Teve até críticas do eleitor do capitão-presidente Bolsonaro, o Bozó, por parte do vereador David Salomão (surpresa na plateia), se posicionando contra o corte de verbas na educação, enquanto, conforme declarou, o Congresso Nacional pretende aumentar os recursos do Fundo Partidário para as próximas eleições municipais, “o que é uma canalhice” – bradou o parlamentar, mas o tom das conversas que dominaram ontem (dia 18/09) na sessão da Câmara foi o empréstimo de R$60 milhões que a Prefeitura Municipal quer contrair com a Caixa Econômica, para obras nos bairros de Vitória da Conquista.

Na busca pela aprovação do projeto do executivo, a bancada da situação ao governo argumentou que o empréstimo é necessário, e vai beneficiar muitos bairros pobres da cidade em obras de pavimentação de ruas, drenagens, reforma do Estádio Murilão, na zona oeste,  e serviços de iluminação para o município (R$10 milhões), principalmente, mas a oposição coloca a questão do endividamento como ponto a ser analisado, e que só vai votar depois que tiver mais esclarecimentos e transparência onde o dinheiro vai ser aplicado.

Onde serão investidos

Outro questionamento da oposição é quanto os R$45 milhões que já foram tomados, e ainda não houve uma prestação de contas, nem foram totalmente investidos e pagos. Os vereadores oposicionistas têm receio de um alto endividamento do município. O vereador Valdemir Dias, do PT, por exemplo, afirmou que quer saber onde esses recursos serão investidos, e aproveitou para denunciar a péssima situação da Lagoa das Bateias, também assunto de duras críticas por parte do seu colega Cícero Custódio.

Outro que questionou o empréstimo foi Coriolano Moraes, também do PT, destacando que o executivo municipal não concedeu aumento salarial aos servidores, e agora solicita da Câmara aprovação para um empréstimo de R$60 milhões. Segundo ele, tem que haver responsabilidade econômica para que, no futuro, os vereadores não sejam chamados de culpados.

Do mesmo partido, a parlamentar Viviane Sampaio rebateu críticas do colega Jorge Bezerra, que achou que os contrários ao projeto estavam sendo hipócritas, quando se está falando em beneficiar as comunidades mais carentes. Ela usou o termo para diferenciar de responsabilidade. Rodrigo Moreira disse que não se pode fechar os olhos para o problema do endividamento, também concordando no sentido de que haja responsabilidade na votação.

Além de citar que o salário mínimo fixado pela Constituição não dá para atender as necessidades do trabalhador, e apontar que hoje os brasileiros estão morrendo nas filas dos hospitais por falta de atendimento, mas que o governo federal tem dinheiro para dar para político fazer eleições, David Salomão enfatizou que a Câmara aprova os R$60 milhões quando o prefeito prestar contas dos R$45 milhões, chamando de desastrosa a atual administração pública. O parlamentar Danilo Kiribamba denunciou que a saúde de Conquista se encontra na UTI, acrescentando que o Hospital de Base só vive superlotado.

A vereadora Lúcia Rocha, da situação, elogiou o trabalho de pavimentação que a Prefeitura Municipal vem realizando no Bairro Conveima, e anunciou que o prefeito prometeu construir uma Feira Coberta no Vila América. Hermínio Oliveira adiantou que, em reunião com o prefeito Hérzem Gusmão, conversou sobre a criação de uma guarda municipal, com objetivo principal de proteger o patrimônio de Vitória da Conquista. Informou que o projeto do poder público será apreciado pelo legislativo agora em outubro.