O GAVIÃO E OS TERRENOS LIXEIRAS
Coisa rara ver um gavião na cidade, mas tanto ele como seu primo carcará, são aves símbolos nordestinos de voos rasantes desse nosso sertão-agreste, comedores de pintos e até de animais mortos. Nossas lentes flagraram este faminto gavião que saiu do seu habitat natural para procurar comida num terreno baldio, ou lixeira de plásticos, garrafas, entulhos, ratos, escorpiões e cobras. Não é meu intuito fazer aqui depreciações, mas Vitória da Conquista está se tornando na capital desses terrenos abertos, cheios de sujeiras, matagais e criadouros dos mosquitos da dengue, verdadeiros atentados à saúde pública, podendo levar pessoas a óbito, sem exageros. A maior culpada de tudo isso é a administração pública que tem leis nas mãos para fiscalizar, aplicar punições e multas aos donos dessas áreas abandonadas. Muitos deles são usados por bandidos ladrões, estupradores e usuários de drogas. Neles fazem seus barracos, como num deles no loteamento Sobradinho (Zabelê). É uma vergonha para uma cidade que é a terceira maior da Bahia. Quando algum morador, que não mais suporta conviver ao lado desses terrenos, toca fogo no matagal, é logo chamado de criminoso. No entanto, quem é mesmo o maior criminoso? Não vou aqui responder porque todos sabem. Por que a prefeitura se cala e não resolve logo esse problema que atormenta nossa população? Por que não faz uma força tarefa contra esses proprietários especuladores de imóveis, criadores de lixeiras em diversos bairros e pontos da cidade? Cadê o Ministério Público e a Câmara de Vereadores? Ainda bem que, vez ou outra, aparece um gavião, ou até um urubu, que ajuda a fazer alguma limpeza e se alimenta de algum animal peçonhento venenoso que poderia ser mais um invasor das nossas casas. As reportagens jornalísticas e o clamor do povo em nada adiantam, mas o executivo quer aumentar a taxa de iluminação pública. Nós somos mesmo sacos de pancadas! O negócio é reclamar com o Papa.