José Fábio da Silva Albuquerque, do seu livro “Retalhos Nordestinos” – poesia popular (Editora Nzamba)

O medo é algo engraçado

Quando de alguém se apodera

Pois deixa geladas as mãos

E o coração acelera

Mostrando cenário terrível

Que outro não é possível

Além de sofrer na espera.

 

Uma pessoa com medo

Perde de todo a razão

Fica sujeito aos conselhos

Que prejudicam a ação

Dos mais primitivos instintos

Parentes da obsessão.

 

Do medo um dia falara

Um homem de nome Epicuro

Chamado por todos filósofo

Do jeito que outro Obscuro

Caráter de muitos dizeres

Um defensor dos prazeres

Mesmo perante o apuro.

 

E dentro do seu ensinar

Está o imbatível dizer

Voltado aos seres humanos:

Que não se deve temer

Sofrer, nem deuses, nem morte

Pois quando se é desta sorte

Já não se está mais no viver.

A todos que sentem medo