:: 6/ago/2016 . 0:08
A CARTA OLÍMPICA FOI RASGADA
Carlos González – jornalista
A Carta Olímpica, datada de setembro de 2013, é uma espécie de código dos princípios fundamentais em que deveriam ser fundamentados os Jogos Olímpicos, idealizados pelo francês Pierre de Coubertin (1863-1937). Uma das regras de conduta básica do documento deixa claro que o maior evento esportivo mundial não deve ser manchado pelo profissionalismo e pela política. Ao longo do último século esses preceitos desapareceram: o amadorismo sucumbiu após 1980; Adolf Hitler utilizou os Jogos de 1936, em Berlim, como propaganda do nazismo.
No Brasil, os governos petistas copiaram as políticas para o esporte adotadas pela Rússia (anteriormente, pela extinta União Soviética), por Cuba e pela ex-Alemanha Oriental, investindo maciçamente em atletas de ponta, através dos Ministérios do Esporte e da Defesa, abandonando quase que completamente o programa de construção de equipamentos esportivos nas escolas públicas e em espaços de uso comum nas periferias das grandes cidades.
Censurada pelos opositores aos regimes socialistas, a divulgação internacional dos seus valores por meio da prática esportiva colocou Cuba no 22º lugar no ranking do Comitê Olímpico Internacional (COI), com 209 medalhas, muito a frente dos demais países da América Latina. O Brasil ocupa uma modesta 37ª colocação, com 108 medalhas, com apenas 23 de ouro, graças à vela, judô e vôlei.
Melhorar essa posição é um sonho dos dirigentes petistas, hoje afastados do poder, e das autoridades esportivas, incluindo o eterno presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, e dos presidentes de confederações. Com esse objetivo, na década passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “dobrou” os delegados da FIFA e do COI, trazendo para o Brasil a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.
A primeira iniciativa esbarrou nos 7 a 1 aplicados pela Alemanha.
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