Feirinha”, realizada todos os domingos, carece de mais estrutura, segurança e fiscalização. O nome mais moderno seria revitalização e acompanhamento da prefeitura porque mesmo sendo uma atividade comercial de cunho popular não pode imperar a total desorganização.
OBRA INACABADA
O tempo passa e o mato continua a invadir um conjunto inacabado de casas do programa “Minha Casa, Minha Vida” logo na entrada da cidade de Tanhaçu, no sudoeste baiano. Sabe-se que o projeto foi iniciado há mais de quatro anos e foi interrompido por irregularidades na construção, deixando dezenas de famílias de fora do processo habitacional prometido pelos políticos em eleições anteriores. Trata-se de mais dinheiro do contribuinte jogado fora, num município pobre do sertão e de cerca de 15 mil habitantes, distante pouco mais de 100 quilômetros de Vitória da Conquista. É mais uma cena que causa revolta e atesta os desmandos dos governantes. Veja o que disse a urbanista Raquel Rolnik sobre o programa: “É mais uma política industrial que beneficia, ao fim, bancos e construtora”. Mais ainda que serve para criar lucro político e usado para remover assentamentos informais que estão em áreas bem valorizadas das cidades.
CALÇADÕES NO CENTRO
Em Juazeiro, no norte da Bahia, a prefeitura local está realizando um trabalho digno de ser seguido por outras cidades de grande porte do interior da Bahia, como exemplo Vitória da Conquista. Todo centro de Juazeiro está recebendo calçadões, melhorando o convívio dos moradores com a cidade, o que significa a retirada de veículos em circulação nas áreas mais congestionadas. Os lojistas e a comunidade gostaram e estão apoiando a iniciativa urbanística.
Em visita à cidade na semana passada veio logo à minha mente o centro poluído de sons, placas e carros de Vitória da Conquista, principalmente entre as praças Barão do Rio Branco e a Tancredo Neves. Pensei como seria mais confortável e humano se toda esta área fosse calçada e urbanizada, livre de dos carros.
O mesmo poderia ser feito no sujo e poluído Terminal de Ônibus da Lauro de Freitas onde o candidato do PT promete requalificar o local. Aí eu indago: Requalificar mais o quê ali, se não existe mais espaço para ampliação? Só se for dar uma mão de cal! Pelo seu tamanho, Conquista merece outro terminal de ônibus bem moderno visando a melhoria da mobilidade urbana, desafogando o trânsito no centro.
O Terminal daqui está mais para um galinheiro ou um curral apertado de difícil locomoção e enfeia a cidade, só que mesmo assim os comerciantes não querem nem ouvir falar de tirar dali o ponto de ônibus achando que vão perder negócios, quando, na verdade, um calçadão ali todo urbanizado reanimaria mais o comércio, sem contar a limpeza.
ADUTORA DO ALGODÃO
Tudo indica que a partir de outubro próximo os moradores de Caetité, no sudoeste baiano, vão ficar livres do racionamento de água. É uma inveja já que os conquistenses ainda vão penar por muito tempo ao Deus dará, ou se Deus mandar chover por aqui. Lá em Caetité, a Adutora do Algodão que transporta água do sofrido Velho Chico vai beneficiar mais de 34 mil pessoas. A obra da segunda etapa, orçada em 44 milhões de reais, deverá entrar em operação no final de outubro. A primeira etapa foi entregue em novembro de 2012, beneficiando os municípios de Malhada, Iuiu, Palmas de Monte Alto, Candiba, Pindaí, Matina e Guanambi.
COMPLEXO EÓLICO
O município de Gentio do Ouro vai receber investimentos da ordem de um bilhão de reais na primeira etapa do projeto de implantação do complexo eólico, com a geração de 500 empregos na fase de construção, conforme protocolo de intenções assinado pelo Governo do Estado e a empresa PEC Energia. De acordo com a diretoria do empreendimento, serão instalados sete parques eólicos na primeira etapa. Na segunda será investido o dobro. A energia eólica está transformando o cenário do sertão baiano.
UMA PRAGA
Esta quem manda é meu amigo e companheiro jornalista Carlos Gonzalez a respeito de comentário que fiz sobre falta de transparência da Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista. “Bom texto sobre as câmaras de vereadores, uma praga trazida por D. João VI – mais um “presente” dos portugueses para os brasileiros. Hoje, esses parasitas somam 57.420 em 5.563 municípios, número que vai aumentar este ano com o crescimento da população. O Brasil é o único país do mundo que remunera vereadores. Até 1977 só os das capitais recebiam salário. Geisel estendeu o benefício para todo o país. Saudade de Getúlio Vargas, que fechou as câmaras de vereadores durante o Estado Novo (1937 a 1945)”.
Compreendo sua exaltação e revolta, meu caro, mas nem tanto assim. Diria que queremos um executivo e uma representação parlamentar à altura da cidade de Conquista, a terceira maior da Bahia. Acima de tudo, este povo tem sede de educação de qualidade e uma política cultural própria, tema que pretendo abordar mais adiante. Continuam nomes exóticos de candidatos (não entre nessa armadilha), mas neste pleito não vamos ter uma maior quantidade de promessas vãs graças ao tempo da propaganda eleitoral que encurtou. Está na hora de programas consistentes e não de acessórios, como mais câmaras nas ruas, guarda municipal ou coisas assim.















