:: 29/set/2016 . 0:00
QUEM VAI PAGAR A CONTA?
Depois de passar por uma reforma que custou aos cofres públicos do Estado R$15 milhões, o Centro de Convenções da Bahia, que seria entregue agora em novembro, será demolido porque o primeiro andar desabou na última sexta-feira e todo o prédio está comprometido. Gostaria de saber quem vai pagar esta conta de mais um serviço feito sem o devido planejamento de cálculos estruturais?
Esta é uma indagação que toda mídia deveria estar fazendo no momento, diante de tamanha irresponsabilidade na gestão da coisa pública. O secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, revelou que tudo indica que o desmoronamento se deveu a uma combinação de fatores, dentre eles, a oxidação dos tirantes com um vento muito forte. Segundo o secretário, as escadas rolantes caíram, e as vidraças e as esquadrias podem ceder.
O engenheiro estruturalista, Carlos Strauch, responsável pelo projeto em 1978, afirmou que houve falta de manutenção. “Não estava sendo feita e foi isso que gerou a oxidação dos tirantes que sustentavam a parte que desabou”. O Ministério Público apura omissão do Estado em relação à falta de conservação.
O Centro foi interditado pela Secretaria de Urbanismo em julho de 2015 e em setembro do mesmo ano foi iniciada a reforma emergencial nas vigas do Teatro Iemanjá, no Espaço Orlando e reforço da estrutura de sustentação do piso do nível 33, com colocação de novos tirantes.
Em 2014, o Tribunal de Contas do Estado, de acordo com a inspeção de auditores, constatou corrosão acentuada nas estruturas metálicas, alagamentos, infiltrações, goteiras, comprometimento de saídas de emergência e falta de um plano de segurança para situações de pânico.
Durante todo este tempo, as discussões giravam em torno de se fazer uma reforma ou construir outro centro de convenções na Cidade Baixa, na sede do Grupamento dos Fuzileiros Navais. A indecisão terminou agora com o triste anúncio da demolição do belo edifício, mais um grande patrimônio público a ruir, sem que os responsáveis sejam punidos.
Confesso que recebi a notícia do desabamento do primeiro andar, seguida da demolição do prédio com muito pesar e tristeza porque era frequentador do Centro de Convenções nos áureos tempos como jornalista de economia. Recordo-me que realizei ali muitas coberturas jornalísticas de grandes congressos nacionais e internacionais. Entrevistei ministros, empresários e até chefes de governo naquele belo recinto. Mais uma vez, o povo paga a conta pelos desmandos e pela falta de gestão dos nossos governantes. É lamentável o que está acontecendo com a Bahia!
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