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:: 4/dez/2017 . 22:33

UMA ANÁLISE DO BRASILEIRÃO 2017

Carlos Albán González – Jornalista

O baixíssimo nível técnico do torneio; a interminável “dança” dos técnicos; a carência de jogadores considerados craques; os constantes erros de arbitragem, que, de certa forma, influíram na classificação do campeonato; o exemplo dado por um munícipio de Santa Catarina, a aula de finanças dada pelos dirigentes do São Paulo; o “interesse” do presidente da CBF, Marco Polo del Nero, em acompanhar, pela TV, longe dos estádios, todo o Brasileirão, deixando, inclusive, de viajar para a Moscou, a fim de acompanhar o sorteio da Copa do Mundo de 2018, com receio de ser preso no exterior; a ampliação da participação do Nordeste no próximo ano, apesar do sofrimento e das ameaças de enfarte de torcedores rubro-negros baianos e pernambucanos; a regular campanha do Bahia, que poderia ter ido mais longe; e o toque retal que manteve o Vitória na Série “A”.

Esses, na visão de quem acompanha o futebol da Europa, principalmente o da Espanha, e assistiu ao Campeonato Brasileiro da Série “A” pela TV paga e pela leitura dos artigos assinados por conceituados jornalistas esportivos, foram os fatos – posso ter esquecido de alguns – que marcaram a principal competição do esporte nacional em 2017. Se a Seleção Brasileira dependesse de, pelo menos, 50% dos “pernas de pau” que praticam um futebol pobre de técnica e de virtuosismo pelos campos desse imenso território, o Brasil estaria fora do Mundial da Rússia.

Depois de assistir a um jogo, mesmo entre times que estão nas últimas posições dos seus respectivos campeonatos, disputados na Espanha, Alemanha, Inglaterra, Itália e França, o fã do futebol no Brasil não esconde sua irritação ao ver duas equipes do seu país tocando insistentemente a bola para os lados ou para trás, sem arriscar as jogadas em profundidade ou pelas laterais das áreas; o drible é prioibido; o número de faltas passa dos 40 por partida; placar de 1 a 0 é goleada, porque os escassos gols resultam normalmente de bolas paradas ou alçadas sobre as áreas. Você tem a impressão de que está trocando o concerto de uma orquestra sinfônica pelos ruídos de uma banda de axé. O que mais exaspera é conviver com a passividade, o desinteresse, a falta de empenho, as simulações e as agressões verbais a árbitros e assistentes, praticados por jogadores mantidos com o dinheiro dos torcedores.

Infelizmente, esses defeitos podem ser notados nos jogos das divisões de base – são dezenas de torneios realizados durante todo o ano. Os menores de 20, 17 e 15 anos sonham com o futebol europeu, em se tornar um novo Neymar. Alguns nem chegam a vestir a camisa dos clubes brasileiros. Arrumam a mochila e vão tentar a sorte em lugares distantes, como China, Turquia, Azerbaijão, Islândia e Coréia do Sul.

Com as atenções voltadas para a Copa Libertadores, cujo título conquistou pela terceira vez, o Grêmio praticou, na minha modesta opinião, o melhor futebol do Brasileirão, elevando a vaidade do seu técnico, Renato Gaúcho, que se acha melhor do que seus colegas europeus e reivindica uma estátua na Arena Gremista. Ajudado pelas arbitragens e com o apoio de sua torcida, que sempre lotou o Itaquerão, o Corinthians comemora seu sétimo campeonato nacional.  Hernanes, que voltou ao São Paulo, depois de uma temporada na Itália, pode ser eleito o craque da galera. O mais bem votado entre os nordestinos é Zé Rafael, do Bahia, 11º colocado.

Além dos três primeiros colocados, os paulistas Corinthians (Fábio Carille), Palmeiras (Cuca) e Santos (Dorival Júnior), Cruzeiro (Mano Menezes), Fluminense (Abel, que sofreu a perda de um filho de 18 anos, pode receber um prêmio especial da CBF), Botafogo (Jair Ventura) e Avaí (Claudinei Oliveira), mesmo rebaixado, mantiveram os seus treinadores por todo o campeonato. Rogério Ceni, ídolo do São Paulo, não foi aprovado na sua primeira experiência como técnico e quase leva o seu clube ao rebaixamento. Em 2018 vaii dirigir o Fortaleza, promovido à Série “B”. Vanderlei Luxemburgo, de volta da China, também quase derruba o Sport do Recife.

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