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Nesta semana que se passou, duas falas em Brasília, que não para de se superar em crises, criaram mais descrédito e aversão aos políticos, bem como em gente aloprada que acha que seus conselhos valem ouro. Uma passou meio que despercebida diante de tantos escândalos e furacões, mas a outra abalou mais uma vez os alicerces do Planalto, que mais parece com a torre de Babel.

Na primeira, em reunião do Conselhão de Desenvolvimento Econômico e Social do Fim do Mundo de mais de 90 membros de todos os naipes, o publicitário baiano Ivan Guanaes perdeu a grande oportunidade da sua vida de ter ficado calado, quando se dirigiu ao presidente Temer para dizer que ele aproveitasse a impopularidade para baixar medidas impopulares como a PEC 241 de corte dos gastos.

Dentre outras besteiras disparou que “popularidade é uma jaula. O senhor tem que puxar isso para o senhor e falar à nação”. Sobre sua fala, o historiador Carlos Zacarias de Sena Júnior destacou que Guanaes não mede esforços para defender seu quinhão.

Acrescentou mais ainda que como publicitário que ganhou a biografia Enquanto eles choram, eu vendo lenços, Guanaes continua achando que enquanto nós entramos com o “sangue, o suor e as lágrimas”, ele segue lucrando com lenços e ilusões.

A outra fala foi do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, e esta sim foi direta e certeira no alvo. Como é de praxe todo exonerado do alto escalão do governo federal colocar suas tralhas debaixo do braço e sair calado, desta vez o Calero fez diferente e colocou a boca no trombone, levando consigo o ministro Gedel Vieira Lima, agora também ex, que não tem mais nada a falar.

Temperamento tempestivo e arrogante dá nisso. A banda que ainda resta do PT aproveitou o flagrante desvio de conduta para tocar seu bombo, tascando  o malho no tráfico de influência na rede já rasgada do governo. Até ai tudo bem, mas qual moral tem o partido para apontar o dedo? Aliás, gostaria de saber quem tem moral neste executivo e neste legislativo para falar de moral, ética e tráfico de influência?

Vem ai a nova semana e a expectativa é que a qualquer hora pode entrar em cena outra assombração do terror para espantar os moradores do castelo de Drácula e todo resto da nação que acompanha os próximos episódios desta novela macabra. Lá se foi o Gedel, mas estão ainda lá na casa mal assombrada o Romero Jucá, o Renan Calheiros, o Collor e os mais sórdidos personagens desta República Velha, para nos aterrorizar.