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:: 13/out/2016 . 23:57

UMA DEMOCRACIA SEM OPOSIÇÃO É UMA DEMOCRACIA AMEAÇADA DE MORTE

Ainda nesta semana (quinta-feira – dia 13/10) me deparei com uma cena em Vitória da Conquista de cortar o coração: Um senhor solitário de certa idade erguia numa esquina da Avenida João Pessoa, em meio ao trânsito agitado, um pedaço de papelão com dizeres onde rogava um emprego para seus quatro filhos. Não era nem um cartaz feito numa cartolina.

Este trecho de abertura do texto parece estar fora do tema acima que proponho abordar em seguida, mas se olhar bem faz parte e encaixa no contexto e na conjuntura atual que atravessa nosso país. Confesso que a redação do artigo já estava pronta, mas entendi que o homem do papelão, talvez encontrado na rua ou em algum lugar perdido no cômodo da sua casa, merecia abrir meu comentário, e aqui vamos.

Como fica esta nossa democracia surrada e relativa sem uma oposição forte ao governo federal que atraiu para seu alçapão os partidos conservadores de direita que trazem no seu DNA o retrocesso contra as parcas conquistas sociais? Sem uma esquerda de respeito que faça o contraditório às ideias retrógradas, ela está ferida de morte.

Foi neste estado enfraquecido e cambaleante que ela saiu das eleições municipais do último dia 2 de outubro quando o PT foi esmagado por causa dos seus equívocos e dos seus graves pecados capitais. Do erro de se aliar a uma cambada fedorenta do passado mofado, o povo resolveu banir o PT do mapa político, mas saiu como maior perdedor ao dar mais espaço para o avanço da extrema direita, com uma democracia sem oposição.

Como assinalou o escritor Veríssimo, no voto de desprezo pela classe política, o vencedor foi ninguém. “Ganharam força os evangélicos e os bolsonaros”. Diria mais que o pleito elegeu pastores, bispos e papas da direita enrustida. Segundo o escritor, “o que está no ar é mais que uma revolta, é uma clara desesperança com o processo eleitoral e fastio com a democracia”.

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O FIM DOS ESTADUAIS

Carlos Albán González  – jornalista

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) decretou a morte lenta dos campeonatos estaduais, com o beneplácito da CBF, ao determinar que, a partir de 2017, o período de disputa da Taça Libertadores da América passe de 27 para 42 semanas, entre os meses de fevereiro e novembro, além de aumentar o número de participantes. Maior beneficiado, o Brasil passa de cinco para sete representantes (seis classificados no Campeonato Brasileiro e o campeão da Copa Brasil). O vencedor da Copa Sul-Americana também ganhará uma vaga na “Libertadores”, sem necessidade de encarar os “mata-mata”.

Como não houve protestos de argentinos, colombianos e chilenos, contemplados com apenas uma vaga, e dos uruguaios, que não foram beneficiados, a Conmebol não explicou o apadrinhamento ao futebol brasileiro. Os clubes da Argentina têm 23 títulos na “Libertadores”, contra 17 do Brasil. Com relação à Copa América, a seleção uruguaia tem 15 campeonatos, a argentina 14 e a brasileira oito.

A CBF ainda não divulgou seu calendário para o próximo ano. É certo  que contará com poucas datas para incluir a Taça Libertadores, Copa Sul-Americana (de junho a dezembro), os quatro grupos do Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e dois torneios regionais (Copas Nordeste e  Verde). As perguntas que devem estar fazendo os clubes considerados  médios e pequenos, assim como milhares de profissionais da bola, são as  seguintes: “Como vamos sobreviver durante os 365 dias do ano”? “Estamos fadados a fechar as portas”?

As federações estaduais deveriam questionar a CBF, mas como os seus presidentes, há décadas no cargo, sempre dizem “amém” ao poder central, o mais provável é que promovam os altamente deficitários torneios caça-níqueis, com duração máxima de 45 dias. Como exemplo, cito a Taça Governador do Estado da Bahia.  

No seu primeiro jogo, realizado no último dia 9, no Estádio Lomanto Júnior, o Vitória da Conquista, que empatou com o Fluminense de Feira de Santana em 2 a 2, teve que desembolsar mais de R$ 250 para fechar o balancete da Federação Bahiana de Futebol (FBF). Mesmo com direito a rodada dupla (a seleção conquistense venceu Paratinga pelo Torneio Intermunicipal), de um total de 1.430 ingressos colocados na bilheteria, foram vendidos apenas 483, proporcionando uma renda de R$ 4.403,50. O “time” das despesas arrecadou mais, incluindo taxas, cota de arbitragem (R$ 1.800) e lanche dos policiais.  :: LEIA MAIS »





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