:: 22/set/2016 . 23:49
O PONTO DA QUESTÃO
ESCOLA PROIBIDA
Já imaginou um professor de Ética e Filosofia em sala de aula sendo proibido de expressar sua ideologia sobre política, moral e religião? Como seriam as aulas dos filósofos Aristóteles, Platão e Sócrates na Grécia antiga? É o que propõe o projeto de lei “Escola sem Partido” que tramita no Congresso Nacional, assembleias e câmaras municipais, inclusive a de Vitória da Conquista.
A Escola Proibida contém uma lista de seis itens onde o docente não pode emitir suas preferências ideológicas. O conservadorismo está levando o Brasil para o mundo das trevas, e o fundamentalismo evangélico tem grande parcela de culpa nisso. Existe até um projeto de lei que criminaliza o assédio ideológico no ensino. Claro que o jovem deve ter suas próprias convicções.
Os partidários da ideia alegam que as escolas e as universidades estão sendo usadas para difundir ideologias políticas e partidárias, e que os professores estão usurpando o direito dos pais sobre educação moral e religiosa dos seus filhos.
A chamada “Lei da Mordaça” quer proibir a “doutrinação”, prática condenável, mas não há uma explicação definida sobre esta questão, a qual não deve ficar a cargo do conservador Congresso, mas dos pesquisadores e especialistas no assunto.
Em palestra em Salvador, o ex-reitor da Universidade de Lisboa, Antônio Nóvoa, disse que “a escola pode não criar o filho, mas dá instrumentos. O papel dela é mostrar os pensamentos divergentes que existem”.
RETA FINAL
Agora que estamos chegando à reta final da campanha eleitoral, só nos resta esperar que o vencedor à prefeitura municipal de Vitória da Conquista e os escolhidos para a câmara de vereadores cumpram com as promessas, o que é difícil. Por quanto tempo mais vamos ficar aguardando pela construção da barragem de abastecimento de água, pelo término do no novo aeroporto e pela melhoria da mobilidade urbana? Falou-se muito sobre a requalificação do Terminal de Ônibus da Lauro de Freitas e pouco sobre educação e saúde, cujos índices ainda são precários em nosso município no tocante ao ranking estadual e nacional.
POUCAS MUDANÇAS
Pelo visto vamos ter poucas mudanças nas 21 cadeiras da Câmara Municipal de Vitória da Conquista que precisa de uma representação mais forte para brigar pelos projetos de melhoria da cidade e não simplesmente dizer amém ao que faz ou deixar de fazer o executivo. Fora os nomes exóticos, muitos vão continuar se perpetuando no poder nas intermináveis reeleições. Esperamos que a nova legislatura, pelo menos, coloque em pauta a questão da transparência nos gastos dos vereadores, seus salários, verbas de gabinete, número de assessores e suas respectivas remunerações. A Câmara está devendo isto à comunidade. Essa interação ainda deixa muito a desejar.
O AVANÇO DOS EVENGÉLICOS
Registros do Tribunal Superior Eleitoral revelam que o número de pastores candidatos a prefeito, vice, vereador em 2016 teve um aumento de 62% em relação a 2012. Neste pleito, são 287 candidatos contra 178. Isso demonstra o avanço dos evangélicos e do conservadorismo na política brasileira. Esse fenômeno não é diferente em Vitória da Conquista.
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Carlos Albán González – jornalista
Há pouco tempo, o jornalista Jeremias Macário, editor deste blog, fez uma análise sobre o movimento cultural de Vitória da Conquista. Mostrou, com conhecimento de causa, que um dos maiores polos de desenvolvimento do estado, com mais de 50 municípios em seu entorno, não possui uma lei de incentivo à cultura. Entre os candidatos a prefeito não se ouve nenhuma promessa de estímulo às artes, e não se deve esperar da futura Câmara de Vereadores qualquer iniciativa nesse sentido.
As nossas salas de arte, bibliotecas e museus estão entregues aos cupins; as raras livrarias diversificam seus negócios para sobreviver; as feiras de livros, que atraem visitantes – Paraty, no Rio, é um exemplo, – acredito que nunca estiveram nos planos do poder público e da iniciativa privada (onde estão as nossas escolas de Comunicação e os cursos de Letras?); a cidade não possui um jornal diário e os leitores dos poucos exemplares dos impressos em Salvador têm que perder horas para encontrar uma banca de revistas, que, normalmente, não abre nos domingos e feriados.
O conquistense se alimenta de uma cultura indigesta, que, lamentavelmente, tem adeptos, principalmente na região nordestina do país. Num passeio pela cidade encontramos dezenas de cartazes ou carros de som, anunciando a apresentação de representantes da chamada “música lixo”. Esse tipo de programação atinge o auge com o Festival de Inverno. Pra não dizer que não falei de flores, a administração municipal promove no Natal e no São João, festivais de músicas regionais, prestigiando os artistas locais.
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