:: 25/out/2016 . 22:38
POBRE FUTEBOL DE CONQUISTA
Carlos Albán González – jornalista
O jogo tinha o rótulo de decisão. O Vitória da Conquista precisava vencer para passar às semifinais da Copa Governador do Estado, um torneio tipo caça- níquel, organizado pela Federação Bahiana de Futebol (FBF), para enganar os clubes chamados de pequenos, que passam o ano todo de “pires na mão”, buscando uns trocados. Numa tarde fria, com ameaça de chuvas, o Estádio Lomanto Júnior recebeu apenas 1.430 torcedores, que saíram satisfeitos com a goleada de 7 a 2 infligida ao Teixeira de Freitas, deixando nas bilheterias a insignificante quantia de R$ 3.915.
Tanto na política quanto no futebol, uma considerável legião de nordestinos troca o duvidoso pelo certo. Aqui, em Vitória da Conquista, por exemplo, deixando de lado a sucessão municipal, encaro como um absurdo trocar o verde e branco, as cores da cidade, pelo vermelho e preto, a linha do orixá Exu. Programar uma partida para o Lomantão, no mesmo horário em que a TV aberta mostra Flamengo x Corinthians, direto do reformado Maracanã, onde o rubro-negro briga pela liderança do Campeonato Brasileiro, é como apostar no prejuízo.
Da arrecadação de domingo passado no Lomantão, o famigerado time das despesas, que inclui até lanche para os policiais, que, por obrigação, devem manter a segurança dos eventos públicos, ficou com R$ 4.607. O Vitória da Conquista, detentor de quatro títulos do torneio, a grande atração do espetáculo, teve um prejuízo de R$ 796,85, que, somado aos R$ 266,80 do jogo anterior com o Fluminense de Feira de Santana, dá um total de R$ 1.063,65. Estou deixando de computar, porque me faltam dados, as despesas do jogo fora contra o Cajazeiras, além de transporte, alimentação, concentração, medicamentos e gratificação dos jogadores.
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