CURTA AS CURTAS II

E o nosso Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima interditado desde final do ano passado! É o sinal visível da decadência da nossa cultura na Bahia e em Vitória da Conquista, e de que ela é apenas um jarro de decoração na mesa dos programas dos governos. Se antes já não havia tantas opções culturais na cidade nos finais de semana, agora piorou. O pequeno centro Carlos Jeovah não tem estrutura física para receber eventos musicais e outras linguagens artísticas. As expressões culturais em Conquista (terceira maior cidade da Bahia) não podem ficar resumidas ao Natal e ao São João. A esperança de melhora está no início de funcionamento do Espaço Glauber Rocha construído pela Prefeitura Municipal. Vamos rogar para que lá as atividades culturais voltem ao bom tempo das décadas de 50 e 60.
MENINO MAICON
Um ano e quatro meses e o caso do menino Maicon, morto numa desastrada operação da polícia num bairro da periferia da cidade de Conquista, continua sem uma solução. O mais revoltante foi o desaparecimento do corpo do menino, lembrando os tempos da ditadura militar(1964-1988). A mídia e a sociedade permanecem caladas. Os responsáveis trabalham nas ruas como se nada tivesse acontecido. No Brasil, os escândalos e as tragédias se sucedem e todos continuam dizendo “é assim mesmo, o que se pode fazer”. Vez por outra, um grupo todo de branco, que mais parece propaganda de sabão em pó, sai às ruas pedindo paz.
UMA VERGONHA
O aeroporto apertadinho (o puxadinho) de Vitória da Conquista é uma vergonha. Os visitantes saem daqui horrorizado com o que vê, a começar pela incompetência de seus atendentes. Basta o tempo ficar nublado pra não descer aeronaves, sem falar nas malas extraviadas. A situação é vexatória. As obras de um novo aeroporto mais decente e condizente com o tamanho da cidade se arrastam por cerca de dez anos. Por sua vez, o nosso trânsito continua infernal e o presídio (depósito de humanos) superlotado. Continuo a dizer que Conquista precisa de projetos de infraestrutura de grande porte e não de remendos. Não é mais uma cidade pequena, mas parece.
GOSTO AMARGO
Quando se fala em educação nesse “mundão” do Brasil sente-se logo um gosto amargo na boca de tanto ver nossos jovens sucumbidos na ignorância do saber. Não dá para entender a paralisação das atividades escolares durante os jogos da Copa, principalmente nas cidades do interior. O que vão fazer esses meninos e meninas durante este período. Isso é o que digo de crime hediondo, sem falar das greves como aqui a dos professores municipais. Soube que os professores municipais contratados vão ter seus contratos suspensos e, possivelmente, só serão chamados após a Copa. Coitados, vão ficar sem receber seus míseros salários. É por essas e outras que estudantes recebem diplomas escrevendo “alzencia”, inadimiçivel, conçenço” e outras barbaridades.
E TOME LEIS
No Brasil já é praxe criar leis e mais leis que não são aplicadas porque os governos não tem estrutura física e humana para acompanhar os procedimentos e colocá-las em prática. É a banalização das leis. Agora mesmo aprovaram uma Resolução que define novas regras para prisão de LGBT. Uma das recomendações e colocar o preso num espaço físico específico com direito a visita íntima. Com a superlotação dos presídios e penitenciárias isso é até hilariante. Salvador, por exemplo, tem 4.239 internos para uma capacidade de 3.754. No interior são 12.231 para 8.443.
MALANDRAGEM OU CINISMO?
A presidente Dilma passou de “mãe do PAC” (coitado do nosso rio São Francisco!) para “rainha dos pobres” e até “avó do povo” na versão do governador Jacques Wagner, só que sua situação não anda nada boa nas tabelas das pesquisas. Para completar, no seu discurso de 1º de maio anuncia correção de 4,5% na tabela do Imposto de Renda e 10% para os 36 milhões de brasileiros do Bolsa Família. Aí aparecem uns oportunistas cínicos, ou malandros, do PR (temos 34 partidos e 39 ministérios no país) e assinam um documento pedindo “volta Lula”, mas com promessa de continuarem apoiando a presidente. Entendeu o barulho? “Não precisa explicar”!
CIDADES INTELIGENTES
Sensores em latas de lixo avisam os lixeiros quando elas precisam ser esvaziadas; sistemas de irrigação em parques monitoram a umidade do solo e ligam os pulverizadores; e motoristas podem utilizar um aplicativo para encontrar a vaga mais próxima para estacionar. Esses serviços e outros avançados estão disponíveis nas cidades inteligentes, como em Barcelona, na Espanha. Por aqui, nem pensar em vagas para veículos e os urubus ainda rondam nossos lixos todas as manhãs.
DÉFICIT
Em abril a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$506 milhões (exportações de US$19,724 bilhões e importações de US$19,218 bilhões). O superávit ajudou a reduzir o déficit acumulado no ano. O saldo negativo chega a US$5,566 bilhões, com exportações de US$69,312 bilhões e importações de US$74,878 bilhões. De um modo geral, os indicadores econômicos não andam nada bem. É grande também o déficit na balança de pagamentos (contas externas); os juros estão altos e a inflação também. Para o IBGE (6,5%), mas para o povo além dos 10%. O jeito é rezar, coisa que o brasileiro sabe fazer muito bem.
TELAS GIGANTES
Se por aqui as emissoras de televisão se empolgam com o digital e as mudanças de cenários de seus programas, nos Estados Unidos as redes de cinema, como a Cinemark, introduzem as telas gigantes para atrair os amantes de filmes. A líder Imax também entrou na onda da disputa. Há uma década que nos EUA e no Canadá o hábito de ir ao cinema está em declínio. Para reverter a situação, as empresas estão investindo alto nas telas gigantes (altíssimas resoluções) e poltronas mais confortáveis.











