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SARAU DISCUTE CINEMA NOVO E TROPICÁLIA

Com o tema “Cinema Novo e Tropicália”, o Sarau A Estrada, no espaço cultural do mesmo nome teve discussões acaloradas na noite do último dia 2 de setembro (sábado), tanto que o assunto não se esgotou e decidiu-se mantê-lo no próximo evento. Vamos ouvir e falar mais sobre a Tropicália dos baianos.

A noite pediu vinho, e a conversa, intercalada ao som da viola e dos artistas cantadores compositores Walter Lages, Dorinho, Moacir Morcego, Marta Moreno, Mano di Souza; das declamações de poemas e causos de Iesus, Nunes, José Carlos D´Almeida e Jeremias Macário, varou a madrugada e o pessoal queria mais.

O professor e filósofo Itamar Aguiar, um dos fundadores da Escola de Cinema da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-Uesb, que discorreu sobre o tema, foi um dos primeiros a chegar. Na sua bagagem ele trouxe os precursores do Cinema Novo, como Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Roberto Pires, Paulínio, Roque, Orlando Senna e outros baianos que se destacaram na arte de filmar, sempre com uma ideia na cabeça e uma câmara na mão.

Como o assunto é muito amplo e o tempo não permitia, a Tropicália quase ficava de lado, mas o músico e cantor Moacir Morcego, com sua verve de sempre, abriu o debate entoando Vicente Celestino no que muitos questionaram que ele nada tinha a ver. Morcego, no entanto, fez questão de mostrar a sua influência letrista em Caetano, Gil e outros baianos.

O Movimento Modernista de 1922, a criação do Partido Comunista Brasileiro, as novas ideias revolucionárias socialistas e outros fatos políticos e sociais ocorridos no Brasil influenciaram o surgimento do Cinema Novo, da Bossa Nova e da Tropicália nas décadas de 50, 60 e 70 em meio à chegada da tenebrosa ditadura civil-militar. Foi aí que as discussões pegaram fogo.

Logo depois, o papo transcorreu mais ameno com as presenças ilustres de Simone, Lídia Rodrigues que, mais uma vez, veio prestigiar nosso encontro, a esposa de Nunes, Cleide, esposa de Mano e outros convidados acompanhantes. Vandilza Gonçalves, a anfitriã da casa, recebeu a todos com alegria e sorrisos, e brindou a todos os participantes do Sarau com um delicioso bode cozido, que só ela sabe fazer.

O Sarau colaborativo, onde cada um traz uma bebida e uma comida, mais uma vez cumpriu com seu propósito de reunir amigos, artistas e interessados pela cultura numa noite sem formalidades, para discutir e debater os mais variados assuntos num formato democrático onde cada um expõe seus pensamentos, canta, declama e conta histórias, casos e causos.

Conforme ficou acertado, no começo de outubro vamos dar continuidade ao tema e os interessados podem se programar e comparecer. Com sua máquina Nikon, D´Almeida registrou todos os lances do Sarau Cinema Novo e Tropicália.

Sentimos as ausências do nosso companheiro jornalista e estudiosos poliglota Sérgio Fonseca, do professor Nivaldo, do amigo e irmão fotógrafo José Silva e outros que nos prestigiam com suas presenças. É bom lembrar que o “Espaço Cultural A Estrada” está de cara nova depois que a professora e a artista Vandilza Gonçalves deu um novo visual na frente com colagens de coador de café. Ficou lindo demais!

Desde já, estão convidados para se juntar a nós nesta empreitada cultural de conhecimento a nossa secretária de Cultura do Município, Cristina (Tina), Lú Macário, da Comunicação, Ricardo Benedictis e Ricardinho, avisando a todos que não se esqueçam da colaboração socialista que norteou desde o início dos nossos eventos.

 

“E A BÍBLIA TINHA RAZÃO” (III)

Ao ler o livro “e a Bíblia tinha razão” deu-me a sensação de que o título poderia ter um “não” no que concerne a fatos que não tiveram relações sobrenaturais e outros relatos compilados de culturas antepassadas bem distantes. O Antigo Testamento mostra um Deus punitivo, vingativo e arbitrário como os deuses dos sumérios, dos assírios, dos babilônios, macedônios e greco-romanos. Ele impõe vitórias e derrotas nas guerras.

No capítulo “Quatrocentos Anos de Silêncio”, o autor Werner Keller destaca que em 1280 a.C. os hititas e egípcios celebraram o primeiro pacto de não agressão e defesa mútua da história do mundo. Em “Trabalho Escravo em Piton e Ramsés”, Keller assinala que o rei não conhecia José do Egito porque este viveu séculos antes dele, no tempo dos estrangeiros hicsos.  A história do feiticeiro Balaão, a jamanta falante e de Jonas engolido por uma baleia são fábulas da Bíblia.

Os egípcios odiavam os filhos de Israel, insultavam e faziam-lhes passar uma vida amarga com penosos trabalhos de barro e tijolos na jornada para a Terra Prometida. No deserto, Moisés já conhecia muito bem a arte de tirar água da rocha. Ele aprendeu a fazer isso durante seu exílio entre os madianitas.

A sarça que ardia e não se consumia se tratava de uma planta de um metro de altura coberta de glândulas oleaginosas com ramas vermelhas, de óleo volátil que se evapora. Em plena floração a moita parece envolta em fogo por causa de seus óleos voláteis. Quanto as suas leis dos Dez Mandamentos, Moisés copiou muita coisa dos ensinamentos de Amenemope, no Antigo Egito.

Os doze observadores de Moisés, incluindo ai seu general Josué, que eram enviados à frente da marcha para reconhecimento da terra, trouxeram notícias ao chefe líder sobre cidades muradas, gigantes hititas e tribos dos amorreus, cananeus e amalecitas, raças estrangeiras que já habitavam a região. Quando o povo hebreu estava próximo, os amorreus, por exemplo, negaram a entrada pelo seu território.

Sem saída, Josué e seu exército teve de entrar na mão armada mesmo e ai se tornaram senhores da Jordânia até o Lago de Gnesaré. Conta a história que, tentando vencê-los, o rei Moab mandou “suas filhas” seduzir os filhos de Israel. Muita gente caiu na tentação e foi degolada e enforcada como castigo pelo pecado cometido. Com a expulsão dos hicsos, em 1550 a.C., a Palestina, então, passou a ser colônia do Egito.

Era a época de 1200 a.C quando o povo de Israel já estava estabelecido em Canaã. Neste tempo surgiu o ferro procedente dos hititas (primeiros fabricantes do mundo) e negociado pelos fenícios. As cervejarias floresciam no Antigo Oriente nas tavernas da Babilônia e em toda Mesopotâmia.

Foi também nesta época que os filhos de Israel sofreram perseguições e agressões dos filisteus. O primeiro rei Saul e seu filho Jonatas criaram as campanhas de guerrilhas para combatê-los. No entanto, os filisteus reforçaram suas tropas e o próprio Saul se matou. Israel inteiro foi ocupado por 40 anos de escravidão.

O rei David reconquistou a autoestima do povo, estendeu seu império até o rio Eufrates e construiu fortificações. No seu tempo, nenhuma nação se dedicou tanto à música como os habitantes de Canaã. Veio logo depois seu filho Salomão que se tornou rei do cobre.

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INUNDAÇÕES ENTRE RICOS E POBRES

Pobre não almoça, come. Um não tem como fazer dieta porque já vive nela por obrigação das circunstâncias. O rico é chic, mesmo sem dinheiro, mas o outro não consegue disfarçar suas origens depois de ficar endinheirado. Pobre não pode se dar ao luxo de ter doenças psíquicas, como traumas e lembranças ruins do passado. Pobre em avião é promoção e em carro de luxo é carona ou motorista do patrão.

Até nas tragédias pobres e ricos são diferentes. Percebeu nas imagens da tempestade do ciclone Harvey (até o nome!), nas cidades do Texas, nos Estados Unidos? Pois é! Agora é só passar os fleches das inundações e deslizamentos de terras ocorridos no Brasil, principalmente no Nordeste. Muita gente deixa seus barracos com trouxas de roupas e outros bagulhos em barcos velhos de madeira a remo.

Em Houston, nos EUA, as casas atingidas são bonitas com jardins, e as pessoas são amparadas em barcos galvanizados a motor. Muitas ambulâncias e carretas com equipamentos salva-vidas! As vítimas não  expressam muita preocupação com o desastre e poucos choram ou se lamentam com as perdas. Os locais de abrigo são amplos e limpos. Até a água que invadiu as ruas tem outro aspecto, limpa e sem lixo.

Nas entrevistas, os ricos de lá dizem que depois da catástrofe têm certeza de reconstruir suas casas e seus pertences. Os pobres do outro lado de cá derramam suas lágrimas porque não têm como recuperar os estragos. Os abrigos são sujos e logo aparecem diarreias, cóleras, dengues, zicas, leptospiroses e outros males das águas sujas dos esgotos e do lixo.

Inundação em locais de rico quase não se vê desabamentos de casas. Em áreas de pobre ela arrasta morros com moradores e tudo pela frente. Por fim ainda aparecem os corruptos para roubar os poucos recursos enviados pelo poder público e as ajudas dadas por voluntários.

Não é somente em casos de inundações. Outros fenômenos da natureza, como terremotos, deixam um rastro de destruição e mortes nas comunidades pobres por causa da estrutura deficitária. Basta um abalo e tudo cai.  Até o aquecimento global, provocado pela ganância dos ricos, castiga mais as regiões pobres do planeta com secas e outros efeitos destrutivos.

Pobre em vida só leva a promessa do reino dos céus pela resignação com os sofrimentos na terra. Pobre não é sepultado ou cremado. É enterrado em valas comuns. Em muitos casos de tempestades, rico é avisado com antecedência e sai de suas residências em seus carros confortáveis. Pobres são pegos de surpresa. Inundação de rico é outra coisa!





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