dezembro 2017
D S T Q Q S S
 12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930
31  

:: 19/dez/2017 . 9:51

ARQUIBANCADAS EXPÕEM RECORTE TRÁGICO DO QUE O BRASIL É

Mariliz Pereira Jorge – Jornalista

Colunista

Num país em que crianças apedrejam Papai Noel porque acabaram as guloseimas não dá para ficar surpreso, nem sequer chocado, com a barbárie dos torcedores de futebol. No domingo (10), em Itatiba, no interior de São Paulo, um grupo de voluntários participava de uma ação de Natal e foi hostilizado porque os doces acabaram. Papai Noel teve que fugir com trenó e tudo para não ser vítimas das pedras atiradas por crianças com idade entre 9 e 12 anos. Mas não escapou dos xingamentos. Foi chamado de filho da puta e mandado tomar naquele lugar.

Alguém duvida que é de uma infância assim que saem os torcedores que vão lotar as arquibancadas, ameaçar juízes, jogadores, depredar estádios por dentro e por fora, se envolver em brigas de morte com torcidas adversárias?

O que aconteceu na final da Copa Sul-Americana pode ter deixado muita gente assustada. Mas é o que acontece semanalmente em maior ou menor grau no futebol brasileiro. As brigas de torcida são responsáveis por dez mortes apenas em 2017. É o recorte trágico do que o Brasil é.

Vivemos todo tipo de intolerância em nossa sociedade: racismo, machismo, xenofobia.

Temos a quinta maior taxa de feminicídio do mundo, somos o país que mais mata travestis e transexuais. Não à toa, estamos no topo dos que mais registram mortes relacionadas ao confronto entre torcidas. As pessoas morrem apenas porque torcem por um time.

O poder público leva uma goleada atrás da outra na intenção de coibir a violência. Multa, interdita estádios, determina torcida única. Ou seja, apenas enxuga gelo.

:: LEIA MAIS »

2018, UM MARCO NA HISTÓRIA DO CONQUISTA

Carlos Albán González – jornalista

Falta exatamente um mês para o começo da dolorosa caminhada, em direção ao calvário, de centenas de médios e pequenos clubes brasileiros, e a certeza que pesa sobre milhares de jogadores, de que ficarão desempregados a partir de abril. Por determinação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), responsável pelo mal elaborado calendário do futebol nacional, os campeonatos estaduais terão que ser realizados entre 21 de janeiro e 8 de abril, incluindo o domingo de Carnaval (10 de fevereiro), e coincidindo com as Copas do Nordeste e do Brasil. A programação da entidade nacional ficará em 2018 mais apertada, em função da realização da Copa do Mundo da Rússia, entre 14 de junho e 15 de julho.

Essa perversa política da CBF, aceita, sem reclamações, pelas federações estaduais, já “matou” cinco campeões baianos: Ipiranga (ex-Mais Querido), Botafogo (de muitos títulos), Galícia (tricampeão), Colo-Colo e Leônico. Com exceção de Bahia e Vitória, que vão disputar o Campeonato Brasileiro da série “A”; do Vitória da Conquista, que está inscrito na Copa do Brasil e Brasileirão da série “D”; e do Juazeirense, classificado para o Nacional da série “C”, os outros seis participantes, incluindo o Fluminense de Feira de Santana, que tem dois campeonatos baianos, vão ficar oito meses inativos em 2018.

Se o ano lhe for amplamente favorável em termos de resultados dentro de campo, o Vitória da Conquista permanecerá em atividade por oito ou nove meses. Seu presidente, Ederlane Amorim, garantiu que “tudo será feito para que 2018 venha a ser um marco na história do clube”. A Copa do Brasil tem seu término previsto para 17 de outubro, com o Conquista estreando em casa, em 31 de janeiro, contra o Boa Esporte, originário de Varginha, em Minas Gerais.

Ao lado de Fluminense de Feira e Jacuipense, o Vitória da Conquista será o terceiro representante da Bahia no Campeonato Brasileiro da série “D”, que contará em 2018 com 68 clubes, divididos, na primeira fase, em 17 grupos regionais. O torneio, cujo chaveamento ainda não foi definido, irá de 22 de abril a 5 de agosto.

Sem jogos de volta, o que demonstraria a imparcialidade do torneio, o Vitória da Conquista será prejudicado financeiramente, pois deixará de receber o Bahia em casa, na única oportunidade de lotar o “Lomanto Júnior”. Seu mais aguardado jogo será contra o Vitória, numa noite de quarta-feira (24 de janeiro). O horário de 21h45 foi imposto à FBF pela TV Bahia, que transmitirá a partida para todo o estado, submetendo o torcedor, que vai deixar o estádio no começo da madrugada do dia seguinte, a uma temperatura baixa.

O Conquista estreia dia 21 de janeiro contra o Atlântico, em Salvador, no “Barradão”. Em seguida, fará três jogos no “Lomantão”, contra Vitória, Jequié e Juazeirense, respectivamente, nos dias 24 e 28 de janeiro e 4 de fevereiro. Vai enfrentar o Bahia, dia 7 de fevereiro, na Fonte Nova. Volta pra casa para recepcionar a Jacuipense, em 18 de fevereiro, logo depois do Carnaval. Os dois representantes de Feira de Santana serão seus adversários em 25 de fevereiro (o Bahia, no “Jóia da Princesa”) e 4 de março (o Fluminense, no “Lomantão”). Despede-se da primeira fase do campeonato, dia 7 de março, em Jacobina.

O regulamento do Campeonato prevê que o primeiro colocado terá vagas asseguradas em 2019 na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil; o vice-campeão e o terceiro colocado participarão da Copa do Brasil. Mais duas vagas no pré-Nordestão serão destinadas aos melhores colocados no ranking da CBF (por ordem, Vitória, Bahia, Juazeirense, Fluminense, Vitória da Conquista, Jacuipense e Jacobina). O mesmo critério será adotado para os três convidados para a série “D”, desde que não estejam inscritos em outras séries, no caso, Bahia e Vitória.

No campeonato do ano passado, o Vitória da Conquista, como mandante, em seis partidas, arrecadou quase R$ 121 mil. Sua maior bilheteria foi no confronto com o Bahia. O público pagante de 2.974 torcedores proporcionou uma renda de R$ 47.700. Há necessidade de uma maior participação do torcedor, comparecendo ao “Lomantão”; do empresariado, assumindo o papel de patrocinador; e do poder público – a prefeitura anunciou na semana uma ridícula ajuda mensal de R$ 20 mil. A cidade deve abraçar o seu time.

Mais uma vez dou como exemplo a Chapecoense, 14º colocada no ranking da CBF. Fundada em 1973, ascendeu rapidamente no cenário futebolístico de Santa Catarina, chegando em 2009 à série “D” do Brasileirão; em 2016 conquistou a Copa Sul-Americana e este ano ganhou o direito de disputar a próxima Libertadores.

Para onde vai o “Baianinho” :: LEIA MAIS »





WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia