DIA DE FINADOS
Antônio Novais Torres
O Dia de Finados ocorre em 2 de novembro, ocasião em que os cristãos católicos homenageiam os seus mortos com visita aos túmulos. Ornam-nos com flores, acendem velas e fazem orações, numa demonstração de sentimentalismo, reverência e saudades.
Nos cemitérios onde existe capela, são rezadas missas em sufrágio das almas dos mortos e entende-se que a morte não significa o fim, mas o reviver em outra dimensão. Crê-se na ressurreição dos justos entre os mortos, tal qual ocorreu com Jesus Cristo por desígnios de Deus.
Acrescente-se que os cristãos protestantes não cultuam esse dia por não reconhecerem a legitimidade do livro de Macabeus.
“O Senhor já viu a minha súplica; o Senhor aceitará a minha oração.” (Salmo, 6.9). Em Jó no capítulo 14, versículo dois, reza: “O homem nasce como a flor e murcha”. Uns vivem até a senilidade, outros morrem no ventre da mãe, conforme o propósito de Deus. Portanto, a vida e a morte são uma incógnita, um mistério que a Ele pertence.
Embora a morte seja um fenômeno indiscutível, não há conformidade das pessoas envolvidas no falecimento do ente amado. Num sentimento de comiseração pelo finado, desesperam-se, choram e sentem a falta do falecido.
Pesquisas que tratam do assunto (morte) esclarecem: os exegetas afirmam não haver nenhum respaldo bíblico para a celebração do Dia de Finados. Na bíblia, não há menção desse fato, é um costume da religião católica que se originou com o povo Celta.
Há uma grande controvérsia com relação à vida e à morte: uns acreditam em ressurreição e vida eterna, que não existe comunicação de mortos com vivos (católicos), outros, em reencarnação de vidas contínuas (espíritas), além de conceitos e dogmas professados por outras religiões. A morte é vista de acordo com a fé individual de forma diferente nas religiões com doutrinas específicas: catolicismo, protestantismo, islamismo, judaísmo, espiritismo, budismo, hinduísmo etc.
Cada um com o seu entendimento e o arbítrio da escolha conforme a sua cultura e crença. Sendo assim, há de se respeitar essa afirmação da religião praticada.
As reverências aos falecidos com orações e pedidos de misericórdia divina pelo acolhimento da alma ou espírito do defunto merecem respeito, pois tais conhecimentos transcendem a compreensão humana. Os mortos devem ser lembrados sempre em orações cotidianas, e não apenas na comemoração do Dia de Finados. As orações precisam ser feitas com fé, objetivando espiritualmente a absolvição dos pecados do morto para que seja alcançada a graça divina.
A referência à fé é que leva muitos ao cemitério apenas para cumprir uma obrigação social e familiar, sem observar os cânones religiosos da ocasião.“Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”. (Efésios, 2.8).
RESUMIDO HISTÓRICO REFERENTE AO DIA DE FINADOS E A POSIÇÃO DOS FIÉIS:
Desde o século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia por ano aos mortos.
Desde o século XIII, esse dia anual por todos os mortos é comemorado no dia 2 de novembro, porque no dia 1º de novembro é a festa de “Todos os Santos”.
Os espíritas creem na reencarnação. Reencarnam repetidamente até se tornarem espíritos puros. Não creem na ressurreição dos mortos;
Os hinduístas creem na transmigração das almas, que é a mesma doutrina da reencarnação. Só que os ensinam que o ser humano pode regredir noutra existência e assim voltar a este mundo como um animal ou até mesmo como um inseto: carrapato, piolho, barata, como um tigre, como uma cobra, etc.
Os budistas creem no Nirvana. Nas religiões indianas, estado permanente e definitivo de beatitude, felicidade e conhecimento, meta suprema do homem religioso, obtida através de disciplina ascética e meditação. No budismo, extinção definitiva do sofrimento humano alcançada por meio da supressão do desejo e da consciência individual.
As Testemunhas de Jeová creem que quando a pessoa morre deixa de existir.
Os adventistas creem no sono da alma. Morreu o homem, a alma ou o espírito, que para eles é apenas o ar que a pessoa respira, esse ar retorna à atmosfera. A pessoa dorme na sepultura inconsciente.
Antonio Novais Torres
Brumado, 28/10/2011.