POLÍTICA, VAQUEJADA E FUTEBOL
No futebol corre-se atrás da bola com dribles e chutes para se fazer o precioso gol. Na vaquejada o vaqueiro corre ao lado do boi para derrubá-lo pelo rabo na linha demarcada pelo regulamento. Na política o eleitor só é valorizado no dia das eleições, e na urna escolhe seu candidato. Fazer o gol, derrubar o boi e indicar o político são objetivos finais.
Bem, estou divagando e não é nada disso que quero falar. No caso da política, no entanto, me reporto à campanha dos dois candidatos à prefeitura em Vitória da Conquista. Recomendaria a eles que municipalizem a campanha nos seus oito minutos do programa eleitoral na televisão e deixem de levar a disputa para o plano nacional, com acusações e xingamentos.
Entendo que o eleitor em geral pensa assim e quer mesmo é ver discussão sobre os problemas do seu município, com apresentação de programas e planos de trabalho. Até agora não se passou do blábláblá para lá e pra cá. Desse jeito não dá! É muito maltrato!
O horário nobre de 16 minutos deveria ser mais bem empregado, já que é o contribuinte quem está pagando através da dedução do imposto de renda a que tem direito a rede. É coisa séria, senhores, e respeitem o eleitor que espera ver seriedade e compromisso dos candidatos para com sua terra!
Quanto a vaqueja, confesso que fiquei decepcionado coma decisão do Supremo Tribunal Federal que resolveu proibir o evento no Ceará e, concomitantemente, em todo território nacional. Trata-se de uma tradição cultural popular nordestina de grande valor imaterial.
Vi gente aí, a maioria hipócrita, misturar vaquejada com Jesus Cristo, com religião e dizer que a prática é uma monstruosidade. Por ano o país esmaga milhões de pintinhos por que nascem machos; separam-se bezerros das mães para depois sacrificá-los e comer suas carnes macias; e maltratam patos, perus, galinhas antes de atiçá-los nas panelas.
Vamos também proibir burros de puxar carroças e bois de arrastar carros. É bom lembrar para a maioria churrasqueira que não conhece do assunto e quer dar uma de piedoso e santinho, que vaquejada é também um esporte, e o sertanejo não maltrata seus animais. Se é assim, o STF deveria também proibir a profissão de vaqueiro que enfrenta, com seu cavalo, o agreste catingueiro cheio de espinhos e paus para laçar, no meio do mato fechado, a res desgarrada do rebanho.
Por último, o nosso futebol há muito tempo virou uma verdadeira lambança, coisa de samba do crioulo doido. É a primeira vez que vejo um árbitro anular um gol por irregularidade, depois validar e mais adiante levar 10 minutos para tornar anular, com influência externa da televisão e até de cartolas.
Pois é, a lambança aconteceu no último Fla x Flu de quinta feira (dia 13/10), em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Queria só saber se o juiz faria isso se fosse num jogo de times inexpressivos da Série B ou C. Nosso futebol está mesmo desmoralizado. Não é a primeira vez que um juiz marca uma coisa e depois volta atrás. Grito e pressão também ganham jogo. Não são apenas jogadores e torcida. É o nosso Brasil varonil!











