O povo brasileiro sempre teve esperanças e acreditou nos políticos governantes nos momentos mais difíceis da nação. Acontece que sempre foi passado para trás. Sempre estamos sendo vítimas de suas vigarices, e o maior exemplo disso são as eleições. Neste Brasil de tantas mazelas e desigualdades sociais, o voto tem sido a maior vítima.

Estava aqui pensando comigo mesmo hoje e lembrei-me da campanha do doe ouro para o Brasil, feita pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand (sempre ele) e um bando de pilantras durante a Revolução Constitucionalista de 1932, há exatos 74 anos. Como hoje, o país estava em crise econômica e sem reservas cambiais que pudessem conter a alta do dólar.

O ouro serviria para gerar lastro e o povo contribuiu, só que até hoje não se sabe o que fizeram com as doações. Teve gente que deu alianças, correntes, anéis e até barras de ouro. Em junho de 1964, há 52 anos, no início do regime ditatorial, houve outra campanha desse tipo e forram arrecadadas 400 arrobas de ouro, o equivalente a meio bilhão de cruzeiros.

Na época o presidente do Congresso Nacional era Auro Soares de Moura, aquele que no dia 2 de abril decretou a vacância do presidente da República Jango Goulart, sendo que ele estava ainda em território brasileiro. Tancredo Neves o chamou de canalha! O general Amaury Kruel era o “Legionário da Democracia”. Bem, nem é preciso dizer que o ouro depositado nos cofres do Tesouro Nacional sumiu.

Quem sabe, uma campanha dessas nos dias de hoje pode estourar por aí e pegaria todo mundo ainda com o espírito olímpico para doar ouro para a formação dos nossos atletas, para que tragam mais medalhas de ouro nas próximas Olimpíadas de Tokyio, em 2020! Duvido que seria um fracasso!