:: nov/2016
CHAPE, UM EXEMPLO PARA O CONQUISTA
Carlos Albán González – jornalista
Lamentavelmente, um trágico acidente aéreo chamou a atenção do brasileiro, e até mesmo do exterior, para uma cidade no oeste de Santa Catarina. Chapecó, que na língua indígena caingangue significa “pequeno local onde é avistado o caminho da roça”, é um exemplo das diferenças, culturais, econômicas e esportivas, que existem entre o Sul e o Norte/Nordeste do Brasil. Vale destacar que essa desigualdade tem muito a ver com os povos que contribuíram com um estágio, mais ou menos avançado da sociedade humana.
Para não me alongar nesse aspecto, porque pretendo abordar o futebol praticado nas duas cidades, vou mostrar alguns dados referentes a Chapecó e a Vitória da Conquista, que têm, respectivamente, 99 e 176 anos de fundação.
Com uma área de 624.308 km², a 555 km de Florianópolis, Chapecó tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0.796 (67º entre os municípios brasileiros); seu PIB per capita é de R$ 33.441,42. Sua população é de 209.553 habitantes (81% de brancos, 14% de pardos e 2% de negros), descendente de italianos, alemães e espanhóis. Suas terras são cortadas por duas rodovias federais, uma deles com oito pistas, duas ferrovias, e o seu aeroporto internacional recebe 450 mil passageiros por mês, com um movimento de 750 aeronaves mensais. A capital brasileira da agroindústria é também chamada de capital catarinense do turismo de negócios.
Com uma área de 3.204.257 km², a 510 km de Salvador, Vitória da Conquista tem um IDH de 0.678; seu PIB per capita é de R$ 14.647,17. Sua população é de 350.284 habitantes (56% pardos, 32% de brancos e 10% de negros), descendente de portugueses e índios. Sua economia se concentra principalmente no comércio, contando com a colaboração de uma enorme população flutuante, procedente de mais de 100 municípios do oeste e sul baianos e do norte de Minas Gerais, abandonados pelo poder público. A produção industrial conquistense é escoada por duas rodovias federais e pelo porto de Ilhéus.
A REAL PROFESSORA NINA
EM HOMENAGEM A TODOS OS MESTRES
O homem sem instrução é um homem iludido. Em minha vida nunca imaginei que uma profissão tão linda e nobre fosse se transformar em medo, angústia e pesadelo. O orvalho da manhã está cada vez mais escasso, e a relva e a grama da minha casa estão secas. O prazer de ensinar e levar conhecimento aos rebentos virou uma obrigação. Sem o riso de antes, muitos estão partindo para outras atividades enfadonhas e chatas, seguindo a lei da sobrevivência a qualquer custo.
Aprendi as primeiras letras e a entoar a tabuada para fazer umas continhas de somar, diminuir e multiplicar com a real professora leiga dona Nina, não aquela personagem título de livros, de peças teatrais, crônicas e contos como símbolo da nossa imaginação para identificar a profissão. Como tudo que acontece pela primeira vez na vida, nunca me esqueci daquela frágil, terna e carente mulher. Mas, o que mais me marcou foi a sua extrema pobreza e como arranjava forças para ensinar.
Era meado dos anos 50 do século passado quando tive minha primeira professora. A infância na roça da fazenda Queimadinha, isolada de tudo, não me dava nenhuma noção do porquê tinha que caminhar com minha irmã dois, três quilômetros dentro de um matagal todos os dias para encontrar com a professora Nina, para ler soletrados os textos de uns livros e ouvir o clamor, choros e brigas de uma família de mais de dez pessoas por causa de um prato de comida nas horas do almoço.
A professora Nina morava como agregada de um vasto latifundiário que mais lembrava os condes e duques franceses da pré-revolução. A fazenda de quilômetros e mais quilômetros de capim e gado se situava num território pertencente ao município de Mundo-Novo e depois Piritiba e Tapiramutá. Ela dividia, como meeira, os poucos pés de cafés que tinha no quintal da velha casa com o patrão usurário e opressor, como ocorre ainda hoje.
Todos definhavam de fome. Um rapaz anêmico vivia chorando pelos cantos da casa e o velho pai era um alcóolatra à beira da morte que pegava vísceras de bois em matadouros da vizinhança para cozinhá-las numa aguada panela de feijão. Meu pai, também pobre, pagava seus préstimos de professora com um pouco de dinheiro e farinha da terra donde colhia a mandioca do roçado. Eram tempos de muita dureza e o homem trabalhava como escravo sem direitos a nada. A fome batia quase todos os dias na porta e nos olhava em forma de careta.
O velho e o rapaz morreram. A professora Nina e o restante dos seus filhos pegaram um pau-de-arara e tomaram o rumo de São Paulo. Meu pai vendeu a terrinha e fomos para outro local onde pelo menos tinha um tanque d´água. Passei anos longe das minhas primeiras letras e só depois fiz, com muito sacrifício, o primário em Piritiba. Mais algum tempo parado e somente em 1962 ingressei no Seminário Nossa Senhora do Bom Conselho, em Amargosa. Bons tempos de estudos e aprendizagem, com professores de qualidade.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO É PREMIADA
A Educação caetiteense comemora mais um importante reconhecimento. Durante o V Seminário Estadual de Educação Integral, nos dias 24 e 25 de novembro, em Salvador, a secretária municipal Rosemária Joazeiro foi reconhecida por seu trabalho a frente da pasta da Educação em Caetité. Na ocasião, Rosemária foi reconhecida por sua valiosa contribuição e defesa da Educação Integral na escola pública baiana.
A educação integral parte de um pressuposto fundamental: todas as pessoas são capazes de aprender, em diferentes lugares, com diferentes pessoas e ao longo de toda a vida. Trata-se de uma concepção que compreende que educar é garantir o desenvolvimento de todas e todos, em todas suas dimensões – intelectual, física, afetiva, social e simbólica. Essa visão se contrapõe à ideia clássica de que a educação se restringe ao processo centrado na escola e voltado apenas para o conhecimento acadêmico.
Caetité fez adesão ao Programa Mais Educação em 2012, para 19 escolas e, atualmente, está presente em 28 escolas urbanas e rurais, com o objetivo de promover a ampliação de tempos, espaços, além de dar a oportunidade de educar através de oficinas de dança, capoeira, teatro, letramento, atletismo, entre outras.
“Nosso objetivo é ter uma escola pública verdadeiramente inclusiva, com compromisso intencional e permanente de promover espaços físicos e simbólicos onde todos possam se expressar livremente e onde as diferenças sejam trabalhadas e valorizadas como expressão da diversidade humana”, explica Rosemária.
A secretária destaca ainda que essa é uma homenagem que compartilha com toda equipe que compõe o grupo de trabalho da Educação de Caetité “Esse reconhecimento nós vemos, também, nos resultados em sala de aula. Após a implantação do Programa Mais Educação é possível observar nas unidades de ensino que há maior envolvimento da comunidade escolar, com mais participação dos pais na vida dos filhos. Então, eu só tenho que agradecer! Valeu a penas todos os dias, noites e final de semana. Obrigada ao Prefeito Zé Barreira e toda a nossa equipe de trabalho que lutam todos os dias para melhora a educação da nossa Caetité”, finalizou emocionada. (Direcom – Diretoria de Comunicação Social)
OS 80 ANOS DO POETA
Na terra onde o intelectual é um inútil e a torcida do Bahia faz carnaval só porque subiu no sufoco para a Série A do Campeonato Brasileiro, com ajuda do Oeste. o poeta, escritor e acadêmico Fernando da Rocha Peres completou 80 anos no último domingo, dizendo que o mundo retrocede aceleradamente.
Nesta data magna, parabenizo o poeta que foi meu professor na Faculdade de Comunicação no início dos anos 70 e fez parte da Geração Mapa no Colégio Central juntamente com Glauber Rocha, Florisvaldo Mattos e João Carlos Teixeira Gomes (os dois últimos também meus professores), saudosa época da efervescência cultural na Bahia, que vive nos tempos atuais uma decadência nas artes.
Em entrevista à revista Muito de o jornal A Tarde, Fernando Peres afirmou que, “lamentavelmente, diante do quadro que se apresenta hoje, constatamos que inúmeras gerações, não só a minha, falharam. O homem continua, de todo modo, lutando contra si mesmo. Todas as revoluções fracassaram”.
Para o mestre Florisvaldo, o poeta aniversariante é um companheiro dos tempos de estudante com que trilhei os luminosos caminhos da chamada Geração Mapa. Peres confessa estar satisfeito com ele mesmo porque foi um professor, “e porque sempre fiquei feliz ao ver que consegui ensinar algo útil a outras pessoas”.
Fui e continuo sendo um escritor. Escrevo principalmente poesia, apesar de ter, com muito gosto, escrito também textos historiográficos. Esse é um reconhecimento pessoal. “Numa terra como a Bahia, de nada vale” – destacou.
Para ele, na Bahia de Castro Alves e Gregório de Matos, Salvador é uma cidade medíocre, “e isso é algo que me deixa extremamente triste. A mediocridade está naquilo que se costuma chamar de cultura de entretenimento”. Manter-se longe das redes sociais, segundo ele, é uma forma de preserva a lucidez e a ternura. “As redes sociais embrutecem as pessoas”.
UMA BESTEIRA E OUTRA CERTEIRA
macariojeremias@yahoo.com.br
Nesta semana que se passou, duas falas em Brasília, que não para de se superar em crises, criaram mais descrédito e aversão aos políticos, bem como em gente aloprada que acha que seus conselhos valem ouro. Uma passou meio que despercebida diante de tantos escândalos e furacões, mas a outra abalou mais uma vez os alicerces do Planalto, que mais parece com a torre de Babel.
Na primeira, em reunião do Conselhão de Desenvolvimento Econômico e Social do Fim do Mundo de mais de 90 membros de todos os naipes, o publicitário baiano Ivan Guanaes perdeu a grande oportunidade da sua vida de ter ficado calado, quando se dirigiu ao presidente Temer para dizer que ele aproveitasse a impopularidade para baixar medidas impopulares como a PEC 241 de corte dos gastos.
Dentre outras besteiras disparou que “popularidade é uma jaula. O senhor tem que puxar isso para o senhor e falar à nação”. Sobre sua fala, o historiador Carlos Zacarias de Sena Júnior destacou que Guanaes não mede esforços para defender seu quinhão.
Acrescentou mais ainda que como publicitário que ganhou a biografia Enquanto eles choram, eu vendo lenços, Guanaes continua achando que enquanto nós entramos com o “sangue, o suor e as lágrimas”, ele segue lucrando com lenços e ilusões.
A outra fala foi do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, e esta sim foi direta e certeira no alvo. Como é de praxe todo exonerado do alto escalão do governo federal colocar suas tralhas debaixo do braço e sair calado, desta vez o Calero fez diferente e colocou a boca no trombone, levando consigo o ministro Gedel Vieira Lima, agora também ex, que não tem mais nada a falar.
Temperamento tempestivo e arrogante dá nisso. A banda que ainda resta do PT aproveitou o flagrante desvio de conduta para tocar seu bombo, tascando o malho no tráfico de influência na rede já rasgada do governo. Até ai tudo bem, mas qual moral tem o partido para apontar o dedo? Aliás, gostaria de saber quem tem moral neste executivo e neste legislativo para falar de moral, ética e tráfico de influência?
Vem ai a nova semana e a expectativa é que a qualquer hora pode entrar em cena outra assombração do terror para espantar os moradores do castelo de Drácula e todo resto da nação que acompanha os próximos episódios desta novela macabra. Lá se foi o Gedel, mas estão ainda lá na casa mal assombrada o Romero Jucá, o Renan Calheiros, o Collor e os mais sórdidos personagens desta República Velha, para nos aterrorizar.
O PONTO DA QUESTÃO
RICO OU POBRE?
Somente quatro regiões, o Vale do São Francisco, Sul Baiano, Baixo Sul e Baixio de Irecê estão nos propósitos do projeto que pretende estimular com incentivos fiscais as empresas das áreas de identidade do AG-Ter (Agenda Territorial da Bahia), consideradas as mais pobres. Possivelmente estas regiões estarão na mira do novo coordenador do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Jaques Wagner, ficando de fora o Sudoeste. Será que este lado de cá é mesmo rico que não merece programas de incentivo do Governo do Estado? Logo no Sudoeste onde a grande maioria dos seus municípios está localizada no semiárido mais pobre e castigado pelas secas prolongadas! Aqui temos vários haitis e triângulos da miséria!
HAJA COMPETIÇÃO!
Prestei serviços por uns tempos no Sebrae como jornalista e sempre observei que o órgão se preocupar demais com a questão da competição empresarial a qualquer custo, com vistas unicamente no lucro, e esquece da parte humanista e da solidariedade harmoniosa entre trabalho e capital. Fala-se muito do cliente e pouca coisa do empregado que é tratado como escravo. A tecnologia é inegavelmente um fator de propulsão do desenvolvimento, mas desumanizou o indivíduo, por isso vivemos num capitalismo selvagem e predador. Os palestrantes só falam em competir e ganhar cada vez mais, se possível na força bruta. Como convidado do Sebrae, recentemente o idealizador do filme Tropa de Elite citou o Bope (Batalhão de Operações Especiais) como exemplo a ser seguido. Exemplo de quê? De violência? Agora vamos ter a militarização da competição?
TRUMP E O PT
Numa análise entre o nacionalismo europeu, dos Estados Unidos e da América Latina, o sociólogo e doutor em geografia humana, Demétrio Maggnoli, comparou as ideias do PT com as de Donald Trump, eleito novo presidente norte-americano. “Eu, se fosse petista, teria torcido para Trump porque ele é antiglobalização como o PT, promete aproximar EUA da Rússia e romper laços com a Otan”. Segundo ele, o que acontece na Europa e nos EUA é um fenômeno de ascensão do nacionalismo, muito pelo desemprego e a entrada dos refugiados. Na América Latina é uma esquerda nacionalista. Disse mais ainda que o PT é um partido conservador que procurou manter a principal tradição da modernidade brasileira que é o capitalismo de estado.
DESEMPREGO ENTRE JOVENS
De acordo com dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, entre os jovens de 18 a 24 anos, 37,1% estão subutilizados, desempregados ou trabalham menos de 40 horas semanais. A proporção de jovens que se enquadram entre subutilizados no mercado de trabalho é bem superior à taxa média do país, que foi de 21,2% no último trimestre do ano. O contingente chega a quase 23 milhões de pessoas. Segundo a pesquisa, os jovens são os mais afetados pelas dificuldades do mercado de trabalho por falta de experiência e da pouca qualificação.
BURRICE, OU IMATURIDADE?
O quê se passa na cabeça de um jogador de futebol que tira a camisa do seu time quando faz um gol, mesmo sabendo que vai tomar um cartão amarelo? Será mesmo burrice, irresponsabilidade ou imaturidade? Além do amarelo, ele vai de encontro ao patrocinador que está investindo no clube, pois as câmaras de televisão deixam de focar a marca da empresa. Não tirar é também honrar a camisa do seu time. No último jogo de quarta-feira (dia 23/11) contra o Atlético Mineiro, Pedro Rocha, do Grêmio, comemorou seu segundo gol da partida arrancando a camisa e levou um amarelo. Logo em seguida deu uma entrada dura no adversário e foi expulso. Por sorte seu time venceu por 3 a 1. Poderia ter colocado tudo a perder.
A REAÇÃO A TANTAS OFENSAS
macariojeremias@yahoo.com.br
Todos os dias o indivíduo que sempre se considera o esperto passa na porta do outro e o chama de covarde, inútil, imprestável, otário, abestalhado e faz outras ofensas à sua pessoa e à sua família, mas ele com sua índole pacata, não reage; fica calado remoendo sua mágoa; e leva a vida como ela é, ou a vida vai lhe levando, como diz o poeta.
Seu Brasiliano é um típico cidadão cumpridor de seus deveres, trabalhador, vota em todas as eleições e faz de tudo para não transgredir as leis do seu país e da sua comunidade. Dá um bom exemplo e um duro danado com honestidade para botar o alimento de cada dia em casa e educar bem os seus filhos para que no futuro tenham uma vida melhor.
O Dr. Corrupio que exerce um importante cargo público e toma conta das finanças do Estado é o inverso e passa por cima dos direitos dos outros. Tripudia, rouba e não está nem ai para as leis, nem para a melhoria das novas gerações. Vive numa bela mansão, cercado de todos os luxos e se acha o mais sabido de todos. Os outros que se lasquem!
Como no poema de Maiakóvski, toda vez que ele se cruza com seu Brasiliano é aquela humilhação com xingamentos de idiota, imbecil e burro de cangalha que não sabe aproveitar as oportunidades e se fazer na vida. Sem perceber, roubaram as flores do seu quintal e agora estão invadindo sua casa e tirando tudo que ele conquistou com esforço, luta e suor.
FASCISTAS MATARAM MILHÕES EM TODO O MUNDO
Jornal A Verdade (colaboração de Lídia Rodrigues)
Quando surgiu, na Itália, a primeira organização fascista tinha o nome de Associação Nacionalista para depois se tornar o Partido Nacional Fascista. O termo é latino e vem da palavra ‘fasces’, um feixe de varas amarradas em volta de um machado que foi símbolo do poder conferido aos magistrados na República Romana de flagelar e decapitar cidadãos desobedientes. O movimento se espalhou pela Europa devido à total insegurança vivida pelos cidadãos após o fim da Primeira Guerra Mundial. Encontrou na Itália e na Alemanha arrasadas econômica e politicamente um ambiente bastante propício para o crescimento dessas ideais.
Naturalmente que nenhum dos movimentos fascistas foram iguais, variando de país para país, mas suas concepções e práticas foram muito similares, e aproveitaram, em geral, uma profunda crise econômica, o descrédito nas instituições políticas e a grande insegurança da população.
Emilio Gentile, historiador italiano, descreve o fascismo em dez elementos constitutivos: 1) militarismo, com aparato policial que impede dissidência e usa o terror; 2) líder carismático, político com total poder dentro de uma estrutura hierárquica, que comanda e coordena atividades do partido e do regime; 3) ética civil própria, fundada nos preceitos da dedicação, disciplina, virilidade e espírito guerreiro; 4) ideologia ‘anti-ideológica’, proclamada antimaterialista, antimarxista, antiliberal, antidemocrática, mas populista e pragmática se expressando por uma ‘nova forma de política’ como uma religião leiga com ritos e símbolos para socializar e aculturar; 5) totalitarismo, discriminação e perseguição de uma comunidade étnica e/ou moral, considerada inferior e fora da comunidade, sendo perigosa para a integração da nação; 6) movimento de massas, uma adesão ampla e multiclasse, particularmente em setores médios, organizado por uma milícia partidária com a missão de ‘regeneração nacional’ e em estado de guerra com os adversários, para conquistar o monopólio do poder político por meio do terror, utilizando meios parlamentares e acordos, para destruir qualquer democracia parlamentar; 7) misticismo, cultura fundada no pensamento ‘transcendental’ de qualquer natureza (pode ser religiosa), concebida para a vontade do poder e exaltando o mito da juventude como artífice da história; 8) Supressão da liberdade sindical, utilizando o Estado para alianças entre setores produtivos numa colaboração com o regime, preservando a propriedade privada e as divisões de classe; 9) Política externa expansionista, baseada na exaltação e grandeza com objetivos imperialistas; 10) Partido único, selecionador dos quadros de direção para provimento de defesa armada com mobilização permanente de emoção e fé.
Revela-se, assim, que o que ocorre no Brasil é, de fato, um crescimento de movimentos fascistas e a militarização da política. Não é novidade que, quando uma sociedade está em franca decadência, desenvolvam-se em seu seio essa concepção. Lembrando que ela foi a responsável pelo Holocausto, liderado pelos nazistas na Alemanha, que ceifou a vida de seis milhões de seres humanos; também perseguiu e assassinou milhares de lutadores sociais, socialistas e comunistas, em vários países; provocou a Segunda Guerra Mundial, o maior morticínio da história com mais de 50 milhões de vidas perdidas.
Enfim, o que se vê agora é a tentativa de reedição dos integralistas (movimento fascista após o golpe de Getúlio Vargas). No entanto, tal e qual aquela época, os trabalhadores brasileiros, progressistas e revolucionários, souberam enfrentar nas ruas essa ameaça.
Serley Leal, Fortaleza
CAETITÉ GANHA SELO UNICEF
A aprovação de Caetité pela segunda vez consecutiva pelo Selo UNICEF confirma as melhorias obtidas na vida de crianças e adolescentes nas áreas da assistência social, saúde e educação, entre os anos de 2013 e 2016.
Para a Secretária Municipal de Desenvolvimento Social, Cléia Montenegro, a premiação representa que estamos no caminho certo. “Encerrar nosso segundo mandato com mais uma conquista grandiosa é realmente muito gratificante. É a certeza que fizemos um bom trabalho. A aprovação no Selo UNICEF significa que conseguimos melhorar os índices de desenvolvimento do nosso município, tornando melhor a vida das crianças e adolescentes que mais precisam”, destacou a Secretária, que está à frente dos trabalhos sociais no em Caetité.
A conquista do Selo avalia as melhorias indicativas do município nos seguintes eixos: acabar com a fome e a miséria, educação básica de qualidade para todos, igualdade entre sexos e valorização da mulher, todas as crianças de até um ano de idade sobrevivendo, melhorar a saúde das gestantes, combater a AIDS, a malária e outras doenças, como zika, dengue e chikungunya, melhorar a qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, além de ter uma grande parcela da população trabalhando pelo desenvolvimento e inclusão social.
A articuladora do Selo UNICEF em Caetité, Ana Rebouças, destaca a importância desse reconhecimento. “Quando fomos aprovados na edição 2009/2012, a nossa responsabilidade ficou ainda maior. Corremos atrás, trabalhamos duro, desenvolvemos novas políticas públicas de qualidade, para obtermos essa conquista que significa o reconhecimento de um trabalho bem feito. Realizado em equipe, através de uma parceria entre as secretarias municipais e o apoio fundamental do nosso Gestor Zé Barreira. Tenho muito orgulho de fazer parte de uma administração que colocou o bem estar das crianças e adolescentes do nosso município como prioridade”, declarou Ana, emocionada.
A solenidade de premiação acontecerá no dia 09 de dezembro, em Salvador – BA, quando as Nações Unidas irão entregar para o Prefeito Municipal e a sua equipe, o prêmio, o certificado de reconhecimento e o direito de uso do Selo UNICEF. (Direcom – Diretoria de Comunicação)
UMA REPÚBLICA EM CHAMAS
Há pouco mais de dois anos, precisamente a partir da criação de uma força tarefa (Justiça, Ministério Público Federal e Polícia Federal) que desencadeou a Operação Lava Jato, a República do Brasil virou um galpão de entulhos em chamas que ameaçam se propagar em volta de todo seu território, atingindo as regiões mais pobres.
Bem que os bombeiros convocados tentam apagar o incêndio, mas as labaredas insistem vencer os jatos d´água e outros produtos empregados contra o fogo. Do jeito como está se evoluindo, ninguém consegue prever quando se dará o início do processo de rescaldo, ou se haverá.
Nesta semana, num intervalo de 24 horas, as labaredas subiram no Rio de Janeiro com a prisão dos ex-governadores Anthony Garotinho, Sérgio Cabral e toda sua nau capitania de malfeitores, bandidos e degredados. Sem contar a detenção do ex-deputado Eduardo Cunha, foi necessário usar equipamentos pesados no local de maior risco.
Como se não bastasse, do galpão do Planalto de Brasília reascenderam faíscas dos entulhos quando 40 malucos bolsonaros resolveram invadir o Congresso Nacional para colocar mais palha na fogueira e pedir a intervenção militar para controlar as chamas. Como a Roma que teve seu Nero, por aqui temos vários deles que ordenaram atear fogo na cidade.
Na verdade, os focos de incêndios vão continuar a se propagar enquanto houver material altamente inflamável no judiciário, no legislativo e no executivo, os três maiores poderes donos do galpão, que teimam em não retirar suas tralhas que alimentam o fogo.
O judiciário se porta como um poder monárquico, cujos integrantes fazem parte de uma aristocracia, recebendo supersalários e tendo como punição pelos seus desvios de conduta, uma aposentadoria compulsória com pagamentos integrais de seus proventos. É o entulho da imoralidade pública.
No legislativo, o foro privilegiado, as mordomias, as verbas indenizatórias e tantos outros penduricalhos, que mantêm a luxúria dos sultões das arábias, servem de mais combustível para expandir as chamas e queimar as reservas vegetais que ainda restam do terreno, visivelmente seco.
O executivo também não quer se livrar de seus entulhos e joga mais coisa velha no galpão, feito de madeira podre e restos de materiais de quinta categoria. O bombeiro que assumiu o poder representa uma corporação retrógrada e sem legitimidade. Coisa antiga do passado de outras chamas ditatoriais.
As chamas são seculares, mas tomaram proporções incontroláveis em meado de 2013 com as brasas que caíram nas ruas e ficaram mais acesas com a possível prisão do ex-presidente Lula e sua tentativa de assumir um Ministério para se proteger; com o impeachment de Dilma; a posse de Temer na Presidência da República; e outras labaredas de escândalos.











