:: 11/ago/2016 . 1:33
O OUTRO LADO FRUSTRANTE DAS OLIMPÍADAS
A princípio imaginei escrever sobre a necessidade de criação de uma política municipal própria para a nossa cultura (temos apenas ações pontuais em Vitória da Conquista), mas como os jogos olímpicos são coqueluche do momento, arrisco-me dar meus “pitacos”, sabendo que serei apedrejado porque a maioria prefere não ver o outro lado do espetáculo.
Continuamos com o fardo do complexo de “vira lata”, ou de inferioridade, como falava Nelson Rodrigues, não por culpa dos nossos atletas. Os comportamentos, os fracassos e atitudes estranhas anti-olímpicas são reflexos dos despreparos, da incompetência e dos desvios de caráter dos dirigentes que conduzem o processo.
Para não ser extenso vou citar apenas dois “expoentes” dos esportes brasileiros. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol-CBF, o José Maria Marim, está tão comprometido com as investigações sobre irregularidades no âmbito da entidade e da FIFA que não pode nem viajar para o exterior porque pode ser preso. O outro é o Carlos Arthur Nuzman, o imperador ditador-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro-COB, há mais de 20 anos no poder.
O ditador do COB foi acusado desde 2007, ano do Pan-Americano do Rio, de desvio de recursos públicos e de falta de transparência de suas gestões. O orçamento para o Pan sofreu um acréscimo de 1.000%. O legado deixado pelo evento: autódromo demolido e estádio Nílton Santos sem condições hoje de ser utilizado.
Agora vamos direto ao que sempre acontece e está acontecendo nos gramados e nas Olimpíadas Rio 2016. Primeiro, o evento é só para turista empolgado ver. Aliás, o estrangeiro não conhece o Brasil real, principalmente depois que as forças armadas saírem do Rio e os bandidos voltarem aos seus postos de violência, tráfico e assassinatos.
Os nossos atletas, com raras exceções, não contam com o devido apoio do Estado em termos de formação física, técnica e psicológica, dai os vexames comportamentais dentro das linhas de combate. Fiquei horrorizado com a atitude de um judoca que ao perder se negou a cumprimentar seu adversário, respondendo com gestos agressivos.
No polo aquático vi também a imagem de uma menina socando a cabeça de uma italiana durante uma partida. No futebol, o capitão Neymar mais parece um menino birrento que se irrita com o outro porque o cara tomou o seu brinquedo e melou sua jogada individual. É bom que se diga que nesta fase os jogadores brasileiros só são cordiais quando vencem.
- 1










