Vale a pena dar um pulo no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima e fazer uma reflexão sobre “AMÁLGAMA”, uma exposição de dois renomados artistas Romeu Ferreira e Alberto Brandão que, cada um com seus estilos diferentes, unem rostos e corpos de gentes negras e indígenas nordestinas, que juntas formaram essa mestiçagem mameluca originária também de portugueses, judeus e árabes.

Romeu, um artista inconfundível a partir de suas expressões fortes de linhas e riscados predominantemente preto e branco, como se sua arte penetrasse nas entranhas profundas do físico e do mental das pessoas, com seus alaridos externos e internos. Brandão entra no mesmo sentido filosófico-político e social dessas raças humanas, porém com suas imagens coloridas.

“AMÁLGAMA”, palavra que vem do árabe e significa mistura ou ajuntamento de pessoas ou coisas diferentes. É como misturar o mercúrio com outro metal. A princípio parece uma confusão de alquimistas que terminam encontrando uma fórmula única para dar significados diferentes a uma mesma coisa, a um mesmo sentido.

É uma viagem ao mundo artístico sobre seres humanos específicos, vistos pelas lentes ou pinceis de cada um dos artistas. Cada um, dentro da sua visão, vê a mesma coisa, mas com pinturas diferentes que agradam o expectador, principalmente o apreciador da arte e da cultura.

É uma linguagem onde cada um viaja no seu imaginário e faz a sua livre interpretação. A pintura nos leva a essa dimensão metafísica. Romeu Ferreira e Alberto Brandão nos transporta para esse mundo nordestino, retratando o negro, o indígena e o “branco” mameluco.