O PONTO DA QUESTÃO
PARA CONFUNDIR
O programa eleitoral do segundo turno em Vitória da Conquista veio para confundir a cabeça do eleitor menos esclarecido, deixando um vazio em termos de propostas de trabalho para o município. É o que sempre digo que numa campanha política, a verdade é a maior vítima. Com montagens, informações falsas e propagandas enganosas, prevalecem as mentiras.
Os candidatos deveriam respeitar os eleitores, empunhando a ética e a seriedade em seus programas pagos pelo povo. Aliás, uma pena que a maioria da nossa castigada gente nem sabe disso. Tudo isso é resultado de um sistema desgastado que precisa urgentemente de uma reforma profunda e não de arremedos e remendos como se faz numa calça velha. Daí o descrédito nos políticos.
FIAÇÃO E AS ÁRVORES
Mais uma vez passando por Juazeiro, não deixei de observar atentamente a cidade margeada pelo Velho Chico que continua a pedir socorro dos homens que aos poucos lhe ferem de morte. Vi que o perigo mora na Praça da Catedral entre galhos de centenárias árvores e a fiação da Coelba, podendo ocorrer uma tragédia de grandes proporções se a Prefeitura Municipal e a empresa de eletricidade não tomarem uma providência.
Senti este perigo bem debaixo de mim no quarto do hotel onde me hospedei. Basta uma tempestade mais forte e tudo se arrebenta vindo a provocar um acidente grave. Por desleixo das autoridades, os fios de alta tensão passam entre os galhos das árvores que visivelmente estão comprometidas com o tempo, sem levar em conta as raízes que foram cimentadas. Os fios passam rentes às janelas dos edifícios. Dá muito medo!
CABEÇA DE PORCO
Será que o próximo prefeito vai ter coragem política de retirar aquela cabeça de porco que é o Terminal de Ônibus da Lauro de Feitas que enfeia a cidade de Vitória da Conquista, ou apenas vai dar uma maquiagem? Até quando vai continuar aquela poluição sonora e visual, sem contar as sujeiras das fuligens dos carros e ônibus? Bem que ali poderia se transformar num ponto de encontro noturno com calçadão e barzinhos culturais de música popular de voz e violão, galarias de artes, encontros de literatura e outras atividades artísticas, diferentes das muvucas da Olívia Flores e adjacências.
SEMPRE A SECA
A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração já contabiliza 120 municípios baianos em situação de emergência por causa da seca. São quase dois milhões de pessoas afetadas pela estiagem no estado, tanto por falta de água quanto pelas perdas na agropecuária, especialmente as culturas de subsistência, como milho, feijão e a mandioca que tiveram perdas totais nas áreas atingidas.
Os grandes municípios como Feira de Santana, Ilhéus e Itabuna fazem parte da nova lista do governo federal. Vitória da Conquista também está neste rol da calamidade pública. Os moradores que desde 2012 já estão no terceiro racionamento de água sabem bem disso. Os governos passam prometendo e a seca sempre continua ali no encalço dos sertanejos nordestinos, sobrevivendo há séculos de paliativos e dos eternos carros-pipas.
A CHAPADA
E por falar em árvores, elas também oferecem perigo a motoristas e transeuntes que trafegam entre Andaraí até o acesso à BR-242 e um trecho na saída para Mucugê, na Chapada Diamantina. Muitas árvores estão invadindo a pista com seus galhos inclinados, podendo desabar em cima dos carros que passam. Tratam-se de vias turísticas sem manutenção por parte do Governo do Estado. Além das árvores que são ameaças constantes, próximo a Mucugê o asfalto simplesmente desapareceu entre a buraqueira. Ninguém toma uma providência.
CENTRO DE CULTURAL
Ainda em trânsito por Juazeiro, um carro de publicidade que anunciava um show no Centro de Cultura João Gilberto me fez lembrar do nosso Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, em Vitória da Conquista. Há mais de três anos condenado pelo Conselho de Engenharia e Arquitetura, gostaria de saber quando será reativado pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado?
Para o poder público municipal, gostaria de saber se finalmente vamos ter uma política cultural de verdade, além das festas de calendário do São João e do Natal? Não é possível que uma cidade do tamanho de Conquista com duas universidades públicas e uma dezena de faculdades não tenha feiras de livros, salões de artes plásticas, festivais musicais e espetáculos semanais de teatro e dança, sem falar em outras expressões artísticas. Praticamente não temos nenhuma agenda cultural em finais de semana. A única opção do conquistense é ir para os barzinhos jogar conversa fora.













